Partidos de esquerda vão se reunir na ‘casa’ de Bordignon; Nem Lula, nem Bolsonaro: o ‘Grande Eleitor’ de Gravataí

A primeira reunião de todos os partidos de esquerda de Gravataí está marcada para esta quarta-feira, 19h, na sede petista.

São esperados PT, PCdoB e PV, que integram a Federação Brasil da Esperança, PSB, PDT e PSOL.

O PT tem como pré-candidato o ex-prefeito Daniel Bordignon. O PSB, o advogado Diego da Veiga Lima. O PDT, o vereador Thiago De Leon.

Como reportei em O que significa o consenso por candidatura de Bordignon à Prefeitura de Gravataí pela federação lulista, a coligação se encaminha para uma chapa Bordignon-Veiga Lima. De Leon, a grande surpresa da eleição de 2022 com mais de 16 mil votos para deputado estadual, é ainda a incógnita – na última entrevista ao Seguinte: não falou mal, nem bem, de ninguém; leia em Thiago De Leon é o candidato a prefeito do ‘bom-mocismo’ em Gravataí; Leia entrevista.

Caso a aliança se concretize, avalio que politicamente acertam tanto a federação partidária, como também PSB, PDT e PSOL.

É o que chamo de ‘ideologia com números’. É fato que Bordignon é o único nome da esquerda com potencial de vencer a eleição.

Sem torcida ou secação, já apresentei meus argumentos sobre isso em Bordignon é o melhor nome para a federação partidária do lulismo em Gravataí.

Em Bordignon é recebido por Lula em Brasília; A foto e o fato: é candidato à Prefeitura de Gravataí, quando as inimizades ainda não restavam estreitadas entre os políticos de esquerda, conclui:

“Seus algozes, se insistirem na sabotagem, parecerão alguém telefonando: “É da casa de Daniel Bordignon, ex-prefeito por 8 anos com alta popularidade pessoal e aprovação do governo, ex-deputado estadual reeleito, Grande Eleitor de um prefeito e uma prefeita, que venceu a eleição e só não assumiu como prefeito em 2016 porque teve os direitos políticos suspensos, bem colocado nas pesquisas para 2024 e única chance da esquerda voltar ao poder após 15 anos em Gravataí?”. “Sim”. “Ah, foi engano”.

Ao fim, inegável é que eventuais ausências na reunião desta quarta-feira gritarão mais que as presenças. Assim é a política. Caso estejam todos presentes, resto próximo a ter que agasalhar a provocação que sempre faço em Gravataí, usando frase de Frei Betto sobre as perseguições da época da ditadura, de que “a esquerda só se une na cadeia”.

Ah, mas Gravataí é de direita e no fim de semana o Bordignon estava com uma bandeira do Lula na esquina da Kipão, na Morada do Vale, e passaram carros por ele chamando o presidente de ladrão.

Não dá para esquecer de lembrar que, mesmo tenha Lula perdido popularidade após o primeiro ano, onde os políticos sempre experimentam o encantamento da vitória eleitoral, pesquisa do ano passado mostrava influência superior dele em relação a Bolsonaro e Leite no voto gravataiense – mesmo o ex-presidente tendo feito 6 a cada 10 votos (em 2018 fez 70%).

A pesquisa, de agosto de 2023, apontou que, ao responder sobre uma eventual candidatura apoiada por Bolsonaro, 44% dos eleitores entrevistados responderam que a chance de votar “diminui”; 29,1%% “aumenta”; 23,5% não muda e 3% “não sabe/não opinou”; Lula tinha 35% de “aumenta”, 25% de “não muda” e 37% de “diminui” e Leite tinha 36% de “aumenta”, 44% de “não muda” e 16% de “diminui”).

Mas, o que reputo principal, é que, em eleição municipal, a ideologia pode até ser ponto de partida, mas nunca de chegada. Nem Bordignon será o ‘Esquerdista do Ano’, nem o prefeito Luiz Zaffalon (PSDB) ou o ex-prefeito Marco Alba (MDB) se apresentarão como bolsonaristas. Confirmando a candidatura, muito menos Dimas Costa (PSD) renunciará ao ‘nem-nem’.

Cabo eleitoral, ou ‘Grande Eleitor’ em pleito municipal, são os problemas ou as soluções para a cidade.

Aí, os 27 anos de jornalismo me permitem antecipar que Bordignon será menos ‘o candidato do Lula’, e mais o candidato dele mesmo, Bordignon, e seu legado.