O presidente do meu país é um criminoso.
Neste domingo, em ato pró-AI-5, Jair Bolsonaro escarrou mais uma vez na Constituição, o livrinho aquele que tantos rasuram com um ‘é verdade este bilhete’ e sobre o qual, como bem lembra o professor Marco Antônio Villa, dizia Ulysses Guimarães:
– Traidor da Constituição, traidor da Pátria.
O napoleão de hospício, entre uma tossida e outra, não só desrespeitou o isolamento social como defendeu um golpe de estado.
A apologia à ditadura militar é crime no Brasil, previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287) – o Ministério Público Federal já tipificou, não apenas eu.
A mim o homem da casa 58 não surpreende.
A vergonha na cara nunca me permitiu tergiversar sobre esse rei louco e pestilento, que rompeu qualquer barreira da civilidade ao votar a favor do impeachment de Dilma Rousseff saudando a memória de Carlos Alberto Brilhante Ustra, um torturador como tantos que enfiavam ratos na vagina da companheira, da irmã, da mãe de alguém.
Abomino a ideia de golpeachments sem causa. Sustento que o voto popular é sagrado, e quem me acompanha sabe que é uma coerência que mantenho em episódios nacionais ou aldeanos. Mas o presidente já dá causa.
Ainda no ‘fim do início’ da maior crise sanitária e econômica da história mundial, no domingo em que o Brasil chega a 2.462 mortes registradas em números oficiais, 38.654 casos da COVID-19 (e uma projeção de 77.308 uma projeção de 36.930 levando em conta a subnotificação na fórmula ‘1 por 15’), o esforço daquele eleito como um antipolítico, mas que só faz política, é deflagar uma guerra civil, irmão contra irmão.
Sua cria, Carluxo, tuitou manifestação de apoio aos movimentos de hoje com uma saraivada de tiros.
Tiros de verdade, não mais arminha com a mão.
O funcionário público Luiz Kauer me envia foto de faixas de Gravataí e Cachoeirinha em meio aos manifestantes que se esbarravam hoje em frente ao Comando Militar do Sul, no Centro Histórico de Porto Alegre. Assisti a vídeo de GaúchaZH, que mostra inclusive agressões em meio ao ‘ato pacífico’ dos ‘cidadãos de bem’.
Patéticos e perigosos, para ser educado.
São patéticos por defender ‘o direito de ir e vir’ pedindo ‘intervenção militar’. Tragicômicos, defendem a liberdade de se deixar mandar?!? Alguns levantam as patas dianteiras para passar microfones cuspidos de boca em boca para defender o AI-5. Qualquer militar conhecedor de estratégias de guerra e temente a hierarquia sabe que um golpe jamais premiaria como ditador de turno um ‘bunda-suja’, corrido do Exército.
São delinquentes intelectuais em negação, por desinformados ou informados do mal que, como bem instiga em post o jornalista Gustavo Mota, se acordassem em uma ‘ditadura’ arrisca receber informações sobre carreatas de caixões fechados pelo canal oficial… a Rede Globo!
São principalmente perigosos, não pelas bobagens que cospem, mas por terroristas sanitários. Nas fotos e vídeos da multidão de poucas máscaras e nenhum ‘Paulo Negão’, o que se observa são pessoas cuja média de idade deve superar os 42 anos do perfil dos infectados, num fenômeno gaúcho e nacional que tratei neste sábado em COVID 19 rejuvenesce em Gravataí; siga perfil dos casos, além de grupo de risco por outras 'comorbidades' como hipertensão, obesidade e etc., como tratei em Os milhares de Gravataí que estão no grupo de risco da COVID 19; teste se você escapa.
São potenciais transmissores do SARS-CoV-2 vestidos em verde e amarelo. Estudo de especialistas em matemática biológica da Universidade de Oxford aponta que cada indivíduo contaminado pode infectar com o novo coronavírus até cinco pessoas. Significa que os não mais de 200 napoleões de hospício, carreaters e walkingvelhos tem potencial de contaminar 1000 pessoas – e siga fazendo a mórbida conta de forma exponencial.
Ao fim, “civilização” vem de “civil”, que vem do latim CIVILIS. Cívico é outra palavra com essa origem. O que tem essa característica é um sujeito civilizado. Se ele se comportar de maneira oposta, acrescenta-se o prefixo IN-, de negação, e temos um indivíduo incivilizado.
Ao fim, resta um prefixo para vocês, bárbaros na porta do quartel! Prefiro me associar a quem quando diz "no meu tempo" e refere ao futuro.
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