RAFAEL MARTINELLI

Patrícia Alba e o ‘Diga não ao aumento do ICMS’ da Acigra; O agridoce da política

Patrícia Alba (MDB) será a palestrante no encontro “Diga não ao aumento do ICMS”, promovido pela Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí (Acigra), nesta quarta-feira, às 18h, na sede da entidade, Rua Prefeito José Linck, 701, no Centro.

A deputada estadual de Gravataí é contrária à proposta do governo Eduardo Leite (PSDB) de aumento de 17% para 19,5% da alíquota básica do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS) a partir de 2024.

Na semana passada, a deputada se reuniu na Assembleia Legislativa com dirigentes da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV) e da Federação Varejista do RS, ao lado dos gravataienses Ana Cristina Pastro Pereira e Régis Albino Marques Gomes, presidente e vice-presidente da Acigra.

– O setor comercial do Estado vai colapsar com o aumento de impostos, o que reflete direto no bolso dos consumidores, em especial das camadas populares, que, na proporção, são os que mais pagam impostos em relação ao que recebem, e ainda afugentará quem quer investir no Rio Grande do Sul – afirma a deputada.

Patrícia, cujo seu MDB tem o vice-governador Gabriel Souza, não tem cargos no governo e se apresenta como independente.

Como escrevi em Deputada Patrícia Alba é contra aumento no ICMS pelo governo Leite; Os efeitos na III Guerra Política de Gravataí, a decisão tem impacto também na aldeia.

Patrícia joga o desgaste do aumento de impostos para dois potenciais adversários do marido Marco Alba (MDB) na disputa pela Prefeitura em 2024: o prefeito Luiz Zaffalon, filiado pelo governador ao PSDB após sair do MDB e deflagrar a III Guerra Política de Gravataí contra seu ‘Grande Eleitor’ de 2020, e Dimas Costa (PSD), hoje secretário de Esportes do Estado.

Dos dois, Zaffa responde pelo ‘hoje’, já que, seguindo orientação dos Alba, votou em Onyx Lorenzoni (PL) mesmo com seu partido na época, o MDB, ter na chapa o vice, Gabriel Souza. Não pode ser cobrado por mais uma ‘verdade múltipla’ do governador – que na campanha disse que não aumentaria impostos – na mesma proporção de Dimas, que fez campanha no primeiro e segundo turno e é o ‘embaixador’ de Leite em Gravataí.

Concluí assim: “de um lado resta o doce sabor de ser independente ou oposição frente a uma ‘pauta-bomba’; de outro lado, restam os ônus e bônus de ser governo: entre a inauguração da elevada da ERS-118 e outra obra, sempre pode aparecer um pedágio ou um aumento de impostos”.

Ao fim, é do agridoce da política.

Inegável é que Patrícia é coerente com o que prometeu na campanha, mas também é fato que no passado, no desespero, governos aos quais restava associada também recorreram a aumentos de ICMS.

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