Patrícia Alba (MDB) conduziu hoje audiência sobre o transporte coletivo metropolitano na Comissão de Assuntos Municipais da Assembleia Legislativa. Além do norte-via-sul de argumentos, ficou definido que em 30 dias uma comissão especial vai fazer um relatório sobre a crise.
Que não seja só mais um balão na realidade.
Essa crise testa o tamanho dos nossos políticos, que tem que enfrentá-la.
Tanto a deputada estadual de Gravataí quanto o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo apelam por subsídios dos governos estadual ou federal para que as tarifas não se tornem inviáveis para os pobres.
Inegável que tanto linhas municipais quanto intermunicipais foram atropeladas pela uberização e pela pandemia, cujos protocolos sanitários reduziram a capacidade de passageiros nos veículos.
Mas há de se achar uma saída que, usando Gravataí como exemplo, não quebre a Sogil, mas também não faça da concessionária uma empresa pública sem os riscos do capitalismo.
José Antônio Ohlweiler, presidente da ATM, a Associação dos Transportadores Intermunicipais Metropolitanos de Passageiros, um sindicalista (e os patrões também o são), informou que com as restrições impostas pela pandemia 5 a cada 10 pagantes deixaram de usar o transporte coletivo em 2020.
A conta apresentada é de R$ 63,5 milhões, entre o que previam os contratos e o que entrou no caixa das concessionárias.
Fabiano Rocha Izabel, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários do RS e principal executivo da Sogil em Gravataí, alertou que o sistema, sustentável com ajustes até a pandemia que começou em março de 2020, agora não sobrevive sem subsídios.
Em Gravataí o prefeito Luiz Zaffalon enfrentou o ‘acidente político’ na Câmara de Vereadores ao aprovar R$ 5 milhões para a Sogil. Era ‘dar’ o subsídio ou a passagem subiria de R$ 4,60 para até R$ 7,20.
Mas, repito o que escrevi acima: há de se achar uma saída a longo prazo que, usando Gravataí como exemplo, não quebre a Sogil, mas também não faça da concessionária uma empresa pública sem os riscos do capitalismo.
É preciso adaptar o sistema.
Um ‘negócio’ onde não há risco, ou não seja obrigação também do empresário encontrar alternativas é o melhor do mundo.
Aí até eu quero ter empresa de ônibus.