A Prometeon e a Pirelli anunciaram nesta sexta a suspensão da produção nas fábricas de Gravataí. Os comunicados das empresas citam a crise do coronavírus, o que não fez referência nota da GM, que ao anunciar as férias coletivas, quarta, creditou ao “ajuste da produção à demanda do mercado”.
Na chinesa são 1,7 mil, e na italiana, 900 funcionários que ficarão em férias coletivas até pelo menos 13 de abril. Na GM, 5 mil funcionários.
É uma tragédia imediata e futura para o bolso dos trabalhadores, que dificilmente atingirão metas de participação nos lucros e resultados, e para a economia de Gravataí, que sofre com a ‘quarentena’ no giro dos salários e, em 2022, com o retorno dos impostos.
Muitos debocharam do ‘alarmismo’, mas ainda em 6 de março alertei para a crise no artigo O contágio do coronavírus é na economia de Gravataí; GM pode parar.
No artigo, trouxe uma estimativa da tragédia que é a suspensão da produção de veículos em Gravataí.
É preciso contabilizar perdas imediatas no giro com salários, em um possível layoff (suspensão temporária de contratos de trabalho); e também perdas futuras, com o Valor Adicionado Fiscal, que é um indicador econômico-contábil utilizado pelo Estado para calcular o índice de participação municipal no repasse de receita do ICMS, que reflete daqui a dois anos, e considera todas as operações com mercadorias/produtos que constituem fato gerador do imposto.
Ao fim, uma GM parada corresponde a um rombo de R$ 10 milhões a cada mês.
Ou quase duas pontes do Parque dos Anjos a cada 30 dias.
Como tratei nesta quarta em GM dá férias e suspende investimentos; o contágio em Gravataí, hoje e amanhã, o ‘contágio econômico’ deve ser ainda maior. Carlos Zarlenga, presidente da GM na América do Sul, disse que a General Motors decidiu adiar seu mais recente plano de investimentos, de R$ 10 bilhões entre 2020 e 2024.
No ‘show do bilhão’ está o R$ 1,4 bi que a GM anunciou em 2017 para Gravataí, consolidando a unidade como a mais importante da montadora na América Latina. Parte do investimento já foi feito, conforme Valcir Ascari, o ‘Quebra-Molas’, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, mas a montadora não publiciza cifras.
Ao fim, como lamentavelmente observei no artigo anterior, preparemo-nos não apenas para danos de 20 semanas, a projeção para a crise do coronavírus. Inegável é que, nas contas de Gravataí, a paralisação da GM e de outras empresas cobrará uma fatura diária de Marco Alba, pela 'quarentena' a qual passará o movimento da economia. E também é boleto para quem comandar a Prefeitura a partir de 2021, já que a queda de receita pelas perdas de 2020 é uma certeza em 2022.
São e serão tempos de guerra.
Não é ‘terrorismo’, são os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos.
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