Serve para Gravataí e Cachoeirinha estudo que fez com que a cidade de São Paulo adiasse a volta às aulas presenciais, prevista para 8 de setembro.
Entre 6 e 10 de agosto, 6.000 dos 675.922 alunos entre 4 e 14 anos da rede municipal de ensino foram testados com exames de sangue que mostram se a pessoa possui anticorpos contra o novo coronavírus no organismo, ou seja, se já teve contato com o agente infeccioso no passado.
Conforme a reportagem do Nexo, “os estudantes dos ensinos infantil e fundamental foram sorteados aleatoriamente, divididos em três grupos por faixas etárias, e também tiveram de responder a um formulário. O resultado desse inquérito epidemiológico mostrou que a taxa de crianças que já se contaminaram é maior do que a dos adultos, mostrado em outra pesquisa do final de julho.
16,1% dos alunos já tiveram contato com o novo coronavírus; em julho, 11,1% dos adultos na cidade já tinham sido infectados. Além de apontar que o vírus circulou proporcionalmente mais em crianças do que em adultos, a pesquisa da prefeitura mostrou que a grande maioria dos alunos já infectados não apresentaram quaisquer sintomas da doença.
64,4% dos estudantes que tiveram contato com o vírus não manifestaram a COVID-19. O alto número de assintomáticos, segundo a prefeitura, pode ser um fator de disseminação no ambiente escolar, pois é muito mais difícil que as escolas identifiquem quem está doente se as crianças não manifestam sintomas.
– Nós estamos falando da possibilidade de duas a cada três crianças contaminadas com o vírus não apresentarem nenhum sintoma. A escola coloca medidor de temperatura na porta e a criança não vai apresentar que está febril, mas está contaminada, com a mesma carga viral de um adulto – disse Bruno Covas, prefeito de São Paulo, durante apresentação dos resultados do inquérito epidemiológico, na terça-feira (18).
Outro fator que poderia levar ao aparecimento de novos surtos da doença em São Paulo com a volta às salas de aulas é a quantidade de crianças que dividem a mesma casa com pessoas idosas.
25,9% dos estudantes da rede pública municipal vivem em domicílios com outros moradores com 60 anos ou mais. Segundo Covas, esse número significa algo em torno de 250 mil crianças em São Paulo que moram com avós ou outros familiares mais velhos. A volta às aulas, para o prefeito, poderia, portanto, representar um grande vetor de contaminação, ampliação e disseminação da doença na cidade.
A criança se infectaria na escola, teria grandes chances de não apresentar sintomas, transmitiria o vírus dentro de casa para familiares, muitos dos quais do grupo de risco da doença, e os próprios familiares poderiam aumentar o contágio dentro da comunidade em que vivem”.
Conforme a reportagem, o prefeito ainda trabalha com o “horizonte de outubro”. A previsão casa com pesquisa Datafolha, divulgada dia 17, que mostra que 79% dos brasileiros dizem acreditar que a volta às aulas vai agravar a pandemia e que as escolas deveriam ficar fechadas por mais dois meses.
Em Gravataí, o prefeito Marco Alba já descartou adesão ao calendário proposto pelo governador Eduardo Leite de um retorno gradual a partir de 31 de agosto, como tratei em artigos como Gravataí não volta às aulas, diz Marco Alba; decreto do comércio muda, Marco Alba pede cautela a prefeitos; mandar crianças às aulas é criminoso e Deu a louca no governador!; Nem covidiotas querem mandar crianças às aulas.
Ao fim, aos que acreditam que dá para garantir o cumprimento de regras sanitárias por crianças, aplique o ‘teste da purpurina’. É só atirar purpurina em um aluno, que uma sala de aula inteira chegará em casa ‘contaminada’.
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