Não sei quem ganhou o primeiro debate entre os candidatos à Prefeitura de Cachoeirinha na eleição suplementar que acontece em 30 de outubro, promovido na noite desta quinta-feira no Sindicato dos Metalúrgicos. Reputo um perdeu: Cristian Wasem (MDB), que não foi.
Mas trago uma boa notícia: o prefeito interino confirmou ao Seguinte: a presença no próximo debate, projetado para o dia 20 pelo Sindicato dos Municipários (Simca).
Sei porque perguntei ao vereador que, como presidente da Câmara assumiu a Prefeitura com a cassação do prefeito Miki Breier (PSB) e do vice Maurício Medeiros (MDB), o motivo de não ter ido ao debate de ontem:
– Foi marcado muito às pressas. Não conseguimos alterar nossos compromissos. Temos outro que já foi agendado e está confirmada nossa presença – explicou Cristian.
A palavra do prefeito em exercício tem fé pública, de que o debate foi organizado às pressas. Mas, pensemos juntos, qual não é em Cachoeirinha? Não estamos tratando de um debate na Globo. Há de se saudar que alguma entidade se mexa para promover um encontro entre os candidatos. A eleição é logo ali, dia 30 de outubro.
Impossível Cristian tivesse algum compromisso que não pudesse ser desmarcado. Se, após bater foto com Hamilton Mourão, temia o debate acontecer no Sindicato dos Metalúrgicos, um histórico reduto da esquerda, e que poderia servir aos interesses de David Almansa (PT), ou permitir ser identificado como bolsonarista, levou uma invertida do adversário Dr. Rubinho (União Brasil), que teve coragem de comparecer e testemunhou a seriedade dos organizadores do debate.
Bolsonaro pode não ir a um debate. Lula pode não ir a um debate. Cristian tem que ir! Com o perdão da sinceridade: quem conhece Cristian além da bolha da política de Cachoeirinha? O próprio há de admitir que é um político em ascensão, mas não um nome conhecido como um Stédile, por exemplo. Nem Almansa ou Rubinho ainda o são, combinemos.
Ao não ir ao debate, Cristian permite – além de abdicar de responder aos ataques de Almansa e Rubinho de que, além de ter blindado nas CPIs e processos de impeachment contra a corruoção, é a continuidade do governo do cadáver político Miki Breier – a leitura política de que confia na eleição mesmo sem ser conhecido, na força da máquina da Prefeitura e dos cargos e famílias dependentes de CCs no governo.
Cristian, o que o senhor fez na Prefeitura? Eu sei algumas coisas, mas muita gente não sabe para além de quem segue seus garotos de programa online.
O debate era uma oportunidade para mostrar seu trabalho de mais de 100 dias. E, reafirmo: tem trabalho, sim. Mas ficou em seu compromisso e não debateu grandes temas, como propuseram Rubinho e Almansa, como a bomba da previdência.
Eu, que costumo escrever “Pobre Cachoeirinha!”, devido à cidade ter parado nos últimos dois anos pelos feitos e malfeitos de seus políticos, e às denúncias necessárias ou caça-cliques no Grande Tribunal das Redes Sociais, avaliei Almansa e Rubinho como candidatos bem preparados.
Cristian também é. Mas, por respeito a sua comunidade, precisa mostrar e se submeter às sabatinas que uma eleição municipal exige; seja no seu Onze Unidos, seja no CIC.
Ao fim, afianço, com mais de 25 anos de jornalismo: Cachoeirinha tem bons candidatos. Mas precisamos de testemunhos ao vivo, de vídeos, de depoimentos públicos de cada um dos três, para que possamos depois cobrá-los.
O Seguinte: fará sua parte ouvindo todos.
Sei Almansa, Cristian e Rubinho não vão fugir.
Assista ao debate de ontem clicando aqui.