Demorou, mas Miki Breier vai lavar sua honra naquilo que dói na ‘República da Chinelagem’: o bolso.
O prefeito gravou vídeo informando que vai processar um ex-vereador e garotos de programas online por associarem-no a ‘Tiago Pequeno’, preso sob acusação de ser líder da facção criminosa Bala na Cara – e que é irmão do vereador governista Juca Soares, também alvo de operação policial, casos que tratei em artigos como Preso líder de facção suspeito de financiar campanha de vereador de Cachoeirinha e Por que vereador de Cachoeirinha foi preso na operação Cidade de Deus.
Estamos perigosamente naturalizando que política seja confundida com polícia em Cachoeirinha. Reputo é uma boa botar a justiça no meio dessa chinelagem.
A entrevista criminosa do obscuro político só aconteceu porque o prefeito não tomou medidas jurídicas no episódio do carro de som que circulou chamando-o de ladrão e mais, durante a tentativa de golpeachment, o que tratei em Ninguém foi assumir o B.O. na manifestação pelo golpeachment de Miki; Prefeito vai ao secretário de Segurança do RS.
Da mesma forma entendo foi só por Miki se limitar a dizer, na época, que era “coisa da política”, que testemunhamos a divulgação irresponsável e sem provas dessas ‘denúncias’ por gente descrita por Miki como ligada a “meios de comunicação de outra cidade”.
Dói, e deve irritar também o Roque Lopes e o Rodrigo Alves, de O Repórter, assistir a Miki suspeitar de ‘jornalismo’ em mídias que poderiam ter – e, dos Grandes Lances dos Piores Momentos quase tem! – o nome de ‘FakeNews’.
Liberdade de expressão não é liberdade para cometer crimes. E criminosos devem ser processados e punidos. Tenham CNPJ ou não, estejam ligados aos cornos que for da ferradura ideológica.
O leitor pode perguntar: “Ah, mas tu, como jornalista que critica todo mundo, gostaria de ser processado por opinião?”.
Se minha análise incorrer em crime, pago eu.
Já fui levado para o tapetão inúmeras vezes e nunca fui condenado. Talvez porque não tenha pessoas como alvo, e sim suas práticas como agentes públicos.
São os fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: facções criminosas são nossas vizinhas.
Em Das trevas e do ’nepotismo moral’ Miki age para recuperar popularidade no pós-golpeachment em Cachoeirinha escrevi: “Há no governo, inclusive, um balanço entre moradores de territórios influenciados por facções, cujo fenômeno, B.O.s à parte, é uma realidade não só de Cachoeirinha e que lembra a participação das igrejas na política”.
Agora, tratar como notícia que facções tem relação com o prefeito de uma cidade, ou estão influenciando em votos de vereadores e composições de governo é muito grave!
Há de se ter uma mínima prova. Nem que sob programa de proteção à testemunha.
Porque se há qualquer interferência do crime no governo é motivo para acionar não só a Secretaria de Segurança do Estado, mas o Ministério da Justiça.
A Rede Globo. O Fantástico, quem sabe.
Há uma operação policial, chamada de ‘Cidade de Deus’, autorizada pelo Tribunal de Justiça, que investiga o morador de Cachoeirinha apontado como líder dos Bala, o Pequeno, e seu irmão, o vereador Juca. Fake news das últimas semanas operaram para ligar Miki a eles.
Se a ‘Cidade de Deus’ ligar Miki à quadrilha que até esquartejou gente, largo o jornalismo e vou plantar alguma coisa em Ipiranga do Sul.
Conheço-o há 25 anos. Cheio de erros, como eu e você que lê.
Chefe de facção? Seria para rir, mas infelizmente é para processar, porque o povo, pilhado em seu mais verdadeiro sentimento de impotência, frente a uma crise que nunca acaba, é usado para condenar quem deve e não deve.
Ao fim, é como tratei em O ’Efeito Orloff’ das fake news que estão matando Cachoeirinha: Navegando pelas redes sociais parece que os corruptos são encontrados em várias partes do mundo, quase todas aqui.
Acerta Miki ao buscar a reparação de sua honra.
Assista ao vídeo de Miki
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