CRISE CLIMÁTICA

Prejuízo de Cachoeirinha com tempestade chega a 10 milhões em recursos públicos, calcula prefeito Cristian

O prejuízo com a tempestade ‘supercélula’ de terça-feira pode superar os R$ 10 milhões somente em recursos públicos, conforme o prefeito Cristian Wasem (MDB).

Levantamentos da Prefeitura apontam que toda a população, em algum momento, ficou sem luz e água. Além disso, aproximadamente 1600 residências foram atingidas, mais de 800 árvores caíram e 210 postes.

Siga a entrevista para a jornalista Diléa Fronza.


Por que o senhor diz que a reestruturação da Defesa Civil foi importante?

Cristian Wasem – Quando nós entramos de forma interina, em 2022, colocamos a mão sobre a Defesa Civil porque percebemos que pouco havia ali. Não existia um orçamento, nenhum tipo de equipamento como motosserra, roupa específica, nada. Era um espaço de uma única pessoa. Então começamos a montar uma estrutura para a Defesa Civil. Compramos motosserra, equipamentos de trabalho, implementamos um valor que não tinha, fizemos um pequeno estoque de suprimentos como telhas e lonas para ter em caso de necessidade. Em agosto de 2022, quando ocorreu um ciclone que afetou parte de Cachoeirinha, nós tínhamos essa pré -organização da Defesa Civil que facilitou o nosso trabalho. A partir dali, começou a se montar melhor a estrutura, com a criação de um plano de contingência, o cadastro para buscar recursos estaduais e federais e muito mais. Hoje, nosso município consegue com facilidade, não só em situações como a atual, mas em outras, o rápido reconhecimento das intempéries, o que faz com que recebamos os recursos.

Hoje há um plano de contingência em ação e foi montado um comitê de crise para trabalhar na reconstrução da cidade. Como o senhor avalia o trabalho que está sendo feito?

Cristian Wasem – O ciclone de 2022 atacou parte da cidade. Desta vez, todos os moradores, de alguma forma, foram atingidos. Seja com falta de luz ou água, destelhamento ou até mesmo por ficar sem sinal de celular. O que temos hoje no município, com o plano de contingência, o comitê de crise, é o resultado do embrião organizacional criado em 2022. Este foi um evento em que toda a cidade foi afetada. Não teve uma pessoa de Cachoeirinha que não tenha, por algum momento, ficado sem água, luz, sinal de celular ou então de forma mais grave com destelhamento, queda de árvore. Comerciantes que perderam seus estoques por não ter condição de manter gerador, pequenos empreendedores que não conseguiram manter seus mantimentos que vendiam. De alguma forma, a cidade toda foi atingida. O trabalho está sendo eficaz. É algo demorado, é verdade. Não acontece de uma hora para outra. Mas vemos muito empenho de todos.

Qual a estimativa de prejuízo na cidade?

Cristian Wasem – É algo muito grande. Todas as nossas escolas tiveram algum dano. Postos de saúde também sofreram perdas, há registros na assistência social. Com relação ao trânsito, muitas paradas de ônibus, placas de sinalização, semáforos. E ainda os prejuízos individuais da população. Do pequeno comerciante que perdeu o estoque de hambúrguer da semana, ao um pouco maior que não teve condições de alugar um gerador para ao seu mercado e ainda tempos as indústrias paradas por falta de energia. Nossa estimativa é de R$ 10 milhões de prejuízos na cidade.

Chegamos a um ponto da população perder a paciência. Foram registrados protestos de moradores em diferentes regiões. O que o senhor diria para essas pessoas?

Cristian Wasem – É compreensível. A gente entende o que eles estão passando. Mesmo sabendo que a revolta maior é pela falta de energia, eles cobram o prefeito. E eu vou até eles, tento conversar. Não fui bem recebido em todos os lugares que fui porque sei e entendo a revolta dessas pessoas. Não é fácil perder o que está no freezer, um medicamento, ver a chuva voltar e ter medo de perder novamente. O que eu posso dizer é que estamos fazendo tudo o que é possível.

O que levou o município a entrar com uma ação na justiça contra a RGE para que a energia fosse restabelecida o quanto antes?

Cristian Wasem – No domingo tínhamos 15 mil pessoas ainda sem luz e várias equipes trabalhando. Nós reconhecemos o trabalho da RGE, sabemos que estão tentando fazer o mais rápido que podem mas, se fizermos uma média da quantidade de locais que a luz ia sendo retomada, vemos que ainda levaria mais tempo, por isso resolvemos entrar na justiça. Não é nada contra a empresa, é algo preciso. Quantas vezes a gente vê pessoas entrando na Justiça contra a Prefeitura por questão de medicamentos, e entendemos eles, porque desta forma se torna mais rápido.

Há uma estimativa de tempo para que tudo esteja reorganizado?

Cristian Wasem – Ainda levará bastante tempo. Muita coisa foi perdida nas escolas, postos de saúde e outras áreas. Estamos indo por prioridades. Liberar o trânsito, auxiliar na remoção de postes e árvores, cuidar de quem perdeu seu telhado. Em seguida, precisamos ver os prejuízos do município. Aos poucos vamos fazendo tudo.


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