opinião

Presidente livra Câmara de Cachoeirinha do mico do ano!

Mesa diretora da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha

Fernando Medeiros, presidente da Câmara de Cachoeirinha, comunicou em post em seu Facebook a retirada da Resolução 07/2019, que criava a ‘Polícia Legislativa’.

A espécie de segurança interna de arma na mão para vereadores, assessores e frequentadores do legislativo foi metralhada por teclados no Grande Tribunal das Redes Sociais.

Foi um recuo gradativo, mas que merece elogios.

Gradativo, porque inicialmente o presidente tentou amaciar o projeto anunciando a retirada do sucupiresco artigo que previa que ‘policiais legislativos’ acompanhariam políticos em viagens até para o exterior.

Ao mesmo tempo, apostou em uma justificativa populista, de que buscava preservar as pessoas que frequentam a Câmara sem precisar tirar a Brigada Militar do policiamento ostensivo nas ruas.

Retirando o projeto, Fernando evita o risco de, na boa-fé, e não tenho motivos para duvidar, alicerçar-se em uma meia verdade, que por lógica em uma das partes fica mais próxima da mentira.

Afinal, em votações com protestos, por exemplo, os ‘policiais legislativos’ não poderiam atuar da porta para fora da Câmara. A BM teria que ser chamada, como foi na votação do ‘pacotaço do Miki’ em 2017, no que ficou conhecido como ‘dia das cadeiradas’, em que a PM foi condecorada pelo presidente Marco Barbosa após baixar o gás e o pau em professores e servidores.

Em sessões ordinárias, e não confundir com ordinárias sessões, a assistência é composta basicamente por assessores de vereadores, CCs da Prefeitura, a turma da mordida nos parlamentares e meia dúzia de gente ‘comum’.

Mas merece elogio porque retirou um projeto desimportante, esdrúxulo, e não alguma medida impopular, mas necessária, ensurdecida por vereadores temerários aos gritos das redes sociais ou das ruas – nem sempre certas, por muitas vezes usadas por interessados e interesseiros, nestes tempos de ‘contra tudo que está aí’, ódio à política e pós-verdade.

Fernando voltou atrás na apresentação do projeto, como apelei no artigo Retira a Polícia Legislativa, presidente!, da mesma forma que o fizeram personalidades da cidade como Sônia Zanchetta e Robertinho Teixeira.

E faz bem o vereador ao registrar queixa na delegacia e processar os que lhe difamaram e usaram das baixarias características da covardia e do anonimato das milícias digitais.

O presidente também deve ter observado que a mídia local profissional, que é exemplar por não estar a serviço de grupos políticos, o criticou fortemente e agora reconhece sua sensibilidade em retirar o projeto, como fez, por exemplo, o jornalista Roque Lopes, de O Repórter, site que revelou a apresentação do projeto polêmico.

Mas arrisco especular que Fernando deve estar chocado com o comportamento dos colegas da mesa diretora, colegiado que pariu o projeto de criação da ‘Polícia Legislativa’.

Cristian Wasem, Duda Keller ou Jack Ritter, nem ninguém ousou defender a Resolução, ou se associar a Fernando na hora da desgraça.

Infelizmente natural que, na redução de salários dos políticos, mesmo que ridícula e só para a próxima legislatura e governo, a partir de 2021, que tratei no artigo Devolvam já os salários indecentes, políticos de Cachoeirinha!, e foi sancionada hoje pelo prefeito Miki Breier, todos e cada um caçaram seus cliques.

Ao fim, permito-me alertar: o povo não é o Senhor de Lucas 17:3-4, que perdoa sete vezes. Hoje, principalmente atrás das telas do celular e do computador, está mais para carrasco dos políticos.

O vinagre do perdão de agora, mais do que antisséptico, é para arder como merthiolate na ferida.

Participe de nossos canais e assine nossa NewsLetter

Facebook
WhatsApp
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Conteúdo relacionado

Receba nossa News

Publicidade