RAFAEL MARTINELLI

Privatização da Carris: esperavam Elon Musk, veio o ‘Viamão lotado’; Do trending topic do X ao atropelo de críticas aos milhões em subsídios do governo Nilton

Viamão lidera os trending topic, os ‘assuntos do momento’, do X, ex-Twitter. Por deboche. É o efeito da compra da Carris pela Empresa de Transporte Coletivo Viamão.

Talvez o meme abaixo melhor traduza Os Grandes Lances dos Piores Momentos do negócio.

Vamos às informações, onde uso texto de newsletter do Matinal Jornalismo e, abaixo, concluo.

“(…)

A Empresa de Transporte Coletivo Viamão Ltda foi a vencedora do leilão que privatizou a Carris, nesta segunda-feira. A companhia de transporte público da Capital, fundada por D.Pedro II em 1872, foi vendida pela gestão Sebastião Melo (MDB) por 109,9 milhões de reais, pouco acima do lance mínimo previsto, de 109,8 milhões. A Viamão, que já atua na região metropolitana e tem 70 anos de história, vai operar por duas décadas 20 linhas da Carris, que manterá o nome. Também ficam com a nova empresa ações e bens, como ônibus e terrenos que eram da antiga companhia pública.

A Viamão deve iniciar suas operações no primeiro trimestre do ano que vem, depois de vencidos os prazos para recursos. O leilão teve uma segunda interessada, a Viação Mimo. Desclassificada por não ter garantias aprovadas pela Secretaria da Fazenda, a empresa paulista informou que deverá recorrer.

Um dos primeiros compromissos da vencedora será climatizar todos os veículos. Até o fim do primeiro ano de contrato, será preciso adquirir 60 ônibus com ar-condicionado. No leilão, Melo afirmou que a privatização “deve impactar na passagem”, sem dar mais detalhes, conforme o Sul21. Por ora, seguem os 4,80 reais. A tarifa deve ser alterada apenas em fevereiro. Apesar de ter sido arrematada com ágio baixo, o prefeito ficou satisfeito com o resultado. “O sistema de transporte público faliu antes da pandemia e se escancarou na pandemia”, reiterou.

O pagamento ao município será feito em 60 parcelas. Entre as razões alegadas pela prefeitura para a desestatização estão o alto custo de operação da companhia (cerca de 20% maior do que o de outras operadoras, segundo o executivo) e a necessidade de investimentos para qualificar o serviço ao passageiro. A companhia, que já foi eleita duas vezes a melhor empresa de transporte do Brasil, acumulou 345 milhões de reais em déficit, valor somado entre 2011 e 2020.

Fim da greve – O resultado do leilão desmobilizou os rodoviários da Carris, que haviam decretado greve contra a privatização. A intenção, agora, é readequar o quadro dentro dos serviços prestados pela empresa vencedora do leilão. A Viamão prometeu “selecionar os mais dedicados” entre os funcionários.

(…)”

Sigo eu.

Reputo o negócio Dos Grandes Lances dos Piores Momentos porque a Empresa Viamão demitiu cobradores 400 cobradores e recebeu R$ 25 milhões em subsídios públicos, de Prefeitura de Viamão e Governo do Estado, como concessionária do transporte coletivo municipal e intermunicipal, como disse hoje, em vídeo, o ex-vereador Guto Lopes.

Ao fim, admita-se a necessidade de subsídios para, mesmo com uma das passagens mais caras do Rio Grande do Sul, manter a operação de um sistema falido, seja pela pandemia ou a ‘uberização’, mas fato é que quebrada a empresa não estava – diferente do que notoriamente acontece com seus ônibus ao longo da história.

Aguardemos para ver se usuários de Porto Alegre vão experimentar a já famosa expressão “pegou um Viamão lotado”.

Inevitável que esse “Viamão lotado” de críticas e questionamentos atropele o prefeito Nilton Magalhães (PSDB) no Grande Tribunal das Redes Sociais.

Necessário ou não o subsídio – como parecia na época, eu mesmo tratei em Estudo mostra ser irreversível subsídios como o concedido para a Empresa Viamão e agora resto atropelado –, fica politicamente difícil explicar aos eleitores de uma cidade pobre como Viamão direcionar milhões de socorro para uma empresa que compra a frota de elite da Capital do Rio Grande do Sul.

É preciso dar total transparência para esse negócio.

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