RAFAEL MARTINELLI

PSOL avisa Almansa que não aceita Stédile e “direita” na coligação pela Prefeitura de Cachoeirinha; A lacração bíblica do faça o que eu digo, não faça o que eu faço

Arte do genial Pawel Kuczynski

O PSOL de Cachoeirinha soltou nota após o Seguinte: reportar a aproximação entre o vereador David Almansa (PT) e o ex-prefeito José Stédile (PSB) na disputa pela Prefeitura de Cachoeirinha; leia sobre a aliança em Almansa pode ter no ex-prefeito Stédile sua ‘Marta Suplicy’ na disputa pela Prefeitura de Cachoeirinha e Almansa + Stédile para Prefeitura de Cachoeirinha, com a bênção de Paulo Pimenta; A Real Politik e o Ser Político.

O partido do presidente Lucas Cardoso informa que não participará de coligação com Stédile – que aponta como responsável pelos governos Vicente Pires, Miki Breier e, por consequência da cassação, pela eleição de Cristian Wasem (MDB) na eleição suplementar de 2022 – e nem com “qualquer outro partido do centrão e da direita”.

Reproduzo a íntegra da nota e, abaixo, analiso.

“(…)

Desde o final da eleição suplementar de Cachoeirinha em 2022, onde concorremos como vice de Almansa (PT), na chapa da frente de esquerda, nós do PSOL Cachoeirinha viemos trabalhando na construção de uma reedição da unidade dos partidos de esquerda no município, (PSOL, PT, PCdoB e PV). 

Diante das notícias veiculadas pela mídia de uma possível chapa com o ex-prefeito e ex-deputado federal José Stédile, o PSOL achou importante vir a público explanar a nossa posição acerca desses fatos: o PSOL Cachoeirinha não participará de uma aliança com Stédile e seu partido, o PSB.

O PSOL desde sua fundação na cidade foi oposição aos governos PSB/MDB, que foram os governos Vicente e governo Miki. Entendemos que ­­Stédile foi o precursor e padrinho político desses governos que destruíram a cidade e que deixaram como legado uma cidade estagnada, abandonada, e, de brinde, o governo Cristian/Delegado (MDB-PP). Inclusive consideramos que o ex-prefeito não agrega eleitoralmente à chapa.

O PSOL Cachoeirinha está focado na construção de uma nominata de pré-candidatos e pré-candidatas que seja competitiva, e certo é, não vamos abrir mão da nossa coerência e de nossa história. Não participaremos de uma coligação com PSB ou qualquer outro partido do centrão e da direita.

Porém continuamos abertos ao diálogo para a construção da frente de esquerda, pois precisamos mudar de verdade, mudar radicalmente a política dessa cidade e não fazer um museu de grandes novidades.

(…)”

Sigo eu.

Almansa claramente aposta na política de alianças de Lula, como tratei ontem em Almansa aposta na política de ‘frente ampla’ de Lula para enfrentar Cristian em Cachoeirinha; O MarxDonalds, a mesa e o menu.

E a posição do PSOL de Cachoeirinha não é muito diferente do que aconteceu em relação a Lula na disputa como Bolsonaro.

Sem candidatura própria, restará ao partido o ‘apoio crítico’.

Há, contudo, um quê de hipocrisia na posição do PSOL. Nacionalmente e em Cachoeirinha.

Em Cachoeirinha, porque o partido já foi vice de Antônio Teixeira (Rede), em 2020. O ex-vereador foi secretário municipal de Stédile e Vicente, de quem é ‘compadre’ e acolheu no passado no governo Valdecir Mucillo.

Bolsonarista Teixeira nunca foi, mas de esquerda pouco tem.

Já nacionalmente, porque quando a perspectiva de poder real bateu à porta, o PSOL aderiu à Real Politik e aceitou como vice de Guilherme Boulos, na disputa para Prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy, que voltou ao PT perdoada por Lula mesmo após votar a favor do golpeachment contra Dilma – como fez Stédile, como deputado federal – e se aliar ao MDB de Michel Temer, que é o partido do prefeito Cristian Wasem em Cachoeirinha.

Mas talvez seja essa a necessidade da existência do PSOL: apontar os erros dos outros, mesmo que, prática e pragmaticamente, por ser até hoje um partido Legislativo, ‘lacrador’, e não Executivo, pouco colabore para resolvê-los.

Ao fim, reputo a posição do PSOL – no que carrega de errado, mas também de certo –cabe no ditado “faça o que eu digo, não faça o que eu faço”.

Tem origem na Bíblia. Mateus 23:2,3

“Os mestres da lei e os fariseus se assentam na cadeira de Moisés. Obedeçam-lhes e façam tudo o que eles lhes dizem. Mas não façam o que eles fazem, pois não praticam o que pregam”.

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