RAFAEL MARTINELLI

PT de Cachoeirinha deve confirmar aliança de Almansa com ‘RubiNaro’ e o ‘PSDB do Leite’; Dos ruídos à política do Lula, O Ser Político

Almansa e Rubinho, no aniversário do petista, em abril deste ano

A chapa David Almansa (PT) e Dr. Rubinho (PSDB), em uma frente de 9 partidos que fazem oposição ao governo Cristian Wasem (MDB), será confirmada para disputar a Prefeitura de Cachoeirinha em convenção dia 1º de agosto. O candidato a prefeito, que também é o presidente municipal dos petistas, estranha informações obtidas pelo Seguinte: de que ainda há descontentamento no partido.

Vamos à polêmica.

– Há questionamentos sobre a forma de escolha: só passa se for maioria simples do diretório. Se for dois terços, não passa – informa fonte, que revela críticas à aliança com “o PSDB do Eduardo Leite” e o “RubiNaro”.

Dr. Rubinho, na eleição suplementar de 2022, se apresentou como candidato de Jair Bolsonaro; leia em artigos entre Rubinho foi a Pelotas pedir a bênção para Bolsonaro; É o ‘RubiNaro’ em Cachoeirinha e Dr. Rubinho filiado no PSDB: “Cristian é a continuidade piorada do Miki. Oposição precisa se unir por Cachoeirinha. Deixa Lula e Bolsonaro para 2026”.

A fonte, que antecipa que questionamentos serão feitos em reunião do diretório do partido nesta quinta-feira, se agarra a dois tópicos da “Resolução de Tática Eleitoral e Política de Alianças PT-RS”, divulgada em 11 de setembro do ano passado pela direção estadual”, que condena coligações com o PSDB.

“(…) 4. No Rio Grande do Sul, as eleições municipais devem servir para reforçarmos a oposição ao Governo Leite (PSDB) e do seu projeto privatista que aprofunda o desmonte do Estado, as desigualdades sociais e atrasa o desenvolvimento regional. Leite governa para os ricos, não prioriza políticas sociais e privatizou a água dos(as) gaúchos(as), estando em dissonância com o interesse público e com fortes suspeitas de ilícitos. É responsável pelo desmonte das políticas da saúde e educação, precarizando essas duas áreas essenciais para à vida da população. Ataca os(as) servidores(as) públicos, em especial o magistério que sofre com o arrocho salarial. É preciso derrotar este projeto!(…)”.

“(…) 10. É expressamente vedada qualquer tipo de aliança com o PL, assim como o apoio a qualquer candidatura que represente o projeto bolsonarista e/ou tenha apoiado a candidatura do ex-presidente nas eleições de 2022, não importando a que partido esteja filiado(a) o(a) candidato(a). Também ficam vedadas as alianças com o partido NOVO, representantes do ultraliberalismo (…)”.

A Resolução completa você lê na íntegra clicando aqui.

– Se ganharmos com esses caras, em menos de dois anos seremos vítimas de um, como escreves, golpeachment – conclui a fonte.

Estranhando as informações apresentadas pelo Seguinte: nesta quarta-feira, Almansa explica que a reunião de amanhã do diretório do PT será “apenas protocolar” e homologará decisões já aprovadas “por unanimidade” entre 2023 e 2024: a chapa Almansa-Rubinho, a frente PT, PV, PCdoB, PSB, PSDB, Solidariedade e Cidadania, além do “apoio crítico” do PSOL.

Conforme Almansa, já há decisão do PT municipal, desde janeiro, para coligar com partidos que fazem parte do governo Lula e/ou são “oposição ao governo Cristian.

– PSDB, PSB, Solidariedade e Cidadania já definiram o nome do Rubinho. Vamos apenas homologar – explica Almansa, que nesta terça-feira compartilhou vídeo já participando, ao lado do futuro candidato a vice, de atividade com pré-candidatos a vereador.

– A direção estadual aprova – diz Almansa.

Lideranças ouvidas pelo Seguinte:, que também preferem o anonimato, não negam a dificuldade para explicar para ‘as bases do partido’ a aproximação com antigos adversários, mas não acreditam em uma reviravolta.

Ao fim, aguardemos o resultado do diretório petista desta quinta. A tendência é a confirmação do Almansa-Rubinho, como já me parecia confirmado desde abril; leia em Com bênção de Olívio, aniversário de Almansa comemorou frente ampla de oposição em Cachoeirinha; Veja imagens.

É uma chapa ‘MarxDonalds’, mas inegavelmente nada estranha à política de Lula.

É a ‘Real Politik’. Para a qual sempre evoco o ‘Ser Político’, do Millôr.

“Ser político é engolir sapo e não ter indigestão, respirar o ar do executivo e não sentir a execução, é acreditar no diálogo em que o poder fala e ele escuta, é ser ao mesmo tempo um ímã e um calidoscópio de boatos, é aprender a sofrer humilhações todos os dias, em pequenas doses, até ficar completamente imune à ofensa global, é esvaziar a tragédia atual com uma demagogia repetida de tragédia antiga, é ver o que não existe e olhar, sem ver, a miséria existente, é não ter religião e por isso mesmo cortejar a todas, é, no meio da mais degradante desonra, encontrar sempre uma saída honrosa, é nunca pisar nos amigos sem pedir desculpas, é correr logo pra bilheteria quando alguém grita que o circo pega fogo, é rir do sem-graça encontrando no antiespírito o supremo deleite desde que seu portador seja bem alto, é flexionar a espinha, a vocação e a alma em longas prostrações ante o poder como preparação do dia de exercê-lo, é recompor com estoicismo indignidades passadas projetando pra história uma biografia no mínimo improvável, é almoçar quatro vezes e jantar umas seis pra resolver definitivamente o problema da nossa subnutrição endêmica, é tentar nobremente a redistribuição dos bens sociais, começando, é natural, por acumulá-los, pois não se pode distribuir o pão disperso, e é ser probo seguindo autocritério. E assim, por conhecer profundamente a causa pública e a natureza humana, estar sempre pronto a usufruir diariamente do gozo de pequenas provações e a sofrer na própria pele insuportáveis vantagens”.

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