Gravataí produz muito lixo. Sim senhor, sim senhora!
Cerca de 5,5 toneladas por mês de acordo com o gestor público Paulo Garcia, secretário adjunto da pasta de Serviços Urbanos do município de Gravataí. Foi o que ele revelou durante a última reunião do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes) realizado no mês de maio passado, dia 22.
Mesmo com todo este volume, a média de lixo produzido por cada gravataiense (do recém-nascido ao centenário, como escreveu ontem aqui no Seguinte: o colega Rafael Martinelli) fica bem aquém do que é produzido em âmbito nacional, de acordo com o último relatório da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, a Abrelpe.
O Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, de 2017, estudo minucioso realizado pela Abrelpe, aponta que cada brasileiro, de todas as idades e condições sociais, produz mais de um quilo por dia de resíduos que, popularmente, são considerados lixo. Pelo levantamento, é 1,035 quilo por pessoa, volume que cresceu quase 0,5% em relação ao ano anterior.
Em Gravataí, as 5,5 toneladas por mês apontam para uma produção média de lixo de 20 quilos mensais por cidadão. Ou cidadã. Ou ainda, 0,666 quilo por dia considerando uma população de 280 mil pessoas (projeção para este ano do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quase 40% a menos do que é a média nacional detectada há dois anos.
Nesta conta estão principalmente os resíduos domésticos, orgânicos ou não, que são levados da aldeia dos anjos para o aterro sanitário de Minas do Leão.
PER CAPITA
Em 2016, cada brasileiro gerou 1,032 quilo de resíduos sólidos.
Em 2017, houve acréscimo de 0,48%, chegando em 1,035 quilo por habitante.
Em 2019, cada pessoa de Gravataí produz 0,666 quilo de resíduos por dia.
Orçamento
E o custo disso?
Está na matéria (link abaixo) publicada ontem aqui no Seguinte: que o orçamento da prefeitura de Gravataí para este ano prevê uma receita de R$ 691,9 milhões. Do que for arrecadado em 2019, financeiramente, cerca de R$ 30 milhões vão, literalmente, para o lixo. Ou seja, gastos com coleta domiciliar e seletiva, de animais mortos, transbordo e transporte, destinação final, coleta de entulhos, aterro Santa Tecla.
— Nos ajudem a fiscalizar. Esse é um problema que é de todos — pediu, quase implorou, e por pouco não ficou de joelhos, o secretário de Serviços Urbanos, ex-vereador e ex-vice-prefeito Francisco Pinho, após a exposição do “drama” que é para a pasta a questão do lixo e, mais do que isso, o descarte irregular de resíduos, aos conselheiros do Codes.
OS GASTOS (em reais)
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Problema crônico
O governo, segundo Garcia, tem o objetivo de reduzir os gastos relacionados ao lixo. Para isso é necessária especialmente a conscientização da população. Garcia alerta como medidas fundamentais que as pessoas não façam descarte irregular de resíduos e tratem a coleta seletiva como algo importante sob o ponto de vista ambiental e como forma de reduzir custos para a administração.
O descarte irregular é um problema crônico que faz a gestão pública se desgastar perante a população. Tanto pelo fato de ter um impacto visual nada agradável, ser prejudicial à saúde pública em muitos casos, e causar um esforço financeiro que poderia estar sendo destinado para outras ações, de educação, saúde, segurança, saneamento…
— A conscientização das pessoas de um modo geral é o que mais precisamos para nos ajudar a resolver ou, pelo menos, ajudar a resolver em parte esta questão. Não pensem que é fácil o que a gente faz… Limpamos um lugar onde as pessoas jogam lixo em um dia e em menos de uma semana, muitas vezes em até menos tempo, tudo está como antes — se queixa o secretário Francisco Pinho, dos Serviços Urbanos.
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Confira a entrevista com Paulo Garcia e Francisco Pinho, comn exclusividade para o Seguinte:, sobre o problema do lixo em Gravataí.
IMPORTANTE
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Segundo o Panorama dos Resíduos Sólidos 2017 – Abrelpe, a geração de resíduos sólidos urbanos (RSU) no Brasil foi de 78,4 milhões de toneladas em 2017, aumento de cerca de 1% em relação a 2016.
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A coleta regular atingiu 91,2% do que foi gerado, ou 71,6 milhões de toneladas. Isso significa que 6,9 milhões de toneladas não foram coletadas pelos serviços municipais e tiveram destino desconhecido.
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Mas o problema não acaba nessas 6,9 milhões de toneladas, pois também 40,9% do que é capturado pelo sistema de coleta regular é descartado de forma inadequada, num total de 29 milhões de toneladas.
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Essa enorme quantidade é enviada a lixões ou a aterros controlados, nome dado a lixões adaptados, que nem sempre têm os sistemas necessários para proteção do solo, das águas e do entorno.
Coleta seletiva
Trecho de reportagem publicada pela Abrelpe em seu site oficial.
….Os brasileiros estão gerando mais resíduos, mais municípios enviam lixo para lixões, e a coleta seletiva não avança. São dados do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. O estudo é realizado pela Abrelpe, Associação Brasileira Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, e chega neste ano à sua 15ª edição.
…Em um ano, a coleta seletiva andou de lado. Em 2016, segundo o estudo, em 1.692 cidades não havia nem sequer uma iniciativa nessa área. Em 2017, esse número caiu para 1.647. Mas, na região Centro-Oeste, por exemplo, a maior parte das cidades (55,2%) não tem nenhum tipo de seletiva.
…Para Carlos Silva Filho, diretor da Abrelpe, a estagnação se deve à falta de recursos dos municípios para o serviço e à falta de adesão da população.
O que é lixo?
(Fonte: Portal resíduos Sólidos)
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O conceito de lixo está ligado a um produto que foi descartado e que não tem valor nenhum. A idéia é que o lixo seja descartado e de preferência não tenhamos mais contatos com ele.
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Portanto, as causas do lixo é puramente uma ação humana de descarte de um produto. Se você observar bem, na natureza o ser humano é o único animal que produz lixo.
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Em uma linguagem mais técnica, Lixo que pode ser reaproveitado de alguma forma, passa a se chamar resíduo sólido. O que não pode ser aproveitado se chama então de rejeito.
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O setor de lixo no Brasil é regulamentado pela Política Nacional de Resíduos Sólidos, que define esses conceitos. Para elaborar essa lei foi feito um trabalho sobre o lixo de mais de 21 anos até ser aprovada. A Lei 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e foi um marco no setor.
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Como as consequências do lixo são graves para as sociedades, todos os países devem ter sua regulamentação do setor. A Directiva 2008/98/CE do parlamento europeu define regras para todos os 28 países da União Europeia.
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O lixo é sem dúvidas um dos maiores problemas sociais da atualidade. Cólera, disenteria, febre tifoide, filariose, giardíase, leishmaniose, leptospirose, peste bubônica, salmonelose são apenas algumas das doenças relacionadas ao lixo doméstico.
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Além disso, a destinação inadequada pode causar poluição dos mananciais, contaminação do ar, assoreamentos, presença de vetores. Da mesma forma a presença de aves pode causar colisão com aviões, problemas estéticos e de odor e Problemas sociais.
Por que é importante separar o lixo?
Para que possa ser reaproveitado, o lixo precisa ser separado. Assim, o materiais podem ser reconhecidos e reutilizados por exemplo na indústria. Existem inúmeros tipos de lixo, ou melhor, tipos de resíduos sólidos.
Para cada tipo existe um processo de reaproveitamento diferente. Da mesma forma, não existe uma única tecnologia que seja adequada para tratar todos os tipos de lixo existentes.