oi, filho

Que exemplo estamos dando para nossos filhos?

Como vocês já sabem o Beni está matriculado em uma escola infantil desde os três meses de idade, não por ideologia, mas por necessidade mesmo. As pessoas precisam trabalhar, não é? Desde que ele começou a “vida escolar” (haha), me pego pensando e lendo sobre o assunto, sempre que posso.

Essa semana, ao fazer a ronda pelos grupos de Facebook da cidade, me deparei com um vídeo lamentável. A cena era: uma mãe, acompanhada da filha adolescente, esperavam uma colega da menina sair da escola para “bater” nela. Os professores chamaram a Brigada Militar para fazer a escolta da garota, o que não adiantou muito, pois a mãe acabou avançando nos policiais e na garota, sendo mandada para a delegacia, mãe e filha. Uma mãe e sua filha sendo apreendidas pela polícia, na frente dos colegas, dos professores, dos outros pais, do tio da van, e de sabe-se-lá quantas pessoas depois que o vídeo foi parar na internet.

Quando assisti este vídeo, juro que pensei em qual será o futuro do Benício. No meu tempo de escola, haviam brigas, pancadaria e até uma cadeira voou nas costas de uma menina certa feita, fazendo com que a coitada entrasse na escola caminhando e saísse de maca do SAMU. Mas eram fatos isolados, coisas que aconteciam em uma escola e que todas as outras ficavam sabendo:

– Tu viu o que aconteceu no colégio?

Era um tempo em que tudo na internet era mato e que os vídeos de briga precisavam ser passados via infravermelho, encostando os aparelhos por uns 15 minutos para fazer a transferência de um arquivo com qualidade VGA, som horrível e que não dava pra distinguir se os brigantes eram homens ou mulheres, quiçá QUEM eles eram. Hoje a tecnologia evoluiu e com a infinidade de informações expostas nas redes sociais, com um pouquinho de insistência pode-se descobrir até o CPF da pessoa. Tudo isso não é  novidade para ninguém. Será que era para a mãe da moça? O que justifica tamanha exposição?

Foi na escola que a minha professora da primeira série, Silvia, incentivou meu gosto por contar histórias quando pediu para que escrevêssemos uma pequena narrativa em forma de livro. A “prima Vera” foi, possivelmente, o primeiro texto assinado por mim e contava a história de uma pomba e sua prima, que pasmem, se chamava Vera. Não lembro de mais nada da história, até porque isso já fazem quase vinte anos (meu Deus, como eu to velho!).

É este o papel das escolas, incentivar as artes, a escrita, a música, a poesia, a cultura, os desportos, as ciências! De dentro das salas de aula nascem os mais brilhantes profissionais de todos os níveis, e também nascem os traficantes, os ladrões, os corruptos, os preconceituosos e os assassinos! Todos convivem no mesmo ambiente e o que define o futuro de cada um, além das oportunidades que lhes são dadas, é justamente os exemplos que lhes são oferecidos.

Que tipo de exemplo esta escola teve nesta semana? Que tipo de jovens serão formados? É função da Brigada Militar parar toda a segurança pública, gastar combustível e tempo dos policiais para controlar uma mãe na porta da escola da filha?

Se semana passada eu trouxe um exemplo tão bonito de que ainda existem pessoas boas no mundo, desta fez encerro nosso encontro semanal com uma simples constatação: Existe uma inversão de valores em nossa sociedade, e eu realmente temo pelo futuro dos nossos filhos.

 

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