Viralizou no Grande Tribunal das Redes Sociais de Gravataí o vídeo que mostra os minutos de agressões sofridas por Mateus Henrique Juber, 19 anos. O estudante do nono ano da escola Antônio Aires está internado no hospital Dom João Becker, em estado grave, com um coágulo no cérebro após ser espancado a socos e pontapés por pelo menos três jovens, por volta das 22h30 desta quarta.
Vamos às informações e depois comento.
Conforme a diretora Aurelise Braun Neves disse ao diário Correio de Gravataí, o rapaz, que é novo na escola e na comunidade, é tímido e não há o que aponte que tenha ‘mexido’ com a namorada de um dos agressores – como é a história corrente no bairro Sagrada Família.
Ainda conforme o jornal, o delegado Rodrigo Bozzeto, diretor da 1ª Delegacia Regional Metropolitana encaminhou o caso à Delegacia de Homicídios.
– Isso não foi uma simples agressão, foi uma tentativa de homicídio – disse o delegado ao CG.
Já o secretário de Segurança de Gravataí, coronel Flávio Lopes, explica que as agressões ocorreram cerca de uma hora após o fim das aulas e a certa distância da Antônio Aires, naquele momento fora do horário e área de cobertura da Patrulha Escolar.
Analiso.
São covardes esses que agrediram o rapaz, mas me chama atenção o fato de alguém gravar toda a agressão em vídeo, pelo celular, em vez de, mesmo que discretamente, pedir socorro à Brigada Militar ou à Guarda Municipal.
Quem tenta fazer com que o espancamento cesse são meninas!
Essa pessoa que filmou, entendo, deveria ser processada como cúmplice da tentativa de homicídio.
Seria didático.
Fez-me lembrar da Leiliane Rafael da Silva, aquela vendedora de 29 anos que, enquanto idiotas filmavam e compartilhavam as imagens nesse caça-cliques insano dos nossos tempos, tentava com as mãos cortar as ferragens que prendiam o motorista de caminhão João Adroaldo Tomanckeves, 52, atingido pelo helicóptero onde estava o jornalista Ricardo Boechat.
Inspirado, o ilustrador Angelo France registrou o heroísmo altruísta de Leiliane, com o qual ilustro esse artigo, sem reproduzir o vídeo, porque é muito provável que os agressores covardes curtam e compartilhem, e outros imbecis considerem ‘mimimi’.
Seria de pensar “depois de tudo isso que fazem, ainda vão para a cama?”, mas é pior: ainda falam em ‘deus’ – isso quando não tatuam.
Seja exemplar, delegado: indicie os agressores e quem filmou!
Mande um recado para quem oferece, como um BBB, essas imagens bárbaras que fazem outros idiotas gozarem nas timelines e zap-zaps com cabeças esmagadas, braços decepados e tiros no rosto dos familiares de outrem.