Com 200 moradores internados devido à COVID-19, Gravataí bateu o recorde de julho, pico da pandemia, em transferências de pacientes para hospitais de outras cidades nos últimos 10 dias. Mesmo com 19 respiradores, o Hospital de Campanha (HC) e o Dom João Becker (HDJB) não oferecem tratamento para casos graves.
– Na última semana transferimos mais pacientes que os meses de frio, junho, julho e agosto – alerta o secretário da Saúde Jean Torman.
– Há ascendência de infectados, óbitos e tempo de internação.
Desde o dia 6 operando em “restrição máxima”, as portas do HC e da emergência do HDJB seguem abertas apenas para casos graves da COVID-19.
– Não negamos atendimento em nenhum momento, mas casos mais leves são direcionados para a rede de unidades de saúde.
Gravataí segue sob bandeira vermelha, de alto risco, assim como 20 das 21 regiões do Rio Grande do Sul, devido aos altos índices de contágio e internações por COVID-19 no Estado, conforme os indicadores do Distanciamento Controlado a quarta maior taxa semanal de óbitos do país.
A média de casos em Gravataí é de 1 a cada 3 horas. A cada 2 dias, uma vida é perdida.
A Região 10, a qual pertence o município, tem taxa de ocupação de leitos de 82,4%. Há 25 dias era 81.2%. Os indicadores desta terça mostram que 99.7% dos leitos privados já estão ocupados. Ou seja: não há leitos nem para a Casa Grande, nem para a Senzala, aos quais falta o mesmo ar.
Gravataí tem 13 dos 19 respiradores em uso por pacientes, e 18 dos 19 leitos de UTI ocupados.
Ao fim, insisto: culpe quem quiser, do político ao pastor, da prostituta ao bebum, do filho à vovó, mas cuide-se. Negar a pandemia é ser covidiota. Quem são? Do que se alimentam? Siga os comentários, caso não respeitem nem o luto da família do médico de Gravataí que sexta perdeu a vida para a COVID-19 aos 35 anos.
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