política

Resposta de Anabel ao Seguinte: parece de Bolsonaro contra Globo

Anabel Lorenzi, presidente do PDT de Gravataí

Anabel Lorenzi, nomeada pela direção estadual como presidente da comissão provisória que comanda o PDT de Gravataí, envia nota relativa ao artigo que publiquei ontem no Seguinte:, Gestão de Anabel é desastre político no PDT de Gravataí.

Reputo poderia ter sido uma nota assinada por Jair Bolsonaro e enviada à Rede Globo. Ataca veículo de imprensa e não desmente nada do que escrevi.

Siga na íntegra e, abaixo, analiso.

 

“…

É sabido por todos na cidade que o blog SEGUINTE sobrevive às custas de recursos públicos da Prefeitura Municipal de Gravataí, ou seja, nós, contribuintes, sustentamos o funcionamento deste “veículo de comunicação” que, em inúmeras oportunidades, emite opinião sobre o PDT e suas lideranças sem ouvir os dirigentes partidários e sem garantir o direito ao contraditório.

Numa democracia e para um jornalismo ser considerado de qualidade, este é um quesito fundamental. Sabemos, no entanto, que o pagamento sistemático de valores por parte da administração pública para este blog faz com que as opiniões ali divulgadas sejam as que, única e exclusivamente, interessam aos detentores do poder, ou seja, ao MDB e sua base aliada.

Neste contexto, cabe, então, esclarecer, as inverdades que constam na matéria divulgada em 21 de setembro:

1. Sobre os vereadores expulsos em 2020, é importante frisar que o processo de desgaste entre os dois e o Partido vinha de longa data, sendo que várias medidas disciplinares foram tomadas sem que tenham surtido efeito, só restando, portanto, a expulsão dos mesmos. Cabe salientar que, naquele momento, a Direção Municipal era composta por Diretório e Comissão de Ética, órgãos responsáveis pelo processo disciplinar nos municípios. Não foi, assim, uma decisão unilateral da presidência do Partido.

2. Sobre a saída do casal Daniel e Rosane Bordignon, é necessário salientar que a escolha partidária, bem como a desfiliação, é uma decisão pessoal e intransferível, isto é, precisa ser respeitada dentro do contexto da democracia que rege nossa participação na vida política do País.

3. Sobre o processo de expulsão dos vereadores Bino Lunardi e Dilamar Soares, cabe informar que a Comissão Provisória do PDT Gravataí, decidiu, a partir de um longo debate e de maneira coletiva, na noite de segunda-feira (20.09.21), encaminhar à Direção Estadual pedido para que seja instaurada Comissão de Ética a fim de aplicar as penas cabíveis tendo em vista a infidelidade partidária dos mesmos. O pedido vai sustentado pelo voto dos dois vereadores a favor do projeto da Reforma da Previdência, a defesa sistemática do governo MDB na tribuna da Câmara, ataques públicos ao PDT e sua direção, indicação política de pessoas dos mandados dos dois vereadores para Cargos em Comissão no governo e processo de desfiliação liderado pelos dois vereadores num claro movimento de fragilização do Partido.

4. Sobre a desfiliação de suplentes e membros do diretório extinto, cabe informar que o número de desfiliações até hoje não chega a meia dúzia. As listas encaminhadas ao PSDB, divulgadas em rede social, são de pessoas, na grande maioria, para não dizer na totalidade, que não compunham o Diretório, não foram candidatas e nem filiadas ao PDT eram.

5. Sobre a suposta perseguição política, é importante referir que este é um termo que o jornalista utiliza com o objetivo claro e evidente de ajudar os dois parlamentares numa possível perda do mandato dos mesmos. É essencial dizer, em alto e bom som, que o que há é um evidente desrespeito por parte dos dois vereadores às instâncias partidárias, ao estatuto e aos documentos que orientam a ação política dos filiados ao PDT, com mandato ou sem.

6. Sobre a participação dos dois vereadores em questão na Comissão Provisória, é honesto dizer que o próprio presidente estadual do PDT, Ciro Simoni, os convidou para integrarem. No entanto, nem resposta o mesmo obteve por parte dos vereadores Bino Lunardi e Dilamar Soares. Ou seja, as portas do PDT sempre estiveram e continuam abertas para que os dois sigam integrando as fileiras partidárias, porém com o compromisso de respeitarem as decisões do Partido.

7. Sobre a liderança da bancada, o vereador Dilamar Soares por inúmeras vezes colocou o cargo à disposição. No momento em que o mesmo se negou a integrar a Comissão Provisória, de maneira natural ocorreu a indicação do vereador Thiago De Leon para ocupar a função.

8. Sobre as possíveis candidaturas do PDT em 2022 e 2024, o jornalista faz futurologia sem conhecer os integrantes do Partido e baseado em informações falsas.

9. Sobre a manchete escandalosamente tendenciosa desta matéria, é possível perceber que, para o jornalista, só tem sucesso em Gravataí quem participa do governo do MDB. É importante ressaltar que há vida política fora do MDB e de sua base aliada, fora de governos e fora de esquemas escusos para se manter no poder. Aliás, há muita vida política pulsando, neste momento, em todo País contra as práticas antidemocráticas e antipovo implementadas pela direita. O PDT é um partido nacional que tem um projeto de desenvolvimento para o Brasil e para o Rio Grande do Sul e que não é conivente com ações que retiram direitos dos trabalhadores e trabalhadoras brasileiros ou que aumentam as desigualdades sociais.

10. Por fim, é importante lembrar que fazer oposição responsável, se manter fiel aos princípios partidários, fazer política com ética e respeitar as instâncias do Partido têm seu preço. Muitos, infelizmente, não estão dispostos a pagar.

Anabel Lorenzi

Presidente da Comissão Provisória/Gravataí

…”

 

Sigo eu.

Anabel usa a velha tática do envenenamento do poço – no caso, a fonte da informação, o Seguinte: – para desviar o foco dos fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos: em sua gestão no comando do partido dois vereadores foram expulsos, dois estão sob ameaça de expulsão e suas lideranças com mais votos em eleições na história do PDT de Gravataí, Daniel Bordignon e Rosane Bordignon (que a filiaram no PDT e lhe deram a presidência e a candidatura à Prefeitura), pediram para sair.

Conclui, ontem, em Gestão de Anabel é desastre político no PDT de Gravataí: “não está errada Anabel em defender um PDT canhoto, na oposição e fiel às suas bandeiras históricas. Mas, fatos, aqueles chatos que atrapalham argumentos, ao menos naquilo que é um termômetro da política, o voto, o partido só faz perder. Para me desmentir, só as eleições futuras. Não conheço, porém, vanguarda sem retaguarda”.

Anabel pode contestar minha análise de que sua gestão na presidência é um desastre político – mesmo que, acredito, concordemos que partidos estão cada vez mais fracos por virarem federações de mandatos e covis de interesse, sem respeito algum pelas orientações partidárias.

Ser um desastre político não significa deixar de ser uma bem-aventurança ideológica.

Mas não vejo como a professora contestar a ‘ideologia dos números’: foram expulsos, estão sob ameaça de expulsão ou pediram desfiliação políticos que somaram mais de 100 mil votos em menos de dois anos. É, ou não, um desastre político?

Nos Grandes Lances dos Piores Momentos da nota, ao falar sobre anunciantes e patrocínios, e usar dessa régua para medir a ética dos outros, permito-me desconfiar que talvez Anabel esteja ouvindo muito sobre dinheiros, já que o partido ainda tem dívidas de campanha e está chegando a hora de negociar, com madrinhas e padrinhos políticos, o fundão eleitoral para as eleições futuras.

Ao fim, em nenhum momento opinei que Anabel errou ideologicamente. "Acerto ideológico, erro pragmático de @anabellorenzi", tuitei ontem. Inclusive, fosse eu presidente, possivelmente teria agido da mesma forma. Já em relação à nota reputo agiu como Bolsonaro – de esquerda – quando ataca a Globo. Possivelmente vai agradar aos que restam ao lado dela. Os mais de 100 mil votos já se foram, sejam eles caros, ou baratos ao PDT de Gravataí.

 

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