RAFAEL MARTINELLI

Saída do vereador Jordan Protetor do governo de Cachoeirinha faz bem para causa animal; Como o Gaúcho, a Clínica 4 Patas está em seu colo, prefeito Cristian!

Prefeito Cristian e um de seus pets, o Gaúcho

A saída de Jordan Protetor (PDT) da base do governo de Cachoeirinha é mais uma vez o universo conspirando para o prefeito Cristian Wasem (MDB) fazer um bom governo; mesmo com um voto a menos na Câmara de Vereadores.

É escolha dele ser ou não ser um ‘Miki 2’, como, guardadas as imensuráveis proporções políticas, já alertei em Vereadora pede cabeça de coordenadora de posto de saúde e prefeito entrega; Como Cristian pode usar desastre político para evitar sequestro pela ‘República dos Vereadores’, ao revelar o lamentável episódio em que cedeu ao que chamo de ‘República dos Vereadores’, demitindo coordenadora de posto de saúde a pedido da vereadora Jussara Caçapava (Avante).

Antes da análise, vamos às informações.

Jordan comunicou o desligamento da base governista ao denunciar o suposto fechamento da Clínica 4 Patas, único serviço público de Cachoeirinha para política de bem-estar animal, além do CastraMóvel parado em uma garagem.

Reproduzo o post e, abaixo, sigo.

A saída de Jordan foi ‘SRD’; seu partido, o PDT, não o seguiu.

Reproduzo o post do vereador Fernando Medeiros e, abaixo, sigo.

O governo – e o prefeito – também reagiram.

Reproduzo nota da Prefeitura e, abaixo, sigo.

“(…)

COMUNIDADE DE CACHOEIRINHA,

​​​​É falsa a notícia de fechamento da Clínica 4 Patas.

Nos últimos dias, circulam boatos de que a Prefeitura irá fechar a Clínica 4 Patas, todavia, isso É MENTIRA!

Na realidade, a CLINICA está passando por um processo de reestruturação administrativa e de atendimento na busca de melhores condições de trabalho de atendimento aos animais domiciliados e pertencentes ao Município de Cachoeirinha, bem como os cães e gatos comunitário da cidade, respeitando o esforço de tantos profissionais e pessoas bem intencionadas que lá atuam.

Nesse processo, precisamos revisar e estabelecer regras mais claras de funcionamento, para que a Prefeitura e a sociedade possam ter total controle e transparência e, assim, vamos analisar os protocolos de procedimentos, melhorar a organização dos atendimentos, implementar um planejamento orçamentário e financeiro para as necessidades, entre outras medidas que são indispensáveis à correta prestação de qualquer serviço público.

Na semana vindoura, chamaremos uma reunião com as pessoas envolvidas na causa (cuja data e local serão amplamente divulgados), convidando todos os participes, especialmente as protetoras, para apresentação das ideias e definições dessas melhorias, bem como para oitiva dos demais envolvidos e, ainda, concomitantemente estamos buscando parcerias com instituições não governamentais que possam ajudar na ampliação dos serviços, inclusive com a implementação do CastraMóvel.

Nosso compromisso é a qualificação da política de proteção e atendimento animal na nossa cidade, conversando com os agentes participantes de tal processo, seja por transparência, seja pelos compromissos de nosso Prefeito e seu Vice, bem como para termos certeza de que a Clínica 4 Patas servirá aos seus reais objetivos, com o máximo de respeito à vida dos animais, às pessoas que atuam como protetoras e à sociedade de Cachoeirinha, que espera e terá o melhor do Governo Municipal na forma da Lei.

Atenciosamente.

Cristian Wasem

Prefeito Municipal

João Paulo Martins

Vice Prefeito

Sueme Pompeo de Mattos

Secretária de Sustentabilidade, Trabalho e Desenvolvimento Econômico

(…)”

Cristian também fez posts obviamente reforçando o compromisso com a causa animal.

Reproduzo e, abaixo, sigo.

Vamos agora à análise.

Como bem descreveu o jornalista Roque Lopes, em O Repórter, nos artigos Jordan está correto e Governo precisa ser transparente e Jordan segue certo; 4 Patas estava fechada, a Clínica 4 Patas ‘fechou para balanço’; isso é fato. Negar que o serviço pelo menos reduziu a quase zero é neologismo, ‘migué’, na linguagem popular.

Mas os motivos parecem ser nobres.

Cristian tem um plano de transformar a clínica em um verdadeiro serviço público, sem a necessidade de intermediação de políticos.

Ouvi e li protetores dos animais que respeito e é praticamente uma unanimidade que a condução da clínica não era condizente com um serviço público, onde impera a necessidade da impessoalidade.

Diz o artigo 37, da Constituição Federal, que “a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Aí atento para uma coisa importante, por experiência, já que também sou um (silencioso e no rotativo) ativista da causa animal.

Não consigo, por saber das dificuldades que impõe esse ativismo à vida pessoal, e da família dos ‘loucos dos gatos, cachorros ou cavalos’, criticar Jordan. Só por estar na causa, já merece mais do que a presunção de culpa de, como muitos o acusam no Grande Tribunal das Redes Sociais (onde também tem fãs), usar os bichos para ganhar votos; em 2022 recebeu 11.585 como candidato a deputado estadual.

Mas é notório que a Clínica 4 Patas, e muito por incompetência do governo, restava sob a influência do vereador.

Fato é que a responsabilidade agora está no colo do prefeito, assim como estava um de seus pets, o Gaúcho, na foto que postou no Facebook após a polêmica, e ilustra este artigo.

Se me permite, Cristian, basta buscar o exemplo na vizinha Gravataí, governada pelo seu partido, antes com Marco Alba e agora com Luiz Zaffalon.

Ligue para Márcia Becker, a ‘vereadora da causa animal’, e também de seu partido, que acompanhou toda a transformação do antigo canil de Gravataí, onde cães se canibalizavam, em um mini-hospital para atendimentos dos bichos.

Já ao vereador Jordan, não só por agora estar na oposição, mas porque milita na causa e sabe as necessidades, cabe cobrar ações práticas para além de cards bonitos nas redes sociais. Aí justifico a manchete, de que sua independência dos cargos na Prefeitura ajuda a causa animal.

Ao fim, a Clínica 4 Patas precisa ser um serviço público, sem interferência de políticos, assim como num posto de saúde uma vereadora não pode retirar fraldas com autorização pelo telefone da secretária da saúde, e nem alguém, com mandato ou sem, pode ‘oferecer’ enterros pagos pelos cofres da Prefeitura.

É por isso que, na abertura do artigo, apontei que o universo conspira a favor de Cristian. Resta agir, sempre, como manda o artigo 37 da Constituição, sob os princípios da “legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência”.

Se a ‘República dos Vereadores’ ameaçar, conta para o povo, prefeito! Se entregar aos sequestradores não é habeas corpus para cassação, lembra?

Já a nós, protetores, convoco para que paremos de latir ou fazer fuuuuu uns para os outros, e reforcemos a voz daqueles que não a tem: os animais.

A Clínica 4 Patas tem que funcionar bem e com acesso a todos que realmente precisam.

Começar com escolher para a coordenação alguém da medicina veterinária, mesmo que tenha zero votos, de preferência, já ajuda.

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