pequenas empresas, grandes histórias

Samira, a rainha das semi joias

Samira Cornely, de vendedora à empresária do ramo de semi joias: planos de expansão dos negócios para além fronteiras do Rio Grande do Sul

Depois de sofrer um acidente esportivo durante as férias que curta no litoral catarinense e que lhe impediu de retornar ao mercado formal de trabalho – há cerca de seis anos -, necessitando de rendimentos para manter as despesas da casa ao lado do marido, a gravataiense Samira Gabriela da Silva Cornely se descobriu uma excelente vendedora, uma mulher de visão que se transformou em empreendedora e, hoje, administra a própria marca de uma empresa de distribuição consignada de semi joias.

É uma das poucas empresas de Gravataí e região que trabalham com garantia estendida dos produtos que comercializam e que fornecem às suas revendedores kits em pastas personalizadas. E, segundo Samira, a Sâmmy Joias tem a melhor qualidade das peças que comercializa, cuidado que ela mesmo administra ao lado do marido Vinícius Azevedo dos Santos que deixou o ramo da metalurgia para se dedicar às atividades ao lado da esposa.

Na verdade, Samira nasceu em Porto Alegre, mas sempre morou – e mora! – em Morungava. Está próxima de familiares e amigos em uma vida tranquila em meio a muito verde e dos gatos Oddi (um macho de seis anos, arisco) e Sophie (uma simpática fêmea de dois anos, bastante dócil). Onde mantém o estoque, mesmo local em que são montados os kits, realizada a limpeza e substituídas as etiquetas das peças, por uma questão de segurança ela não revela “nem sob tortura”.

— A gente escolheu Gravataí, depois de morar por cerca de dois anos em Sapucaia do Sul porque sempre moramos aqui, em Morungava, desde solteiros, e por uma questão de necessidade e praticidade, para construir a nossa vida. E para viver com um pouco mais de tranquilidade e praticamente em meio à natureza — diz Samira, uma empresária de riso fácil e bem falante.

Consignação & comissão

A dona da Sâmmy Joias lembra que, no começo, ela mesma vendia as semi joias, só que a clientela se expandiu de tal forma que não estava mais conseguindo “dar conta do recado”. Anéis, brincos, pingentes, pulseiras, correntes, a grande maioria banhada com ouro 18 quilates, era vendida para pessoas da família e ex-colegas de trabalho e curso.

(Para saber, ela tem formação superior em Gestão de Recursos Humanos e é técnica em Gestão Empresarial. )

Foi quando ela começou a montar os kits com as semi joias e repassar para pessoas mais próximas comercializarem na forma de consignação e mediante remuneração a base de comissão. Deu tão certo que há cerca de quatro anos toda a mercadoria que comercializa leva a marca Sâmmy Joias, adquirida de parceiros-fornecedores que estão em Guaporé (Rio Grande do Sul), Limeira (São Paulo) e Goiânia (Goiás).

Samira e Vinícius compram os produtos e montam os kits. Entregam às vendedoras – hoje são 48, mas já chegou a ter 60 em épocas em que os ventos da economia sopravam mais favoráveis. O acerto de contas é feito no final do mês, geralmente, quando as representantes retornam com o que sobrou e levam novos kits. O que sobrou passa por um processo de limpeza e troca de etiquetas, para voltar às pastas.

Elas, as vendedoras, pagam à Sâmmy Joias apenas o que venderam, já descontada a comissão de 30% que corresponde à remuneração pelo trabalho realizado. Segundo Samira, este comissionamento pode representar algo em torno de R$ 2,5 mil, por baixo, chegando até a R$ 8 mil ou R$ 10 mil quando a representante tem uma boa carteira de clientes.

— É um dinheiro que, muitas vezes, gente que tem  faculdade não consegue ganhar num emprego tradicional, com carteira assinada — diz Samira.

Garantia diferenciada

Os kits que ela monta e entrega para venda tem peças destinadas ao público feminino, masculino e infantil, e são compostos principalmente por brincos, anéis, gargantilhas, correntes, correntes com pingentes e pulseiras. Neste mês, segundo a empresária, as pastas ganharam um componente a mais: relógios masculinos e femininos de diversos modelos.

Um dos diferenciais da Sâmmy Joias em relação à concorrência, afirma, é a garantia de três anos para as peças que vende.

— E não é só para defeito de fabricação. A gente troca até mesmo peça que venham a apresentar defeito por conta do mau uso, algo que nenhum outro deste ramos faz. Aliás, a garantia que a concorrência dá é geralmente de um ano e apenas por defeito de fabricação — diz, propagandeando o seu negócio.

Para os relógios, que estão entrando agora no conjunto, a garantia é de um ano.

A curiosidade do repórter:

— Samira, não tem muito calote de vendedoras que pegam os kits e desaparecem?

Ela garante que não.

A razão é simples! Normalmente as vendedoras chegam até ela por indicação de amigas, de familiares, de pessoas que trabalham ou que já trabalharam com ela e que são merecedoras de confiança. Ainda assim, a gestora de RH cumpre a rotina de qualquer outra empresa. Busca informações nas redes sociais, pede comprovante de endereço e, na medida do possível, cerca-se de todos os cuidados.

Grifes famosas

Aliás, cuidados que são extremamente necessários considerando os valores do que entrega para as vendedoras. Um kit base, dos menores – ela não sabe a quantidade de peças e prefere mensurar pelo valor que a pasta leva – fica na faixa dos R$ 8 mil a R$ 10 mil. Os mais completos, agora com relógios, chegam a valer (pasme, caro leitor!) a bagatela de R$ 40 mil. Até R$ 45 mil.

As representantes da Sâmmy Joias, ou vendedoras, e consequentemente a sua clientela, estão espalhadas em quase todas as cidades da Região Metropolitana de Porto Alagre. Cerca de 80%, calcula. O restante está no Vale dos Sinos e em cidades do Litoral Norte gaúcho, além de algumas cidades do Sul de Santa Catarina.

As peças que comercialização são réplicas de joias produzidas por empresas de grife famosas, a grande maioria banhada a ouro, 18 quilates, ou com aplicação de ródio – elemento químico da família da platina – sobre zircônio, outro elemento químico, que dá a aparência de prata, porém mais resistentes. As pedras são de zircônia, produzidas em laboratório com a aparência de diamantes.

PARA SABER

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As peças mais baratas que fazem parte do kit da Sâmmy Jóias são vendidas por aproximadamente R$ 12,00. Já as mais caras podem chegar a R$ 700,00 e são, normalmente, gargantilhas com pingentes.

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A Sâmmy Joias pode ser encontrada pelo WhatsApp (51) 8517.1739.  E na rede social  Facebook (clique aqui).

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