RAFAEL MARTINELLI

SEGUINTE TV | 1,2 bi ficam em Gravataí: “A GM é nossa”; Assista como foi anúncio do novo investimento da montadora

Vamos produzir mais carros do que boatos. A brincadeira do presidente do sindicato dos metalúrgicos, Valcir ‘Quebra-Molas’ Ascari, durante o anúncio do investimento de R$ 1,2 bilhão na fábrica de Gravataí, traduz o alívio com o ‘dia do fico’ da montadora não só no Rio Grande do Sul, mas no Brasil, depois da incerteza provocada pelo contágio econômico pós-pandemia.

O aporte, que é parte de um plano de investimentos de R$ 7 bilhões da montadora no Brasil entre 2024 e 2028, anunciado em janeiro ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, serão usados para modernização do complexo automotivo local e produção de um novo modelo 2026.

O presidente da GM para América do Sul não deu detalhes, mas já vazou na mídia especializada que se trata de um SUV do Chevrolet Onix, chamado por enquanto de Projeto Carbon; leia mais em O que se sabe sobre o Projeto Carbon; O ‘dia do fico’ da GM em Gravataí.

– Vamos lançar um novo modelo que vai nos permitir concorrer em segmentos que hoje não cobrimos, tanto no mercado doméstico brasileiro quanto no mercado de exportações – disse Santiago Chamorro, em evento que reuniu políticos como o governador Eduardo Leite e o prefeito Luiz Zaffalon, mas reservou menções especiais a funcionários, como Alessandro Pacheco, colaborador desde o primeiro dia e que conheceu a esposa na fábrica.

– Tem um filho. Vamos ter que arrumar alguma coisa para esse cara aqui – brincou o presidente, descrevendo a GM como “uma marca de passado, presente e futuro”.

– São 4,7 milhões de unidades, com marcas icônicas, como o Celta, o Ônix, o novo Ônix. E, a partir do ano de 2026, com esse modelo inédito – disse, celebrando o quarto investimento que a GM faz na planta de Gravataí desde a inauguração em 20 de julho de 2000.

– No Brasil são 99 anos e contando – concluiu.

– Gravataí não só está na lista, como o primeiro investimento está sendo feito aqui: tem a fábrica mais moderna e produtiva do Brasil, entre as cinco no mundo – disse o presidente do Instituto GM, Fabio Rua, que conduziu homenagens a funcionários pelo voluntariado e arrecadação de R$ 1,2 milhão, que somados a recursos da montadora e de colaboradores de diferentes países, permitiram a destinação de R$ 3 milhões em socorro e benefícios a atingidos pelas inundações no RS.

O governador descreveu o investimento como sinal de confiança da GM na recuperação do RS após a catástrofe de maio.

– O anúncio que a GM traz aqui nos dá confiança. Porque quem coloca R$ 1,2 bilhão confia no futuro desse Estado, que vai entregar resultados econômicos à empresa. Atuamos para atualizar a legislação de incentivos fiscais. É um caminho de mão dupla: a GM está confiando no RS, o RS confia na GM – disse, sem detalhar a negociação que viabilizou o novo investimento bilionário.

Eduardo Leite também lembrou a insistência do prefeito para que parte dos R$ 7 bi fosse investida em Gravataí.

– Ele chegava ansioso. Eu dizia: calma, vai acontecer – lembrou, também fazendo uma citação especial ao gravataiense Dimas Costa, ‘embaixador de Gravataí’ em seu governo, além de revelar nova negociação para instalação no município “de grande investimento na área tecnológica”.

– Mantenha segredo, prefeito – instigou.

– Há uma interdependência entre Gravataí e a GM. Metade do que arrecadamos vem da montadora. Bati nas portas que podia, perguntando: “o que o município pode fazer (para ter o investimento)?” – disse o prefeito, defendendo “condições iguais” na reforma tributária para a GM competir na guerra fiscal que hoje beneficia a Stellantis no Brasil; o que também motivou ofício do Simgra ao vice-governador Geraldo Alckmin.

– Em condições iguais, a GM não perde para ninguém.

Ao Seguinte:, após o evento, Zaffa também demonstrou alívio pela GM ter um plano de investimentos até 2028.

– Sempre usamos a nosso favor ter a planta mais moderna e produtiva. Não tinha como Gravataí ficar de fora. Vai ficar no RS, vai ficar no Brasil. A GM é nossa.

O prefeito não quis revelar o novo investimento citado pelo governador.

A presidente da Associação Comercial, Industrial e de Serviços de Gravataí, Graziella Isoppo, também comemorou o investimento.

– É uma excelente notícia para Gravataí, mas também para o Estado, neste momento de reconstrução – disse, acompanhada pelo vice-presidente Régis Albino.

– Essa é a notícia mais importante: a GM fica no Brasil, fica em Gravataí – celebrou a deputada estadual de Gravataí, Patrícia Alba.

Marco Alba (MDB), prefeito no último investimento de R$ 1,4 bilhão feito pela GM em Gravataí, em 2014, também destacou a solidez da relação entre a montadora e Gravataí.

– Gravataí seguirá uma cidade de ponta a partir de uma das plantas mais modernas da GM no mundo – disse o ex-prefeito.

Assista ao vídeo produzido pela SEGUINTE TV no anúncio do 1,2 bi e, abaixo, concluo.


Como observei nos artigos anteriores sobre o ‘dia do fico’, uma certeza há: é a notícia do ano para Gravataí.

Reputo não significa apenas que a fábrica gravataiense recebe seu bilhão, mas é principalmente a confirmação de que a GM fica no Brasil, depois de rumores pós-pandemia de que poderia fechar fábricas.

É fato que Gravataí experimenta uma ‘GMdependência’. O complexo automotivo responde por praticamente a metade do orçamento de R$ 1 bilhão do município; leia mais em A queda no PIB e a ‘GMdependência’: a verdade sobre Gravataí não ser mais a quarta economia gaúcha; Entre a narrativa e a vida real e Secretário da Fazenda desmonta mentira sobre causas da queda no PIB de Gravataí; De Haddad a Bolsonaro, Davi prestou contas aos vereadores.

Ao fim, com o anúncio do R$ 1,2 bilhão, o fantasma de um pinote da montadora desaparece pelo menos nos próximos cinco anos em que o investimento resta programado para o Brasil pela GM.

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