RAFAEL MARTINELLI

Servidor denunciado pelo MP em operação que afastou Miki sob suspeita de corrupção recebe função gratificada na Prefeitura de Cachoeirinha; O prefeito Cristian não tem culpa

Operação Proximidade foi deflagrada na Prefeitura em 2021

Um engenheiro da Prefeitura de Cachoeirinha, denunciado pelo Ministério Público na Operação Proximidade, que investiga suspeitas de corrupção em contratos de limpeza urbana assinados pelo prefeito cassado Miki Breier (PSB) com a SKM Empreendimentos, recebe desde 8 de março uma função gratificada no governo Cristian Wasem (MDB).

O funcionário público concursado, que recebe “gratificação de responsabilidade técnica”, está entre os 20 denunciados pela Procuradoria dos Prefeitos na investigação que levou a  4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul a afastar Miki do cargo em 2021.

O MP aponta um desvio de R$ 27.907.815,58.

Conforme a Prefeitura, a concessão da FG de R$ 1.735,21 não configura vantagem concedida pelo prefeito exclusivamente ao servidor.

Acontece que a Lei 4886/22, que entrou em vigor em janeiro, estabeleceu o pagamento a todos engenheiros responsáveis por laudos técnicos, assinaturas de projetos, vistorias e fiscalização de obras e aprovação de projetos.

Assim, quando o servidor retornou após o afastamento, passou a ter os mesmos direitos dos demais engenheiros.

Fato é que a legislação elimina risco do prefeito ser envolvido em “corrupção de testemunha”, que é o oferecimento de benefício que possa influenciar em processo criminal – como alertou, em caso análogo, o advogado criminalista Rodrigo Schmitt, em sua coluna na Real News, ao informar que o prefeito de Canoas Jairo Jorge concedeu FG para testemunha de acusação da Copa Livre, operação do MP que, como Miki, também levou a seu afastamento da Prefeitura pelo TJ, sob suspeita de corrupção em contratos da saúde que chegam a R$ 66,7 milhões.

Tivesse concedido a FG por vontade própria ao engenheiro, mesmo que não tenha nenhuma citação na Operação Proximidade, nem na segunda fase, a Ousadia, que prorrogou o afastamento de Miki, Cristian poderia restar sob suspeita de influenciar investigado relacionado a ação criminal que responde um, hoje, potencial adversário político: Miki.

Ao fim, está explicada a concessão da vantagem ao servidor denunciado pelo MP. Querer que o contribuinte, que paga o salário, entenda, é outra coisa; mesmo que, como o processo não transitou em julgado, o engenheiro tenha a garantia da sagrada presunção de inocência.

No Grande Tribunal das Redes Sociais a sentença vem em 3,2,1…


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