Os servidores municipais de Cachoeirinha decidiram há pouco que vão retornar ao trabalho na segunda-feira, encerrando uma greve de 60 dias, completados nesta sexta-feira (5/5), a maior paralisação do funcionalismo na história dos 50 anos do município. A informação foi confirmada há pouco pelo presidente do Sindicato dos Municipários, professor Guilherme Runge.
Até o final da tarde ou na manhã deste sábado o Simca deve publicar uma nota com os detalhes sobre a decisão dos grevistas que aprovaram os três itens propostos ontem em documento encaminhado pelo governo do prefeito Miki Breier (PSB). As propostas, porém, foram aprovadas com ressalvas e na ata devem constar considerações da categoria, tiradas da assembleia encerrada há poucos instantes.
Guilherme não antecipou quais as ressalvas e considerações, alegando que estas informações estarão na página do Sindicato dos Municipários, na nota que vai ser divulgada, e no documento que será entregue pela Comissão de Negociação, segunda-feira que vem, na Prefeitura, comunicando o resultado do encontro.
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Imprensa expulsa
A assembleia do funcionalismo municipal desta manhã, na sede da escola Lampadinha, teve mais de 300 grevistas presentes e começou tensa, com expulsão de jornalistas da imprensa da capital – repórteres da RBS foram expulsos aos gritos de “golpistas” – e do Seguinte:, o único veículo de comunicação de Cachoeirinha e Gravataí que estava no local. Foram proibidas imagens da assembleia.
O presidente Gulherme Runge abriu o encontro por volta das 9h fazendo um relato do que aconteceu desde antes da sessão que aprovou o ‘pacotaço’ de Miki Breier em 24 de fevereiro, as reuniões com o Ministério Público de Cachoeirinha, a audiência pública da Assembleia Legislativa, encontro mediado pelo Ministério do Trabalho e a audiência pública na Câmara dos Deputados, em Brasil.
Runge disse que no Ministério Publico de Cachoeirinha os promotores optaram por não se indispor com seus vizinhos, referindo-se à Câmara de Vereadores, cuja sede fica praticamente em frente ao prédio do MP. Ele ainda acha que as medidas aprovadas dia 24 de fevereiro e em 30 de março – quando foi votado o escalonamento do vale-alimentação e houve o confronto com a Brigada Militar – ainda podem ser revogadas na esfera judicial.
— A nossa expectativa é de que estas sessões sejam anuladas pela Justiça e, se isso acontecer e o governo insistir nestas medidas, elas vão ter que ser votadas de novo pelos vereadores. Daí eles (governo municipal) vão ter que devolver tudo que nos roubaram até agora — disse o presidente do Simca, ao microfone, para os grevistas.