Edison Cordeiro (Republicanos) será o presidente da Câmara de Cachoeirinha em 2024. A mesa-diretora eleita é toda da ligada à base do governo Cristian Wasem (MDB): além do pastor, Otoniel Gomes (MDB) é o vice, e Gilson Stuart (PSB) e Jordan Protetor (PDT) o primeiro e segundo secretários.
Antecipei ainda em agosto, em Aumento do número de vereadores faz parte de ‘acordão’ para eleger próximo presidente da Câmara de Cachoeirinha; O Jornalista de Taubaté.
Aguardemos para ver se acerto a segunda profecia do artigo acima, e uma nova do ‘pacote de bondades’ para políticos, que antecipo ao fim deste texto.
No artigo, escrevi:
“Printe & Arquive na Nuvem: um ‘acordão’ para eleição de Edison Cordeiro (Republicanos), em dezembro, à Presidência da Câmara de Cachoeirinha em 2024, tem como cláusula pétrea política apresentar o aumento no número de vagas para vereadores a partir de 2025”.
Já tinha antecipado a tara pela pauta em janeiro, em Parem Cachoeirinha que eu quero descer! Pensam em aumentar o número de vereadores; Vocês estão loucos?.
Escrevi:
Alguns vereadores enlouqueceram e querem que o recém eleito presidente da Câmara, Paulinho da Farmácia (PDT), apresente projeto aumentando o número de cadeiras no legislativo municipal.
Nenhum político, ainda, banca a ideia, em on. Só em off. Sob condição de anonimato, apurei que já tem o quórum qualificado necessário: 12 entre 17 vereadores.
Ilegal não é. Imoral, deixo o juízo de valor para você que me lê.
Inocente, no tal artigo apelei para o prefeito Cristian Wasem (MDB), para que, mesmo que não deva constitucionalmente interferir em outro poder, “aconselhe a base governista a não embarcar nesse deboche com o povo da – como chamo – ‘Pobre Cachoeirinha!’, parada há pelo menos dois anos por CPIs, tentativas de impeachments e golpeachments, denúncias e cassações, tenham sido por feitos ou malfeitos de seus políticos”.
Seis meses depois o próprio prefeito estacionou seu ‘bonde dos cargos’, como analisei em O ‘bonde dos cargos’ do Cristian: 90 novos CCs e FGs ao custo de 10 milhões; A ‘Pobre Cachoeirinha!’ da ‘República dos Vereadores’ e o prefeito no caminhão de lixo.
E a Câmara logo aprovou, e já há repercussões nas finanças da Prefeitura, como reportei em Vereadores aprovam ‘bonde dos cargos’ de 10 milhões do prefeito Cristian; Com metade do orçamento, a ‘Pobre Cachoeirinha’ já tem mais CCs e FGs que Gravataí. Saiba os votos, O efeito do ‘bonde dos cargos’: governo Cristian começa a priorizar salários em Cachoeirinha e ‘Bonde dos cargos’: MP e Judiciário não vão intervir em contratações do governo Cristian; Responsabilidade é dos políticos de Cachoeirinha.
Mas vamos adiante.
Por que não é ilegal aumentar o número de vereadores?
Cachoeirinha tem hoje 17. Conforme a Emenda Constitucional 58/2009, municípios que tenham entre 120 mil e 160 mil habitantes podem ter até 19 vereadores.
Até, diz a lei. Não é uma obrigatoriedade.
Conforme dados de 2021 do IBGE, a “população estimada” de Cachoeirinha é de 132.144 pessoas.
Por que sou contra?
Os argumentos de hoje são os mesmos de janeiro e de agosto.
Não é por permitir aos políticos apenas a presunção de culpa, como no Grande Tribunal das Redes Sociais de Cachoeirinha fazem, a cada véspera de eleição, garotos de programa online, influencers via pix e desinformados, ou informados do mal.
(Dos Grandes Lances dos Piores Momentos é que a maioria, se não todos, apoiarão o projeto que aumenta o número de vereadores; muitos políticos são a fonte do pix).
Comungo da ideia de que os vereadores são a principal representação da comunidade. O legislativo, sob os critérios da proporcionalidade nas urnas, representa 100% dos votos da cidade. Pela minha própria lógica, aumentar o número de vereadores aumentaria a representatividade do povo. Mas reputo Cachoeirinha vive um momento singular. Não é hora de provocar os eleitores no plural.
Ou alguém, que não se sinta beneficiado, ou projete alguma vantagem futura, vai apoiar aumentar o gasto com vereadores, salários, assessores e estrutura funcional em uma cidade em depressão política e onde um tapa-buraco é obra?.
“Contestem-me”, desafiei em janeiro e agosto; sigo sem resposta.
Concluí, no artigo de agosto:
Inegável é que, mesmo que os vereadores amalucados com esse projeto estejam tomados pelo nobre desejo de aumentar a representatividade do povo na Câmara, criar mais vagas os beneficia diretamente.
Antecipo um resumo lógico: de 10 votos necessários em 2020 será preciso apenas 8 para garantir a eleição em 2024 para a legislatura 2025-2028. A mesma proporção, aí a maior, custará ao orçamento público”.
E apelei:
Não façam isso com Cachoeirinha, vereadores! Não porque vai ser notícia estadual, mas porque é uma vergonha de quintal, mesmo. Não aumentem o ódio à política que nos trouxe a esse momento no qual muitos adorariam defecar na cadeira de algum poder.
Antecipo, prefeito: aprovado um projeto criando mais vagas na Câmara, queira o senhor ou não, mas restará ao menos suspeito de ser o chefe de uma ‘República de Vereadores’. Ou, pior: uma ‘Rainha da Inglaterra’.
Se não está refém dessa ‘República de Vereadores’, reina nela – com mais alma de vereador do que de prefeito”.
Ao fim, resta-me ainda hoje o ‘Troféu Jornalista de Taubaté’.
Não só o prefeito aumentou cargos, como os vereadores devem tornar real o ‘acordão’ e aumentar o número de cadeiras na Câmara, como também – aí a novidade – vão aprovar também aumento de salários para a próxima legislatura, para eles, e também para prefeito, vice e secretários municipais; tudo dentro da lei, registre-se, já que salários de uma legislatura e mandato devem ser definidos antes da eleição.
(contém ironia) É a ‘Pobre – rica – Cachoeirinha’!