Napoleões de hospício tiraram a mão da úlcera para, como nazistas faziam com judeus, apontar o dedo para comerciantes e profissionais liberais de Gravataí que votaram em Lula.
Circula em grupos de WhatsApp a “Lista de Petistas com negócios em Gravataí (Eu não vou comprar mais nem uma bala)”.
É, além de amoral, uma ação criminosa.
Conforme o Artigo 326 do Código Eleitoral, é crime de injúria eleitoral, cuja pena prevê detenção até seis meses, ou pagamento de 30 a 60 dias-multa.
Em Santa Catarina e no Paraná o Ministério Público já investiga casos semelhantes.
Não divulgo os nomes da lista aldeana porque não tenho autorização das vítimas, mas arrisco ganhariam clientes, mesmo na Gravataí que deu 6 a cada 10 votos para Jair Bolsonaro no segundo turno.
Reputo, divulgada por bolsonaristas ou não, cristãos ou não, é uma prática nazista por remeter às Leis de Nuremberg, criadas para segregar os judeus da sociedade ‘ariana’ e revogar seus direitos civis, políticos e legais.
Indico a leitura, acessível a crianças e adultos, mesmo com dificuldade de interpretação, de Legislação anti-semita na Alemanha antes da Guerra, na Enciclopédia do Holocausto.
Ao fim é a ‘banalidade do mal’, desenvolvida no pensamento de Hannah Arendt. Em Eichmann em Jerusalém, ao acompanhar o julgamento do oficial nazista como correspondente do The New Yorker, e ouvi-lo, embora as atrocidades por ele conduzidas tivessem sido de uma crueldade inimaginável, ela se refere ao carrasco como “ordinário, comum, nem demoníaco, nem monstruoso”.
Igual aos que neste Finados bloqueiam cemitérios.