crise do coronavírus

Socorro emergencial é para quem tem fome, não para CTG; leiam a Lei Aldir Blanc!

Sônia Zanchetta deu a lacrada em postagem que mostrou live de vereadores querendo uso de dinheiro de socorro federal para piquetes de CTG

Imagina se o prefeito Miki Breier postasse um vídeo anunciando a liberação de dinheiro de socorro emergencial do governo federal, destinado para quem enfrenta dificuldades para sobreviver durante a pandemia, para uso na promoção de uma Parada Gay virtual em Cachoeirinha.

Desabava o Madrid, não?

Disparate igual é a proposta dos vereadores Ibaru Rodrigues (PRB) e Marco Barbosa (PP) de destinar recursos da Lei Aldir Blanc para beneficiar piquetes tradicionalistas em uma Ronda Crioula virtual do CTG Rancho da Saudade.

Cachoeirinha tem verba liberada de R$ 885 mil pela Lei Aldir Blanc, que garantiu o auxílio emergencial, além da distribuição de quantias para garantir a manutenção de empresas e espaços culturais. E não, como bem alerta Sônia Zanchetta (ativista cultural de Cachoeirinha que tem como experiência ‘apenas’ a participação por 24 anos na Comissão Executiva da Feira do Livro de Porto Alegre, um dos maiores eventos literário do Brasil), para projetos do calendário de eventos dos municípios, ou a partir de projetos de prefeituras ou câmaras.

É preciso montar um edital com regras de participação, justamente para evitar ideias estranhas como a dos parlamentares, que querem colocar 60 piquetes na frente da fila onde está gente que enfrenta dificuldade para sobreviver e faze parte de um dos setores mais contagiado economicamente pela pandemia, o de Eventos, com queda de 67,4% na movimentação financeira conforme pesquisa de julho da revista Pequenas Empresas & Grandes Negócios. Só perde para o Turismo, com 80,3% de redução nas atividades.

Para completar mais um dos Grande Lances dos Piores Momentos dessa legislatura, os oportunistas Ibaru e Marco Barbosa fazem parte de piquetes. É isso mesmo: além do viés eleitoreiro, os vereadores estariam legislando em causa própria. E, de forma abjeta, queriam botar a mão em dinheiro destinado a quem até passa fome, ou está sobrevivendo de bicos, rifas e apoio de familiares e amigos, além de chorar a cada mês redução de aluguel, no caso de casas noturnas.

Parênteses: em Cachoeirinha, é difícil restar uma casa noturna viva após a pandemia, para além daquelas que vendem comida e oferecem como sobremesa música ao vivo, em uma malandragem semelhante à da Havan, que em Gravataí colocou sacos de feijão e arroz na prateleira para ficar aberta como atividade essencial, mesmo quando outros precisaram baixar as grades.

Ou alguém acredita que CTGs vão fechar?

– Pode ser legal? Não sei. Mas é completamente imoral uma coisa destas. Tem gente passando fome e querem investir em festa de piquete tradicionalista? Orar, para não piorar! – escreveu o jornalista André Boeira, que reproduz live dos vereadores que você assiste CLICANDO AQUI.

Ao fim, faço minhas as palavras do Boeira – com exceção da conclusão. Só orar não adianta. Com tanta reza que se vende por aí, não viveríamos por décadas confirmando a millôriana sentença: "Brasil, o país do faturo!"

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