coluna do cidade

Temer

És uma fruta podrinha

Caindo sozinha

Longe do pé

No pomar dos diabos

Te vigiará uma ave marinha

Que saboreia peixes decompostos

Os ouvidos aptos

Pro teu chorinho alto

Coberto com o lençol dos decapitados

Em tua cabeça ecoa o som do dinheiro vil

Que compra saltos altos

Terás casa no recinto de metal

Sofrerás ao sol no cemitério quintal

Sendo escorpião entre gente meio aranha

Que do desculpe tem a manha

Tonificada no asco que fia o cuspe

Em rejeição tamanha

Mas será um nada que te assuste

Entre os libados brabos

És uma fruta podrinha que o cabo não resiste

Entre tantas mais de mil

A nossa gente pobre como a gente que assiste

Teu desvanecer sem brio

Não resiste e sorri.

 

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