coluna do silvestre

Tuiuti perde 400 alunos por causa dos prédios interditados; começa o ano letivo

Diretora da Escola Tuiuti. Geovana Affeldt (foto de novembro passado) em um dos pavilhões interditados e que não tem data determinada ainda para ser recuperado. São 12 salas de aulas a menos.

O maior educandário da rede estadual de ensino em Gravataí, a Escola Estadual de Ensino Médio Tuiuti, volta às aulas um pouco mais tarde neste ano, no dia 5 de março, e com cerca de 400 alunos a menos do que o total de matrículas efetuadas para o ano letivo de 2019, quase 1.200.

Em razão da interdição de três blocos,  cada um com quatro salas de aulas, a secretaria Estadual de Educação determinou que não fossem abertas matrículas para novas turmas do Ensino Médio A redução do número de vagas causa transtorno na comunidade escolar, segundo a diretora, Geovana Rosa Affeldt.

— Diminui de quase 1.200 para em torno de 800 porque não pude abrir vagas pra alunos novos. Isso está causando um transtorno enorme pra comunidade pois a Tuiuti costumava nem dar conta da demanda, imagina sem oferecer as vagas… — comentou a diretora, nesta terça pela manhã, para o Seguinte:.

Já a retomada das atividades escolares só no começo de março é um privilégio não só da Tuiuti, mas de todos os estabelecimentos de ensino no qual houve professores que aderiram à greve do Magistério e do funcionalismo, em protesto ao “pacote” de leis do governo do Estado que promove contenção de gastos, e restringe vantagens incidentes sobre salários, do funcionalismo gaúcho.

— Aqui (na Escola Tuiuti) a previsão para início das aulas é dia 5 de março. É que tivemos um grupo de professores em greve e acabamos o ano letivo de 2019 só no dia 31 de janeiro deste ano — explicou.

 

No improviso

 

Sobre a falta de espaço causada pela interdição de três dos quatro pavilhões em que ficam 12 salas de aulas, a diretora disse que vai ter que improvisar, forma com a qual conseguiu acomodar os estudantes no final do segundo semestre de 2019. O primeiro prédio interditado, em julho de 2019, foi recuperado e já está entregue deste o ano passado.

— Vamos continuar utilizando o refeitório, a sala dos professores, a sala de informática, o salão de eventos onde coloquei piso com o dinheiro arrecadado na festa de dezembro (promoção para arrecadar fundos para as reformas na escola) e talvez tenha que utilizar o salão da Igreja novamente…

 

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O drama da Tuiuti

 

1

Um pavilhão – o primeiro – com quatro salas de aulas que foi interditado em julho de 2019 depois de uma vistoria feita por técnicos da Secretaria de Obras do Estado. Este pavilhão já foi restaurado e entregue para utilização da escola.

 

2

O problema agora se refere aos três pavilhões que foram interditados dia 13 de novembro do ano passado – com 12 salas de aulas –  depois de vistoria do Conselho Estadual de Educação (CEE) e engenheiros da Secretaria Estadual de Obras.

 

3

A polêmica na Escola Tuiuti se arrasta desde 2016 quando a direção pediu a recuperação de instalações físicas, especialmente da rede de energia. Entre a comunidade escolar se falou até no fechamento do educandário.

 

4

O quadro se agravou no ano passado quando parte do forro de um dos pavilhões caiu e pais de alunos se mobilizaram pedindo obras de restauração, inclusive ocupando as instalações da Tuiuti como forma de pressão.

 

5

Em julho o pavilhão em que parte do teto caiu foi interditado. Os alunos passaram a ter aulas em outros pavilhões e no salão de eventos, também com condições precárias tanto que o forro foi retirado em três destes pavilhões.

 

6

Chamou a atenção e foi estopim para a interdição de novembro – três pavilhões – uma foto que circulou nas redes sociais em que alunos assistiam à aula protegidos por um guarda-chuva, dada a precariedade do telhado.

 

7

Desde a interdição de novembro o governo do estado, através das secretaria de Educação e de Obras Públicas não se manifesta de forma definitiva quanto à recuperação dos três pavilhões. Alega apenas que providencias estavam sendo tomadas.

 

Mais do estado

 

Alunos das escolas estaduais estão retornando às aulas nesta terça-feira (18/2). As mais de 2,5 mil instituições de ensino receberão cerca de 900 mil estudantes, divididos em 480 mil, aproximadamente, no Ensino Fundamental, 300 mil no Ensino Médio, 35 mil na Educação Profissional e mais 85 mil na Educação de Jovens e Adultos (EJA), entre outros.

A rede estadual de ensino começa o ano letivo com os repasses financeiros em dia, referentes ao Programa Estadual de Apoio ao Transporte Escolar (Peate), alimentação escolar e autonomia financeira – valor encaminhado mensalmente às escolas para manutenção e compra de materiais. Isso garante que as principais despesas da rotina diária das instituições de ensino estejam normalizadas.

O secretário da Educação, Faisal Karam, ressalta a importância do compromisso com a área mesmo diante das dificuldades financeiras enfrentadas em âmbito estadual.

— A volta às aulas é um momento especial para todos. Estamos trabalhando para colocar a educação do Rio Grande no patamar que merece. Isso só será possível por meio de ações por parte do poder público e um trabalho integrado com toda a rede de educadores — afirma Karam.

 

Matrículas

 

1

Os estudantes que perderam os prazos para realizar a matrícula terão mais uma oportunidade, até 29 de março.

 

2

Nesse caso, os pais e alunos devem procurar diretamente as escolas da rede pública estadual.

 

ATENÇÃO

 

Cerca de 85% das instituições de ensino, das 2,5 mil escolas estaduais, retornam nesta terça. As demais escolas seguem calendário diferenciado devido à greve dos professores de 2019 e iniciarão o período letivo no decorrer de março.

 

Em Cachoeirinha

 

Com cerca de 10 mil alunos a Secretaria de Educação conclui nesta semana o retorno às aulas – as atividades iniciam nesta quarta, dia 19 – na rede municipal de ensino de Cachoeirinha. A cidade conta com 34 unidades de ensino para atender às crianças do Ensino Infantil (Emeis), cujas atividades recomeçaram no dia 6 deste mês, e Ensino Fundamental (Emefs).

No período das férias a Prefeitura de Cachoeirinha investiu na melhoria da infraestrutura de escolas do município. Também foram realizados serviços como limpeza dos pátios, dos reservatórios de água potável e dedetização das instalações para evitar a presença de insetos, principalmente. As Emeis Estrela Guia, Jesus de Nazaré, Granjinha e Ema Borges foram as primeiras beneficiadas.

— Isso é para que nossas crianças e servidores possam retornar e encontrar um ambiente bonito, acolhedor e saudável — disse a secretária de Educação, Rosinha Lippert.

 

NA CIDADE

 

Cachoeirinha tem cerca de 2.000 alunos na Educação Infantil

Cerca de 1.200 crianças foram matriculadas na pré-escola

O município atende à 80% das crianças que têm de zero a três anos, superando o limite mínimo de 50% estabelecido no Plano Nacional de Educação (PNE) para ser atingido até 2024.

 

A frase

 

— Nosso compromisso é o de ampliar o atendimento às crianças ainda neste primeiro semestre, com a conclusão da Emei Moradas do Bosque, uma obra que havia sido abandonada e que recuperamos em nosso governo.
 

Miki Breier
Prefeito de Cachoeirinha

               

 

 

 

 

 

 

 

 

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