Não exagera Jones Martins ao comemorar como o, até agora, grande feito da sua vida política o início das obras do ‘Hospital do Câncer’. Seja pela importância da obra, quando se sabe que um a cada quatro pacientes que chega à emergência do Grupo Hospitalar Conceição, a maioria de Gravataí, Cachoeirinha e Viamão, tem câncer e não recebeu o diagnóstico, seja pelo seu papel incansável nos gabinetes ministeriais, parlamentares e no próprio Palácio do Planalto. Na próxima quinta, é Jones quem vai ao aeroporto Salgado Filho receber o ministro da Saúde Ricardo Barros para acompanhá-lo na cerimônia de assinatura da largada das obras, junto a toda bancada gaúcha no Congresso Nacional.
O trabalho do hoje deputado federal pela construção do Centro de Hematologia e Oncologia merece elogios porque conseguiu ultrapassar barreiras partidárias justamente no momento em que a guerra política explodiu no Brasil. O primeiro contato de Jones com o projeto foi em 2010, quando era conselheiro do GHC. Ao assumir uma diretoria no Ministério da Saúde em 2015, o projeto se arrastava pela burocracia pública. Aproveitando as relações que criou nos governos Dilma Rousseff e Michel Temer, ele começou a sondar aqui e ali a possibilidade do hospital de 100 leitos, com atendimento todo pelo SUS, sair dos computadores para a realidade.
– Com vontade política, vai – ouviu de Gilberto Barrichello, que na troca de governo deixava o comando do grupo hospitalar que no Rio Grande do Sul tem um orçamento que só é menor que o do Governo do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre.
Articulando com a nova direção do GHC – que tem na superintendência Adriana Acker e nas diretorias Mauro Sparta e Ricardo Agliardi (sua indicação e na década de 80 coroinha a seu lado na igreja Nossa Senhora das Graças, no São Geraldo, em Gravataí) – viu a área para o hospital ser viabilizada numa troca com a Prefeitura da Capital por uma dívida, além do principal: a inscrição de R$ 33 milhões no orçamento do grupo. Era hora de buscar a “vontade política”: conseguiu mais de 200 assinaturas de congressistas e criou a Frente Parlamentar pelo hospital, com assinaturas do PMDB ao PT.
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Com apoio de toda bancada gaúcha, a obra também foi inscrita entre as três prioridades que os deputados indicaram ao governo federal para ser feitas em 2018. Ficou em terceiro lugar, atrás da duplicação da BR-116, entre Guaíba e Pelotas, e de uma ponte no Rio Uruguai, entre Porto Xavier e a cidade argentina de San Javier – que não tem nem projeto, nem tratativas com o governo hermano, o que deve fazer com que os R$ 160 milhões prometidos para o Rio Grande do Sul sejam divididos entre a 116 e o Hospital do Câncer.
Por telefone, numa ligação ao Seguinte: em que não escondia a felicidade, o deputado federal de Gravataí garante que, com ou sem a liberação em um curto prazo dos recursos de Brasília, a obra vai começar na semana que vem com R$ 33 milhões que o GHC já tem na conta. Dinheiro que escapou do contingenciamento feito pelo governo federal por ordem de Eliseu Padilha, todo poderoso ministro da Casa Civil.
– Como não estamos no Japão, que em 6 meses faz uma obra dessas, dá para projetar que o hospital abra as portas em 4 anos. São necessários R$ 100 milhões para construção e outros R$ 50 milhões para equipamentos, que projetamos viabilizar com R$ 33 milhões por ano, entre emendas coletivas da bancada, emendas individuais e dinheiro do próprio GHC – calcula Jones, que aos 46 anos completa três décadas de política.
– Essa assinatura de quinta vale o meu mandato. Não há família que não tenha enfrentado essa doença terrível. Estou muito feliz por ajudar na construção de um hospital que vai ser referência em atendimento não só para Porto Alegre, mas para Gravataí, Cachoeirinha, Viamão e toda região metropolitana.
Nessa, Jones merece os parabéns.
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