Em post nas redes sociais, o vereador Fernando Deadpool (União Brasil) chamou de “vagabundagem” atendimento na UPA da ERS-020, em Gravataí.
Dos Grandes Lances dos Piores Momentos, além da reestréia com críticas à saúde desde que começou a integrar a base do governo Luiz Zaffalon indicando cargos na Prefeitura, é o vereador usar como motivação um caso familiar.
Na postagem, o político relata que coleta de sangue do filho, sob suspeita de dengue, demorou três horas.
Segue print, que circulou como “frequentemente encaminhado” pelo WhatsApp, e, abaixo, sigo.
Antes que pareça, Deadpool não ‘deu carteiraço’. Aguardou na fila do SUS. Nenhum reparo a isso.
O que reputo um erro político é largar o entra-mudo-sai-calado com que vinha operando nas sessões da Câmara para reaparecer com críticas públicas apenas quando um mau atendimento aconteceu com sua família.
Começo a questionar minha própria interpretação de que o vereador – que quando estava na oposição fazia plantão nas UPAs, já se envolveu em processos judiciais com equipes médicas e, inclusive, com o vice-prefeito Dr. Levi Melo – ao aderir à base do governo tinha se apropriado das dificuldades e esforços da Santa Casa para administrar as UPAs e um único hospital de capacidade aquém do tamanho de Gravataí, ainda mais em tempos de catástrofe, como reportei em Hospital de Gravataí sente efeitos da catástrofe em municípios vizinhos.
Ao fim, é função constitucional dos vereadores, não só de oposição, fiscalizar os serviços públicos. Por isso grifei acima que considero a virulência da crítica um erro político.
E Dos Grandes Lances dos Piores Momentos o parlamentar, após meses de silêncio, chamar de “vagabundagem” um serviço oferecido pelo governo do qual faz parte.
Pareceu um pai indignado? Obvio. A diferença é que Deadpool é um político com milhares de seguidores e postagens com mais de 100 mil curtidas.
É 3,2,1… para seus eleitores apelarem para que casos de suas famílias reverberem em seu canhão de alcance na internet. O contágio do governo, ainda mais em ano eleitoral, seria inevitável no Grande Tribunal das Redes Sociais. Da Santa Casa também.
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