O vereador Mário Peres (PSDB) já foi ouvido pela polícia e confirmou que o imóvel onde estavam os 720kg de maconha — recorde de apreensão da Polícia Civil gaúcha no ano —, na Vila Rica, três semanas atrás, era dele. De acordo com o delegado Rafael Sobreiro, Peres disse que atualmente alugava o local. O responsável pelo inquérito evita comentar detalhes sobre o depoimento, e confirma que o vereador segue entre os investigados.
— Já ouvimos seis pessoas e ainda faremos mais oitivas e depoimentos. Não temos um prazo determinado para conclusão do inquérito, que deve ir longe — aponta Sobreiro.
Além da droga, na ação do dia 14 de agosto, os agentes da 2ª DP de Gravataí apreenderam dois caminhões, dois carros e uma moto. Agora, o posicionamento das perícias será fundamental para o andamento da investigação. É que, pelo menos um dos caminhões a polícia já sabe que era roubado e clonado. Restam as perícias para comprovar as origens dos demais veículos.
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Mas não é só isso. A polícia solicitou ainda levantamentos de digitais e perícias ambientais em relação ao poço artesiano e às rinhas de galo constatadas no mesmo imóvel.
Conforme o delegado, ainda é cedo, inclusive, para relacionar a droga apreendida a uma facção criminosa que tem um dos seus pontos nevrálgicos na Morada do Vale.
— Ainda não temos nenhum elemento conclusivo que aponte quem era o grupo responsável pelo armazenamento da maconha. Nosso primeiro passo é investigar quais os envolvidos com a guarda da maconha, com o transporte e a distribuição, para só depois determinarmos possíveis ramos maiores nesta rede — explica.
Os mais de 30 tabletes da droga encontrada no pavilhão tinham um adesivo supostamente relacionado à facção criminosa. Quando os policiais chegaram ao imóvel, a droga estava em um caminhão, provavelmente chegando para o armazenamento e distribuição.