O vereador mais votado de Gravataí pela segunda eleição consecutiva está espalhando fake news sobre o Pix. Em post em suas redes sociais, Bombeiro Batista (Republicanos) embarcou na disseminação de informações imprecisas que está aterrorizando brasileiros.
Para se ter uma idéia, o uso do sistema de pagamento teve queda de 10% após a campanha deflagrada por políticos de extrema direita sobre uma mentirosa taxação no PIX. Em Gravataí, já há quem não queira mais aceitar Pix, temendo cair na malha fina.
A Receita Federal já desmentiu a informação, como o Seguinte: reportou nesta segunda-feira em Receita esclarece fake news: não haverá cobrança de imposto sobre Pix.
Na verdade, a isenção da faixa de monitoramento foi ampliada para R$ 5 mil pelo governo Lula, alvo principal da campanha difamatória. No governo Bolsonaro, sob o silêncio de Bombeiro, movimentações de R$ 2 mil já eram monitoradas pelo fisco.
Para resumir, e essa até no Google o vereador pode pesquisar, se não acredita na Receita, ou na imprensa com CNPJ, como o Seguinte: ou a Globo, a Constituição brasileira não autoriza imposto sobre movimentação financeira.
“O PIX foi criado para simplificar a vida de todos, principalmente daqueles que lutam todos os dias para ganhar seu sustento. Agora, com a decisão de monitorar e possivelmente tributar quem movimenta mais de R$ 5.000,00 mensais, muitos trabalhadores informais e pequenos empreendedores poderão ser prejudicados”, diz o vereador, em sua postagem.
“Profissões como diaristas, pedreiros, cabeleireiras, camelôs e até mesmo quem ajuda familiares por meio do PIX poderão sentir no bolso essa nova medida. Como vereador e representante do povo, não posso me calar diante dessa injustiça. Estarei sempre ao lado da nossa gente, defendendo uma Gravataí e um Brasil mais justo”, conclui.
Nos comentários, apesar do alerta de internautas sobre o cometimento de uma fake news, é possível ver que a desinformação – ou a malandragem de socializar mentiras contra o governo – atinge muitos gravataienses.
Fato é que, com o ‘liberou geral’ em plataformas digitais como o X, o Instagram e o WhatsApp, e a introdução de novas tecnologias, como a Inteligência Artificial, as narrativas mentirosas chegam a mais pessoas – e com aparência ainda mais convivente, como vídeo falso, produzido por IA, no qual o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmaria a taxação.
Com a imprecisão nas informações, proposital ou não, Bombeiro se associa à desonestidade intelectual e às canalhices políticas cometidas por parlamentares como Eduardo Bolsonaro, Osmar Terra ‘Plana’ e Nikolas Ferreira, aos quais não parece importar que a luta política aterrorize brasileiros – em sua grande maioria, mais pobres.
A reportagem do Jornal Nacional Mentiras sobre o PIX se espalham e alimentam golpes com boletos falsificados mostra golpes aplicados após a fake news atingir mais de 50 milhões de brasileiros pelas redes sociais. Em uma das mensagens falsas, a foto de perfil usa um símbolo que imita o logo da Receita. O texto diz que a pessoa foi taxada por usar mais de R$ 5 mil no PIX no mês, e que ela precisa pagar R$ 845 para evitar o bloqueio do CPF.
É golpe, crime.
Não dá para esquecer de lembrar o impacto macro que uma queda – hoje de 10% – no uso do Pix também prejudica todo movimento da economia de Gravataí. Caso o vereador também duvide, pode consultar o secretário da Fazenda, Davi Severgnini.
Ao fim, não fosse o corporativismo dos parlamentos, ‘clubes de amigos’ onde em nome da proteção se estreitam inimizades, os políticos já deveriam estar se explicando nas comissões de ética.
Bombeiro, que sonha crescer na política, poderia se retratar, para acalmar as diaristas, pedreiros, cabeleireiras e camelôs, que cita em seu post.
