opinião

Vereador vai devolver aumento de salário; Régis também responde

João Soares, vereador de Glorinha

No placar está lá: unanimidade para aprovar a ‘rave’ do aumento nos salários dos políticos de Glorinha. Mas três vereadores tentaram impedir que os 7,6% dados ao funcionalismo também fossem pagos ao prefeito, vice, secretários municipais e conselheiros tutelares.

Tratei do aumento com exclusividade no artigo Políticos de Glorinha ’se dão’ aumento; ’Vice’ de Dimas ganhou. É a ’conexão Gravataí’, publicado pelo Seguinte: na noite desta segunda.

João Soares (PP) e Oscar Berlitz (MDB) apresentaram emenda, que depois teve a adesão de Geani Duarte (MDB), cortando a reposição para os políticos e mantendo apenas os servidores no projeto da Prefeitura.

A emenda foi derrotada com os votos de Delmir Maciel (PSD), Flávio Soares (PP), Erico Homero (PRB), Everaldo Raupp (MDB) e Silvia Eccel (PP). O presidente Alemão Schmidt (MDB), também favorável ao aumento geral, não preciso votar por não haver empate.

– Para nos engessar, o prefeito usou da malandragem ao incluir políticos e funcionários no mesmo projeto. Com a emenda reprovada, votamos a favor, para não sermos acusados de votar contra a reposição para os servidores – argumenta João Soares, que garante:

– Vou devolver a reposição no meu salário.

Para o parlamentar, o aumento “é legal, mas não é moral”:

– Não é o momento: Glorinha está estourando os 54% de limite de gasto com a folha previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal e um dos motores da nossa economia, a Fibraplac, respira por aparelhos. É irresponsabilidade.

 

Analiso.

Os argumentos de João são os mesmos que usei no artigo de ontem, quando escrevi:

 

“(…)

Se inflação é “onde comem dois, come um”, quem come primeiro em Glorinha é o prefeito, o vice, os vereadores e os secretários municipais.

Mesmo que os balanços analisados pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) mostrem que o município se apaga ao ritmo das caldeias da Fibraplac, neste abril os políticos aprovaram aumento de 7,6% nos salários.

Para quem acha que um dígito é troco, a inflação oficial em 2018 ficou em 3,75%.

Ah, mas o funcionalismo, onde estão os nobres professores, merecem o aumento! Sim, concordará até o Jornal da Véia – quem conhece o ‘paraíso entre a Capital, a Serra e o Mar’ sabe do que estou falando.

Minha análise é sobre o comportamento dos políticos, num Brasil de 12 milhões de desempregados e uma perspectiva de crescimento zero: o prefeito Darci Lima da Rosa (PRB) está ganhando mais de R$ 10 mil mensais; o vice Jean Medinger (PSD) R$ 7 mil; os secretários municipais R$ 6 mil e os 9 vereadores R$ 5 mil cada.

São salários – fora o dos vereadores, que são um pouco mais baixos – próximos aos pagos em Gravataí, que tem orçamento que logo chega ao bilhão. Hoje, Glorinha tem orçamento anual que não banca um mês na ‘terra da GM’.

Grosseira, mas é uma comparação: imagine que Gravataí seja a Coca-Cola e tenha como seu principal executivo o prefeito Marco Alba (MDB). Ele ganha R$ 12 mil. Se Glorinha for a Fruki, é justo seu CEO, no caso, o prefeito Darci, ganhar quase a mesma coisa?

(…)”

 

Um parêntese. Ester Ramos, presidente do PSol de Cachoeirinha, ironizou em mensagem assim que distribuí o artigo no WhatsApp:

– Com salário de R$ 27 mil, onde entraria Miki Breier nessa comparação, já que Cachoeirinha é cinco vezes menor que Gravataí?

Bem, pela mesma lógica, Miki seria Mark Zuckerberg.

Mas, voltando à polêmica, também fiz um link com Gravataí, já que o procurador-geral de Glorinha, Régis Fonseca.

Escrevi:

 

“(…)

Vou me incomodar com os fãs do popular vereador, mas é inevitável ao Seguinte: linkar Glorinha com Gravataí: Dimas Costa, que sempre votou contra aumentos e privilégios dos políticos, não poderia ter dado um toque para Régis Fonseca, procurador-geral de Glorinha, não embarcar nesse bonde? Afinal, o advogado é cotado para em 2020 ser seu candidato a vice-prefeito…

Mais: o grande articulador da candidatura de Régis a vice de Dimas em Gravataí – Cláudio ‘impeachment’ Ávila – foi à justiça em 2016 e barrou aumento análogo para a Câmara de Gravataí.

E, ao seu estilo de ‘Roger Stone’ da aldeia, criticou a prática que agora beneficia seu bom moço com uns – tão poucos que não vale o pênalti e melhor seria pedir demissão – pilas a mais por mês.

A não ser que a diferença entre ser oposição e governo reduza na mesma proporção da data da posse.

(…)”

 

Régis enviou nota.

 

“(…)

Aumento eu sou e serei contra, sempre. Tanto que segurei aí na Câmara o ilegal efeito cascata, em 2011, enquanto Procurador da Casa.

A Revisão Geral Anual é constitucional e se impõe. Em Glorinha sou servidor e não me cabe fazer qualquer análise discricionária sobre o tema.

Do ponto de vista político local, o assunto foi amplamente discutido.

O Prefeito cumpriu sua obrigação constitucional, subsidiada pelos índices e pelo impacto financeiro apresentados pela contabilidade da Prefeitura.

O projeto seguiu orientação da DPM e foi aprovado por unanimidade pelo Legislativo.

 (…)”

 

Concluo.

Ao aparecer como mais cotado para ser vice de um dos favoritos para eleição de 2020, Régis precisa ter um sol pessoal. A toda e qualquer ação política que exercer ou, como é o caso, for beneficiado, experimentará a claridade das perdas e ganhos – principalmente pela trajetória profissional ilibada, como advogado, ou como principal assessor de Levi Melo, procurador do legislativo e secretário municipal de Gravataí e Glorinha.

É o mesmo que acontece com Dimas, que por dois mandatos vota contra aumentos para políticos, criação de cargos, viagens de vereadores e representa como ninguém, nas ruas e na moda do Grande Tribunal das Redes Sociais, o ‘contra tudo que está aí’.

Régis daria um grande passo rumo a uma campanha sem contestações como vice devolvendo o que vai receber a mais.

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