A Escola Municipal de Ensino Fundamental Vin[icios de Moraes, que fica na vila Parque Itatiaia, altura da parada 98 da RS-030 – estrada Gravataí/Osório – pegou fogo na madrugada de hoje e ficou com parte das instalações destruídas.
Pode ter sido criminoso, ou não. Motivos para que tenha sido um ato deliberado, de vandalismo ou retaliação, pelo menos num primeiro momento não há, segundo garante a direção da Vinícius de Moraes.
Mas a hipótese não é completamente descartada uma vez que a localização do estabelecimento de ensino, no Parque Itatiaia, é uma região que juntamente com o Jardim do Cedro é considerada conflituosa e problemática.
A diretora da escola, a professora Marinês Cardoso da Silva, leciona na Vinícius há 26 anos e está no cargo há um ano, completado no mês passado. Segundo ela, o fogo teria começado nesta madrugada pouco depois da meia noite.
Foram queimadas as salas do Serviço de Orientação Educacional e do Arquivo Morto, onde são guardados documentos. A causa mais comum de sinistros como este, um curto circuito na fiação elétrica, é negado pela diretora.
— Quem entende de eletricidade diz que não havia força (voltagem) suficiente para pegar fogo — disse a diretora para o Seguinte: há poucos instantes.
O incêndio está sendo investigado na 1ª Delegacia de Polícia (DP) de Gravataí e no começo desta tarde os técnicos do Instituto Geral de Perícias (IGP) de Porto Alegre estiveram na escola coletando material para ajudar nas investigações.
Pela tela
A Escola Vinícius de Moraes tem uma quadra de esportes que, de acordo com a diretora Marinês, é acessada livremente por pessoas da comunidade. Inclusive para disputas de futebol no final de semana.
— Quando a gente tranca o portão com cadeado, eles arrebentam a tela e entram — disse.
E ela não descarta a possibilidade de que alguém que tenha entrado no lugar, durante a noite, tenha provocado o incêndio mesmo involuntariamente. Segundo vizinhos já relataram à direção da escola, o local também é frequentado por usuários de drogas.
— Eu nunca vi, mas os vizinhos falam disso — contou Marinês, ‘medindo’ as palavras para evitar conflitos com a comunidade.
Toque de recolher
Ainda de acordo com relatos de moradores da região – que não se identificam por medo de represálias – o Itatiaia e o Jardim do Cedro são duas vilas onde o tráfico corre solto, inclusive com disputas por pontos de venda de drogas.
Neste ano, segundo dizem, ainda não aconteceu. Mas é comum ocorrerem os chamados “toque de recolher”, que é quando os traficantes mandam o comércio e escolas fecharem as portas e os moradores se recolherem.
Além disso há frequentes tiroteios nas duas vilas, o situação que põe a comunidade em alerta e reclamando de uma ação repressiva mais forte de parte das autoridades policiais, tanto da Brigada Militar quanto Polícia Civil.
Sem informações
No Corpo de Bombeiros de Gravataí não foram informadas as possíveis causas do incêndio que atingiu as duas salas da Escola Vinícius de Moraes. O capitão Moreno, comandante da guarnição, disse apenas que não há indícios que permitam deduzir o que teria provocado as chamas.
O educandário que, de acordo com a diretora Marinês, é frequentado por 470 alunos, tem 32 professores e sete funcionários. As aulas, suspensas nesta terça, serão retomadas amanhã, quarta (3/5).
