Se não acontecer nada com Bolsonaro, Braga Netto, com Damares e Augusto Heleno e ninguém for punido pela matança dos yanomamis?
Se não encontrarem o mandante do assassinato de Marielle?
Se todos os envolvidos nas rachadinhas da família ficarem impunes?
Se os roubos do cartão de crédito corporativo, que a família transformou em cooperativo, ficarem por isso mesmo?
Se os pastores corruptos do MEC continuarem numa boa, com Deus acima de tudo e com as barras de ouro embaixo da cama?
Se os vampiros da vacina contra a Covid, incluindo cronéis, escaparem do Ministério Público e do Judiciário, um ano e meio depois da conclusão das investigações?
Se os grandes financiadores do golpe, os manezões do gabinete do ódio, que agora se dizem arrependidos, conseguirem ficar impunes mais uma vez?
Se as ligações da família com grileiros, desmatadores, garimpeiros e assassinos de índios na Amazônia nunca forem desvendadas a fundo?
Se a minuta do golpe encontrada com Anderson Torres ficar para sempre sem autoria?
Se os homens sem brio do sistema de Justiça, dos quais fala Gilmar Mendes, continuarem sem brio?
Se a grande imprensa voltar a ser o que sempre foi e atacar Dilma sistematicamente, como já vem fazendo, para dizer que o golpe de 2016 não foi golpe?
Se setores do governo aceitarem o aceno de golpistas juramentados, que agora se dizem quase apaixonados por Lula?
Se os agressores sistemáticos de Alexandre de Moraes continuarem se protegendo no argumento da liberdade de expressão e insistirem nos ataques?
Se Bolsonaro fugir de Orlando e se esconder em alguma dessas repúblicas governadas por déspotas amigos dele?
Se no fim só os manezinhos forem condenados e os manezões e fascistões continuarem dando gargalhadas de todos nós?
Se mais uma vez, como aconteceu em 1979, os bandidos graúdos conseguirem escapar e a única punida for a Fátima de Tubarão?
Se nenhum militar for condenado e se se repetir o que acontece desde a ditadura, com a impunidade de quem usa farda ou trabalha diretamente para fardados?
Se o sistema de Justiça não conseguir acompanhar Alexandre de Moraes e continuar no mesmo trote lerdo dos últimos seis anos?
Se todos os impunes, que não deverão ser poucos, se rearticularem para que o pesadelo do bolsonarismo tenha uma segunda temporada a partir de 2026?
E se descobrirmos que o bolsonarismo sobrevive e pode até se fortalecer sem Bolsonaro, porque Bolsonaro é apenas um pretexto do fascismo entranhado no brasileiro rico e de classe média?
