O prefeito de Gravataí Luiz Zaffalon (MDB) contestou a crítica que fiz ontem, em Dr. Levi quer cloroquina no Hospital de Campanha de Gravataí; A tímida vacina, de que, ao menos publicamente, o governo começa muito tímido na pauta da vacinação contra a COID-19.
Zaffa relatou ter acompanhado todas as reuniões da associação dos prefeitos da Grande Porto Alegre (Granpal), além de ter conversado com o prefeito da Capital Sebastião Melo e participado de audiência online, nesta quarta, com o governador Eduardo Leite.
– O Brasil espera pelo governo federal e as decisões da Anvisa. Até agora, só discursos e promessas. Talvez o consórcio da Granpal seja a saída para uma compra. Uma única certeza é a necessidade de vacina. Sabes que não sou de falar para a população só por falar – argumentou o prefeito de Gravataí, que informou que já foi solicitado à Secretaria Estadual da Saúde os termos de referência para compra de seringas e outros insumos para uma campanha de vacinação.
Na audiência de hoje, Zaffa e Miki Breier, prefeito de Cachoeirinha, manifestaram ao governador “preocupação com a urgência de um processo de imunização contra o coronavírus e a necessidade de um plano B, para o caso de o governo federal não fornecer as doses da vacina à população”.
Conforme o Palácio Piratini, Leite reiterou a confiança na coordenação federal por parte do processo de vacinação, via Programa Nacional de Imunizações (PNI):
– Não faz sentido que, em um país como o Brasil, com 45 anos de tradição em campanhas de vacinação, os municípios e os Estados partam para uma disputa, como o que foi visto na aquisição de respiradores.
Ainda conforme divulgado, durante a reunião o governador recebeu uma mensagem do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que afirmou que a medida provisória que viabilizará a aquisição das vacinas por parte do governo federal deve ser assinada ainda nesta quarta-feira. Também de acordo com Pazuello, será divulgada hoje a estratégia de vacinação no país, com previsão de início ainda em janeiro.
Ainda assim, Leite destacou que, caso necessário, “o governo estadual fará a compra das doses”.
O Estado já deu início a um processo de negociação com o Instituto Butantan ao encaminhar expediente manifestando interesse na aquisição de vacinas para os profissionais de saúde do RS. Além disso, a Secretaria da Saúde está adquirindo seringas e outros materiais necessários para garantir a vacinação da população e organizando a logística do processo.
– Como Estado, não fugiremos da responsabilidade, caso seja necessário, mas é preciso ressaltar que os recursos serão retirados de outros investimentos para serem realocados à aquisição da vacina, o que pode penalizar a população. Se não houver definição nos próximos dias, passaremos a nos movimentar por aqui para fazer a aquisição das doses que forem aprovadas pela Anvisa – alertou.
De acordo com Arita Bergmann, o Estado, que já tem experiência com o Programa Estadual de Imunizações (PEI), tem condições de armazenar e distribuir todos os tipos de vacinas, e já tem número suficiente de seringas agulhadas para suprir a primeira fase de vacinação.
Na reunião, os prefeitos da região metropolitana também abordaram a possibilidade de uma bandeira "própria" para a região, o que será levado ao Gabinete de Crise do Distanciamento Controlado, nesta quinta-feira.
Analiso.
A ansiedade e expectativa pela imunização é todos que sabem que a vacina não é boa só para a saúde das pessoas, mas também para a saúde da economia.
O setor de serviços, que mais emprega, mesmo em uma cidade industrial como Gravataí, precisa dessa cura.
Na Gravataí das UTI lotadas, como tratei em A ’COVID de Natal’ chegou a Gravataí, a média de casos que em dezembro era de 1 caso a cada 3 horas já atinge 1,19 caso a cada hora nos primeiros quatro dias de 2021. A taxa de mortes, que era de 1 a cada 2 dias está em 0,75/dia.
No Brasil, tivemos mais de mil mortes nas últimas 24h e estamos chegando aos 200 mil mortos. No mundo são 2 milhões de vidas perdidas.
Em meio à essa tragédia, mais de 50 países já vacinaram 14 milhões de pessoas, enquanto no Brasil nenhum laboratório pediu registro definitivo ou emergencial da vacina, e não temos plano nacional de vacinação.
Ao fim, é como dizia Millôr, sobre crises: “Isso passa, isso passa, me dizem sempre. Átila também passava. E todos vocês sabem o que acontecia com a grama”.
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