RAFAEL MARTINELLI

Zaffa disse sim a Eduardo Leite e o PSDB; O que fala o prefeito de Gravataí, quais vereadores podem segui-lo, o futuro do vice Dr. Levi, os direitistas mais direitistas e os esquerdistas menos esquerdistas

Convite foi feito por Leite aZaffa dia 28 em reunião no Palácio Piratini

O prefeito de Gravataí Luiz Zaffalon disse “sim” a Eduardo Leite: vai se filiar no PSDB nesta quinta-feira, 14h, na sede estadual do partido, na Rua dos Andradas, 943, Centro de Porto Alegre.

O convite informa sobre a presença do governador e do presidente estadual Lucas Redecker.

– É o melhor para Gravataí e o melhor para mim – confirmou ao Seguinte: o prefeito desde 1º de janeiro de 2021 e que rompeu com o MDB de seu ‘Grande Eleitor’ de 2020, Marco Alba, para concorrer à reeleição em 2024.

O PSDB tem dois vereadores na Câmara de Gravataí: Demétrio Tafras e Mario Peres. O primeiro é presidente municipal e integra a ‘nova base de Zaffa’, ou ‘Situação A’, o outro deve sair do partido e se filiar ao PL para apoiar Marco Alba. Já estão com Zaffa e são cotados para entrar no partido Clebes Mendes (MDB) e Dilamar Soares (PDT).

A escolha pelo PSDB pode ser a senha para o vice-prefeito, Dr. Levi Melo, trocar o Republicanos pelo PP, que contava com a filiação de Zaffa – leia em Prefeito Zaffa é o troféu que Celso Bernardi quer para encerrar 30 anos no comando do PP gaúcho; Os ‘cultos’ em Gravataí –, apesar do médico não ter sido aceito em 3 de abril devido à exigência de presidir o partido; leia em PP de Gravataí barra filiação do vice-prefeito Dr. Levi.

Em O dilema da filiação do prefeito Zaffa: dizer sim ou não para o governador Eduardo Leite; Renato Carioca, Sofia em Auschwitz, o bang e o soluço, escrevi:

Fato é que Zaffa – hoje no que chamo de seu ‘bem-vindo à política!’ – calcula não apenas em qual partido será protagonista ou os fundos para campanha (aí o PP seria a melhor escolha, além da questão ideológica), mas agora também a possibilidade de investimentos estaduais em Gravataí que possam refletir em sua popularidade na busca pela reeleição.

Inegável é que a III Guerra Política de Gravataí – Zaffa x Marco Alba, pós Abílio x Oliveiras e Bordignon x Stasinski – exige estratégias, por mais que candidatos sempre falem tipo treinador, um Renato Carioca: “me preocupo com meu time, não com o adversário”.

Explico.

Zaffa no PSDB fere Marco Alba, porque o ex-prefeito e futuro adversário nas urnas tinha se reaproximado do MDB que tem Gabriel Souza como vice de Leite.

A deputada estadual Patrícia Alba tem votado com a base do governo nos principais projetos.

Zaffa no PSDB também fere a chapa Dimas Costa (PSD) & Daniel Bordignon (PT) e vice-versa.

Por mais que Dimas e Bordignon tenham pedido mais votos para Leite no 2º Turno do que Zaffa e Marco – que apoiaram Onyx Lorenzoni (PL) –, é inevitável que Dimas, hoje secretário-adjunto dos Esportes do Estado, do governo Leite, sofra pressão para sair do jogo ou, no mínimo, não se aliar ao PT de Bordignon, incontestável adversário do chefe, seja no pampa pobre ou em uma aventura presidencial pelo país do faturo.

Por outro lado, Zaffa fere seus bolsonaristas, ao se filiar ao partido de Leite; os motivos dos feridos, mais ou menos nobres, recuso-me a explicar em detalhes. Ninguém que chegou até aqui na leitura deste artigo é idiota.

Já analisei em Zaffa nega acerto para filiação no PSDB de Leite, mas elogia governador: “É uma das maiores expressões políticas do país no momento. Moderno, íntegro, inteligente”; Eu te amo política! que o prefeito corre o risco de, ao aderir a um partido e um governador que napoleões de hospício chamam ‘comunista’, deixar a direita para Marco Alba.

Quem não fere ninguém é Leite que, ficando quieto, sem pressionar ninguém para concorrer ou não, em 2024 terá na quarta economia gaúcha uma eleição onde todos os candidatos serão do governo ou gritarão apenas o som do silêncio – inclusive Bordignon, sendo vice de Dimas, ou tendo Dimas como vice.

Ao fim, notoriamente reconhecido como um conservador, inclusive em pautas de gênero, Zaffa será da ‘direita’ do PSDB de Leite, assim como era do MDB de Marco Alba – nada diferente da maioria dos políticos dos dois partidos, ao menos no Rio Grande do Sul.

Cabe em verbete do Millôr: “O diabo é que todos os direitistas que conheço são muito mais direitistas do que dizem e todos os esquerdistas são muito menos da esquerda do que afirmam”.

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