A política é uma nuvem aqui e logo ali, mas ainda não chegou à relação entre o prefeito Luiz Zaffalon (sem partido) e seu líder do governo na Câmara, Dilamar Soares (PDT) a tempestade anunciada a partir da deflagração da III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Marco Alba, pós Abílio x Oliveira e Bordignon x Stasinski.
O prefeito não dá sinais de que vai ceder às pressões da oposição e da situação b para derrubar Dila da liderança.
Analisei as ofensivas para inviabilizar politicamente o vereador nos artigos III Guerra Política: Líder do governo, Dila se atirou na frente da bala por Zaffa; O Borodinó, o Napoleão de Hospício e o incêndio de Gravataí e Acabou o ‘love’ político entre os vereadores Dila e Cláudio Ávila; A sessão das acusações, o #LiraNão! e a III Guerra Política de Gravataí.
Desde o último ataque, na sessão da Câmara de quinta, Dila esteve com Zaffa todos os dias. Na sexta, o prefeito, ao receber no gabinete da Prefeitura cumprimentos pelo aniversário de 70 anos, fez questão de bater foto abraçando seu líder e amigo. No sábado, o vereador participou, a convite do prefeito, da 21ª edição da Pousada dos Carreteiros. Neste domingo, da Rua Aberta, no Centro.
Posto fotos e, abaixo, sigo.
Como analisei em O ‘se’ e o ‘quando’ Zaffa vai ‘demitir’ MDB de Marco Alba do governo; Alice Através do Espelho e a III Guerra Política de Gravataí, Zaffa tem pela frente um se e um quando, entre dois clássicos, ‘Alice no País das Maravilhas’ e o mundo invertido de ‘Alice Através do Espelho’.
Escrevi:
O dilema de Zaffa – que até o rompimento com Marco Alba em Declarada III Guerra Política de Gravataí: Zaffa vai sair do MDB para enfrentar Marco Alba; Bem-vindo à política, prefeito! e Bomba em Gravataí! Nota do MDB é um aceite da guerra entre Zaffa e Marco Alba e III Guerra Política de Gravataí: o que diz Zaffa sobre a nota do MDB e sua desfiliação – podia passar incólume à planície da política, enquanto (e não é pouca coisa, saibam ler) administrava mais de R$ 200 milhões em obras – é ter que experimentar o “bem-vindo à política”, que dediquei na manchete do artigo acima.
Se mantiver as indicações do MDB e uma base de governo devotadas a Marco Alba, começará o plano da reeleição tardiamente; apenas a partir de março, quando candidatos e partidos precisam definir seus rumos conforme a lei eleitoral.
Porém, se ‘demitir’ o partido e, consequentemente, apartar-se definitivamente de seu ‘Grande Eleitor’ em 2020, corre o risco de ser visto como traidor; e, já ensinava Brizola, a política ama a traição, mas odeia os traidores.
Terá Zaffa que explicar seus passos à sociedade com clareza. O que, sincericída que é, pode, ao menos em um primeiro momento, até aprofundar a crise política, porque terá que criticar os demissionários.
Caso decida por antecipar em 9 meses o rompimento com o MDB, Zaffa terá um segundo momento do “bem-vindo à política!”: a reconstrução de uma maioria na Câmara, ou seja, no mínimo, 11 vereadores – em outro artigo volto a isso –, além de montar uma coligação para a reeleição.
Na volta da Europa restará Zaffa frente a um se e um quando, entre dois clássicos, ‘Alice no País das Maravilhas’ e o mundo invertido de ‘Alice Através do Espelho’.
Não faltam alices e rainhas, vermelhas ou brancas, dizendo a ele: “O tempo e a maré não esperam por ninguém, Sr. Harcourt!”.
Sigo hoje.
Reputo, ao menos até agora, Zaffa aposta no primeiro dos clássicos de Lewis Carroll, que faço uma analogia com a governabilidade. Não saiu como a Rainha de Copas e o “Cortem-lhe as cabeças!”.
Se manteve o MDB no governo, que tem Marco Alba como candidato à Prefeitura em 2024, mas ajudou em sua eleição, por que entregaria a cabeça de Dila para quem lhe ajudou apenas no mundo invertido?
Ao fim, certeza apenas que ainda há muito tempo para o chá.
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