RAFAEL MARTINELLI

Zaffa nega que soubesse de assédio sexual na Prefeitura de Gravataí e devolve críticas de Patrícia Alba: “Quantas demissões o senhor Alba fez? É politicagem com coisa séria”; Casa Lilás vai virar Secretaria

O prefeito Luiz Zaffalon negou que tivesse conhecimento do suposto assédio sexual na Prefeitura e reagiu com indignação às críticas a sua gestão do caso feitas pela procuradora especial da mulher da Assembleia Legislativa, deputada estadual e ex-primeira-dama de Gravataí Patrícia Alba (MDB).

Reportei a polêmica ontem em No lançamento da Procuradoria da Mulher de Gravataí, Patrícia Alba critica gestão do prefeito Zaffa em escândalo sexual na Prefeitura: “Não estamos aqui para passar pano”.

– Estão fazendo politicagem com coisa séria – disse Zaffa ao Seguinte:, na manhã desta quinta-feira.

O escândalo sexual explodiu dia 7 de agosto deste ano, com a revelação pelo Jornal de Gravataí de que ex-assessora registrou ocorrência policial por assédio cometido por secretário municipal e busca indenização de R$ 125 mil em notificação extrajudicial na qual anexa prints de mensagens e imagens de cueca enviadas pelo até então homem de confiança do prefeito; leia em Zaffa aceita demissão de secretário de confiança após escândalo por denúncia de assédio sexual feita por ex-assessora da Prefeitura de Gravataí.

O Seguinte: não divulga os nomes da ex-CC e do ex-secretário para preservar a suposta vítima.

A narrativa divulgada pela deputada é de que “ainda que a servidora tenha feito a denúncia ao mandatário, não houve nenhuma providência formal por parte do chefe do Executivo. A ela foi oferecido um cargo em outro setor. Mesmo com a denúncia, o acusado não foi afastado, mas após o caso ter sido revelado por veículos de comunicação, pediu exoneração. A denúncia foi tratada pelo executivo como uma questão entre colegas que deveria ser resolvida de forma particular”.

– Não sabia do assédio, ou teria tomado providências – garante o prefeito, que explicou o contexto de fala no lançamento de decreto anti-assédio na Prefeitura, quando disse que “dentro da Prefeitura ocorrem muitos casos, mas se passa pano e não dá muita complicação para quem pratica esse crime”.

– Quantos casos de assédio tivemos nos 8 anos do senhor Alba e quantas demissões fez? Quais as punições dadas? Quais as ações da ex-primeira-dama nos anos anteriores? Ou só agora estes casos ocorrem? Quantos casos de assédio registrados em órgãos públicos no Rio Grande do Sul, ou na Grande Porto Alegre, a deputada levou para a Procuradoria da Mulher da Assembleia Legislativa? – cobrou, dizendo ter feito a única demissão do governo anterior em caso que envolvia denúncia de assédio:

– Como presidente da Fundação Municipal de Meio Ambiente (FMMA) consegui demitir por outras práticas, já que a legislação é falha. Mas eu não passei pano.

O prefeito relata caso de servidor que responde a 8 processos administrativos por denúncias de assédio e, agora, é alvo de boletim de ocorrência por suposto estupro ocorrido dentro de unidade de saúde.

– Quando fui informado cobrei os porquês de PADs não terem levado a demissão e disseram que era difícil provar, que era a palavra de um contra outro. Mas 8 vezes? É um assediador contumaz. Agora tem BO por estupro. Vou buscar formas de compartilhar esses casos com o judiciário – disse.

Zaffa anunciou que ainda neste mês envia para a Câmara de Vereadores projeto estruturando a Casa Lilás com status de secretaria municipal, além de preparar a transferência do órgão que atende mulheres vítimas de violência para o novo Centro Administrativo, no campus da Ulbra, para garantir a segurança das denunciantes.

– Só fazer críticas não adianta. Aqueles que me criticam, o que fizeram até hoje sobre tema tão sério? Casos de assédio sexual não começaram em 2023. Nós estamos agindo e seremos implacáveis. Vamos acabar com a percepção de que ‘não dá nada’, sejam assédios em secretarias, abrigos, escolas ou qualquer órgão público – concluiu.

Ao fim, são os estilhaços da III Guerra Política de Gravataí: Zaffa x Alba, pós Abílio x Oliveiras e Stasinski x Bordignon.

É de ‘A Arte da Guerra de Sun Tzu’: “A vitória está reservada para aqueles que estão dispostos a pagar o preço”. Assim também é na política onde, diferentemente da guerra, permite-se morrer mais de uma vez.

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