política

10 desafios para o futuro prefeito de Gravataí

Zaffalon foi diplomado prefeito em cerimônia comandada pela juíza eleitoral valéria Eugênia Neves Willhelm

Diplomado como prefeito Luiz Zaffalon (MDB), o Zaffa, ao lado do vice Levi Melo (Republicanos), o Dr. Levi, tem ao menos 10 desafios a partir de 1º de janeiro.

Siga.

 

1.

A(s) vacina(s) contra COVID-19

Zaffa precisa definir com seus técnicos se Gravataí entra na ‘II Guerra das Vacinas’ e destina orçamento para compra de vacinas, ou aguarda o envio pelo governo federal, cujo presidente da República Jair Bolsonaro declarou que “a pressa pela vacina não se justifica”.

Insumos para uma campanha de vacinação já estão sendo licitados no governo Marco Alba, como tratei em Gravataí licitará insumos para vacinação; A cada duas partidas de futebol 1 infectado, mais de 1600 casos em 20 dias e UTIs superlotadas.

 

2.

Volta às aulas

Zaffa precisa preparar as escolas para a volta às aulas possivelmente com Gravataí ainda sob a bandeira vermelha, de alto risco de contágio do novo coronavírus.

As aulas voltarão totalmente presenciais? As turmas serão intercaladas com aulas remotas? Há estrutura, e tecnologia instalada, para isso?

Fato é que vai custar mais caro do que a tradicional pintura de faixas de segurança.

 

3.

Teleagendamento

O novo modelo que mistura o agendamento de consultas pelo telefone e por aplicativo terá seu teste definitivo no próximo governo.

A dificuldade para marcação de consultas foi o principal problema da saúde na atual gestão Marco Alba.

A ‘ideologia dos números’ mostra o tamanho do gargalo: são 6 mil ligações mensais para 1.900 ‘fichas’, como tratei em Consulta em 1 ligação em Gravataí: se novo teleagendamento der certo, é a maior ’ponte’ do governo Marco Alba.

 

4.

Vagas em creches

As cerca de 4 mil crianças na fila por creches são um desafio para Zaffa e, mesmo com a criação de quase 2 mil vagas, foram motivo de apontamento do Tribunal de Contas do Estado (TCE) no parecer aprovado pela Câmara que rejeitou a gestão de 2017 do prefeito Marco Alba.

O calote de empresa escolhida nacionalmente para fazer obras de escolas infantis atrasou o cronograma do atual governo e o próximo, sem a ‘herança maldita’, não tem mais desculpas para diminuir a fila.

 

5.

Falta de água e esgoto

Entusiasta da PPP da Corsan, a parceria público-privada que em 11 anos promete garantir água e esgoto tratado para toda Gravataí, Zaffa precisa fiscalizar e cobrar desesperadamente a execução das obras.

Além de Gravataí estar na 94ª posição do ranking do saneamento entre as 100 maiores cidade brasileiras, e o Rio Gravataí ser considerado, ao lado do Tietê, o mais poluído do Brasil, a população não aguenta mais acordar com a notícia de que 30, 40, 50 bairros ficarão sem água devido a rompimentos de adutoras ou pela falta de energia elétrico.

Os investimentos da PPP são bilionários.

A cobrança por resultados deve ter o mesmo número de zeros após a vírgula, até porque Zaffa tem a experiência de ex-presidente estadual da companhia.

 

6.

Queda de receita

Com projeção de apenas 1% de crescimento, como tratei em Orçamento de Gravataí para 2021: líder da oposição vs. secretário da Fazenda; a eleição que não termina; a queda de quase um bilhão no PIB; a possibilidade de perda de R$ 20 milhões em receitas do ICMS; além do impacto da ‘GMdependência’, com a redução no retorno de impostos devido ao contágio econômico da pandemia na montadora responsável por metade da arrecadação, Zaffa tem como obrigação de campanha, afiançada por Marco Alba, manter as contas em dia.

 

7.

Previdência e greve

Com um déficit atuarial bilionário, e uma projeção de que, em 15 anos, a Prefeitura tenha que pagar quase duas folhas salariais, uma com os vencimentos dos servidores, e outra em alíquota completamentar para pagar as aposentadorias, Zaffa deve apresentar uma ‘reforma da previdência municipal’, aproveitando a possibilidade garantida pela reforma da previdência nacional.

A ameaça de greve está sempre presente, já que o sindicato dos professores calcula perdas de mais de 20% e a reposição salarial não está prevista no Orçamento de 2021, como tratei em O dia em que Bordignon votou com Marco Alba; no Black Friday da política, 20 virou 0 no reajuste para o funcionalismo de Gravataí.

 

8.

IPTU

O TCE já fez alertas sobre a planta de valores desatualizada do IPTU em Gravataí, cuja última alteração foi feita em 1998.

Marco Alba atualizou o cadastro imobiliário, identificando metragens não cobradas e, consequentemente, aumentando os valores para a maioria dos contribuintes.

Como tratei em Projeto evita tarifaço no IPTU em Gravataí; a primeira jogada ensaiada dos Alba, mudou o indexador da correção do imposto para evitar um reajuste de 20% em 2022.

Agora, Zaffa tem a ‘pauta-bomba’ de definir novos valores para bairros conforme a Gravataí de hoje e garantir justiça fiscal.

 

9.

Obras e financiamentos

Marco Alba contraiu R$ 100 milhões em financiamentos para obras de infraestrutura, como a simbólica duplicação das pontes do Parque dos Anjos. Pelo espaço fiscal garantido no orçamento quase bilionário de Gravataí, e a garantia de certidões negativas de débitos devido às contas em dia, poderia captar até quatro vezes mais.

O que Zaffa fará? Buscará novos financiamentos? Vai manter a taxa de investimento de 10% ou avançará mais? Ou menos, para garantir equilíbrio nas contas no primeiro ano?

Pagar os empréstimos de Marco Alba não é o problema, cabe no orçamento como já tratei em O que próximo governo pagará por financiamentos em Gravataí; a conta de Davi.

 

10.

Política

Teoricamente o governo Zaffa começa janeiro com 12 vereadores na base: Márcia Becker (MDB), Alan Vieira (MDB), Alison Silva (MDB), Claudecir Lemes (MDB), Carlos Fonseca (PSB), Roberto Andrade (PP), Fábio Ávila (Republicanos), Demétrio Tafras (PSDB), Paulo Silveira (PSB), Mario Peres (PSDB), Evandro Coruja (PP) e Alex Peixe (PTB).

A oposição tem 9: Bombeiro Batista (PSD), Fernando Deadpool (DEM), Thiago de Leon (PDT), Anna Beatriz (PSD), Bino (PDT), Claudio Ávila (PSD) e Dilamar (PDT), além dos dois reeleitos pelo MDB, Clebes Mendes e Nadir Rocha, que enfrentam processos de expulsão no partido do atual e do futuro prefeito.

Para aprovar projetos são necessários 11 votos. Há folga de um governista. Para aprovação de  ‘pautas-bomba’, como alterações na Previdência, IPTU ou Plano Diretor são necessários 14 votos. Faltam 2.

Projetando a política como a mais antiga das profissões, como dizia Millôr, CPIs podem ser abertas com 7 assinaturas.

Cassações são possíveis com 14 votos, o que dá uma folga de apenas 2 votos para o governo.

Bom para Zaffa – outsider nas urnas e eleito na primeira eleição em que concorreu – ter como articulador aquele que chamo ‘Grande Arquiteto’ da política da aldeia, Marco Alba.

Porque não será fácil a convivência política com a Câmara.

Aguardemos se UFC ou Telecatch.

 

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