eleições 2018

80 mil votos podem ir para candidatos locais

O Seguinte: foi pesquisar os votos em candidatos locais nas eleições dos últimos 20 anos e faz uma projeção da votação que está em jogo. Ontem, apresentamos a disputa pela câmara federal. Siga hoje a pesquisa – e uma análise dos cenários de cada época – sobre a eleição para assembléia legislativa

 

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1998

Dos 117.070 eleitores que foram às urnas, 41.220, ou 35,2%, votaram em candidatos locais para deputado estadual.

O ex-prefeito Abílio dos Santos (PTB) recebeu 13.948; o vice-prefeito Miki Breier (PT) 9.040, o ex-prefeito José Mota (PDT) 9.015, o vereador Juarez Vargas (PDT) 4.719, o vereador Jairo Santerra (PT) 2.888 e Nadir Rocha (PSDB), dois anos depois eleito para o primeiro de cinco mandatos, 1.610.

Após amargar uma inelegibilidade de cinco anos, Abílio voltou ‘nos braços do povo’ e foi o único eleito da cidade, com 18.434 votos na contagem geral do estado.

A dobradinha era com Edir Oliveira, também ex-prefeito, que com 39.208 votos no estado (16.550 em Gravataí) ficou na primeira suplência do partido mas assumiu o mandato de deputado federal dois anos depois, com a eleição de Caio Riela à prefeitura de Uruguaiana.

A força de Abílio na eleição pode ser medida pela disputa de votos com um fenômeno eleitoral, Sérgio Zambiasi, do mesmo partido e que também concorreu a assembléia, ficando como quarto mais votado em Gravataí, com 7.323.

Miki não teve o apoio do prefeito Daniel Bordignon, no velho samba atravessado das alas do PT, e também dividiu votos com outro ‘independente’ do partido, Jairo Santerra. Só para se ter uma idéia, a legenda do partido recebeu 5.903 votos na cidade. O episódio pode ser considerado o início do fim da relação entre prefeito e vice.

Mota também enfrentou um racha no PDT, liderado por Juarez Vargas, e que foi um dos fatores que precipitaram sua saída para o PSB um ano depois.

O candidato de Marco Alba, ex-vereador e maior liderança do PMDB, também era de fora: Berfran Rosado, que fez 3.280 votos.

 

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2002

Dos 127.562 eleitores que foram às urnas, 63.684, ou 49,9%, votaram em candidatos locais para deputado estadual.

Abílio dos Santos (PTB) recebeu 24.724 votos; o vice-prefeito Sérgio Stasinski (PT) 19.156; o diretor do Tensurb Marco Alba (PMDB) 15.898, o vereador Juliano Paz (PSB) 3.156 e o ex-vereador Antônio Silva (PV) 1.284.

Abílio foi eleito mais uma vez, em dobradinha com Edir Oliveira (PTB), também reeleito pelo partido deputado federal com 75.003 votos, 18.590 deles em Gravataí.

Stasinski foi eleito com 31.923 votos no RS. De apelido ‘Sombra’ no meio político, por estar sempre nas fotos com o prefeito, era ele o escolhido como sucessor por Bordignon. Dois anos antes, conseguiu tirar Miki Breier do caminho e foi eleito vice. Em 2004, quando ele e Bordignon ainda viviam uma relação ‘aluno-professor’, foi eleito prefeito. Com a vitória de Stasinski, Bordignon começou a construir a fama de ‘Grande Eleitor’, também puxando 11.063 votos em Gravataí para um candidato a deputado federal ‘estrangeiro’, Paulo Pimenta.

Marco Alba ficou na primeira suplência mas chegou à assembléia legislativa logo após a posse, quando deputados assumiram como secretários do governador eleito Germano Rigotto (PMDB), dando um passo decisivo na caminhada que o levou a prefeitura dez anos depois.

De fora, poucos candidatos ultrapassaram a barreira dos mil votos em Gravataí. Os melhores desempenhos foram de Sérgio Peres (PSB), com 3.354 votos que já eram graças de um emergente voto evangélico; Juçara Cony (PCdoB) com 2.024 e os petistas: 2.015 Raul Pont, 1.825 e Ana Fogaça, vereadora de Cachoeirinha, com 1.429 votos.

Também ‘estrangeiro’ e do PT, Jorge Branco, que era a dobradinha de Miki – candidato a federal abandonado pelo governo Bordignon – recebeu 1.355 votos.

 

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2006

Dos 141. 823 eleitores que foram às urnas, 82.985, ou 58,51%, votaram em candidatos locais a deputado estadual.

O ex-prefeito Daniel Bordignon (PT) recebeu 40.606; o deputado estadual Marco Alba (PMDB) 16.400; o deputado estadual Abílio dos Santos (PTB) 11.528; o vereador Francisco Pinho (PFL) 14.324 e Miki Breier (PSB) 5.940.

Bordignon experimentou o auge da popularidade, fazendo a maior votação de um deputado em Gravataí e confirmando a fama de ‘Grande Eleitor’ ao apoiar na cidade as candidaturas para câmara federal de Manuela D´Ávila (PCdoB), 18.965 votos, e Paulo Pimenta (PT), 7.201 votos. O PT administrava Gravataí com Sérgio Stasinski, mas ‘aluno’ e ‘professor’ começaram a estremecer relações durante a campanha quando Bordignon não escondia as críticas ao governo e já se anunciava candidato à prefeitura em 2008 – o que impediria a tentativa de reeleição do prefeito.

Marco, que na eleição de 2004 para a prefeitura ficou atrás de Abílio, ultrapassava politicamente o ex-prefeito, sendo reeleito e mostrando força no interior ao fazer 52.147 votos. Após dois anos de mandato, assumiu como secretário de Saneamento e Desenvolvimento Urbano de Yeda Crusius (PSDB) e era chamado, dentro do governo, de ‘queridinho’ da governadora.

Miki, que um ano antes trocou o PT pelo PSB, foi eleito deputado pela primeira vez, com 21.823 votos no estado. Tinha deixado como herdeira em Gravataí a companheira Anabel Lorenzi – eleita vereadora dois anos antes – e vivia uma transição de ‘endereço político’ para Cachoeirinha, onde foi secretário da educação de José Stédile, conquistou três mandatos na assembleia e hoje é prefeito.

Abílio, que ficou como primeiro suplente, mas assumiu o mandato com a participação do partido no governo Yeda, perdeu nesta eleição o apoio de um de seus mais próximos cabos eleitorais, Francisco Pinho. O vereador, que trocou o PTB pelo PFL, fez 14.324 votos no estado e também assumiu o mandato, por quase um ano, com a cassação de José Sperotto por infidelidade partidária.

 

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2010

Dos 152.868 eleitores que foram às urnas, 78.808, ou 51,5%, votaram em candidatos locais para deputado estadual.

Os três deputados foram reeleitos: em Gravataí, Daniel Bordignon (PT) recebeu 35.302 votos; Marco Alba (PMDB) 15.070 e Miki Breier (PSB) 8.305.

Francisco Pinho (DEM) recebeu 8.049; Sérgio Stasinski (PT) 4.219; Tânia Ferreira (PT) 3.391; Ricardo Canabarro (PV) 2.642 e Vail Correa (PTB) 1.830.

Bordignon, que tinha dobradinha com Manuela D ´Ávila, a mais votada à câmara federal, já estava rompido com Stasinski desde que, impugnado em 2008, impediu a candidatura do prefeito à reeleição para ungir a vice, Rita Sanco, eleita sete dias depois tendo a foto dele, Bordignon, aparecendo nas urnas.

Prefeito até dois anos antes, Stasinski despencou a votação e, um ano depois, foi um dos artífices dos bastidores do impeachment de Rita, antes de trocar o PT pelo PTB e, depois, pelo PV.

Marco Alba, que permaneceu no secretariado de Yeda e em 2008 não foi candidato a prefeito pela primeira vez desde 1992 – Jones Martins concorreu e recebeu 51 mil votos – foi reeleito deputado como o segundo mais votado em todo Rio Grande do Sul, com 82.269 votos. Dois anos depois, chegava à prefeitura tendo como vice Pinho, que apesar de suplente também assumiu o mandato na assembléia.

Miki, já mais identificado com Cachoeirinha do que com Gravataí, e então próximo ao ex-prefeito José Stédile, eleito deputado federal com 6.190 na cidade, também chegou à reeleição com 35.457 votos.

 

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2014

Dos 154.118 eleitores que foram às urnas, 69.919, ou 45,3%, votaram em candidatos locais para deputado estadual.

Daniel Bordignon (PT) recebeu 19.027 votos; Levi Melo (PMDB) 15.620; Paulinho da Farmácia (PTB) 9.227; Miki Breier (PSB) 6.506; Roberto Andrade (PP) 4.313; Carlos Fonseca (PSB) 3.801; Carlito Nicolait (PT) 1.894; Gerson Rovisco (PV) 1.636; Sérgio Stasinski (PV) 1.385; Eberson Fernandes (PT) 1.132; João da Moto (PT) 835; Maikel Gomes (PPL) 736; Rafael Linck (PSOL) 400 e Olumide Betinho (PT), 257.

Nos últimos 20 anos, foi a primeira vez em que nenhum deputado estadual – ou federal – de Gravataí foi eleito.

Ex-prefeito e deputado, Bordignon não conseguiu a reeleição, desgastado por duas impugnações à prefeitura (2008 e 2012), pelo fim da dinastia petista com a cassação de Rita Sanco em 2011 e a pela eleição de Marco Alba (PMDB) em 2012, além de sentir as conseqüências da implosão interna do PT, dividido em cinco candidaturas locais. A perda da força do ‘Grande Eleitor’ também pode ser medida pela votação de sua dobradinha em Gravataí, Ronaldo Zulke (PT), que recebeu 6.586 votos, praticamente a metade de candidaturas à câmara federal apresentadas em eleições anteriores.

Levi Melo – como Jones Martins a federal – era o candidato do prefeito Marco Alba, mas o governo enfrentava a impopularidade de um aperto nas contas para o pagamento de dívidas. E, se o médico era o candidato ‘oficial’ do PMDB, na base governista outras candidaturas fizeram boas votações: o vereador Paulinho da Farmácia, o ‘cara’ de Sérgio Zambiasi em Gravataí, recebeu 9.227 votos e o vereador Roberto Andrade 4.313.

Stasinski, ex-vice-prefeito, ex-prefeito e ex-deputado, fez apenas 1.385 votos.

 

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2018

Tomando por base as eleições de 2014, é possível projetar 76.236 votos em 2018 em candidatos locais que concorrem a deputado estadual.

A fórmula do Seguinte: usa a combinação do comparecimento às urnas de Gravataí em 2014 (84,64%), o que permite projetar 158.555 eleitores em 2018, com a média de votos em candidatos locais que concorreram a deputado federal nos últimos 20 anos (48%).

Como medida de comparação com os quase 80 mil votos a que chegou a fórmula, o deputado eleito com a menor votação em 2014 fez 9.098 votos.

 

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