caso de polícia

Investigação faz mistério sobre execução do CC

Diretor da secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos, Márcio foi morto a tiros quando chegava para trabalhar na manhã do dia 5 de abril

Os agentes da 2ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, que fica na avenida Brambila, acesso para as conflagradas vilas Anair, Vista Alegre, Fátima e adjacências, são experts em provocar suspense. Melhor dizendo, em guardar segredo sobre o que sabem quando a investigação de um crime precisa ser mantida em sigilo.

É o caso do trabalho que vem sendo realizado há exatos dois meses com a finalidade de descobrir quem foi que matou o diretor de Serviços Urbanos da secretaria municipal de Infraestrutura e Serviços Urbanos de Cachoeirinha, Márcio Adriano Azeredo de Almeida, 38 anos, pouco depois das 7h do dia 5 de abril quando ele chegava para trabalhar, na sede da pasta, no Jardim do Bosque.

— Eu recém tinha chegado na minha sala e só ouvi os tiros. Foi bem em frente à janela da minha sala — conta uma funcionária do setor de trânsito.

A execução teria sido praticada por uma dupla que estava em um carro Renault Clio, de cor prata, à espera de Márcio Adriano. Quando ele estava chegando, com o carro ainda em movimento, um dos homens desceu e desferiu vários tiros contra o carro do diretor, um Volkswagem modelo CrossFox, vermelho.

Já ferido, o diretor de Serviços Urbanos perdeu o controle do carro que bateu em outros veículos já estacionados. Enquanto isso, o atirador fugiu no Clio, encontrado no domingo seguinte, incinerado, em Sapucaia do Sul. Márcio era servidor com Cargo em Comissão (CC) na secretaria de Infraestrutura e Serviços Urbanos desde 2015, então diretor administrativo da pasta nomeado pelo ex-prefeito Vicente Pires (PSB).

 

Algumas linhas

 

— O inquérito não está parado. Estamos trabalhando com sigilo diante da gravidsade do caso e a natureza do crime – disse o titular da 2ª Delegacia de Polícia de Cachoeirinha, o delegado Newton Martins de Souza Filho.

Para a polícia existem “algumas linhas de investigação” que levam ao nome de algumas pessoas. Mas o delegado Newton nega que entre estes nomes exista algum que possa ser apontado como suspeito – de forma definitiva – da autoria dos disparos. Mais do que isso o policial não fala.

— Para não prejudicar a investigação — argumenta.

 

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Para lembrar

 

A primeira linha da investigação – segundo o delegado disse um dia depois da execução de Márcio Adriano – esteve concentrada na possibilidade de Márcio Adriano ter envolvimento com uma facção criminosa do Vale dos Sinos que, inclusive, seria a responsável por planejar a construção de um túnel para fuga de centenas de detentos do Presídio Central, desarticulada no mês de fevereiro pela Polícia.

Na mesma linha os agentes da 2ª DP de Cachoeirinha investigavam se o diretor, que ocupava um Cargo em Comissão (CC) na Prefeitura de Cachoeirinha, tinha ligação com criminosos da cidade que eram investigados por diversos delitos mas com envolvimento, principalmente, com o tráfico de drogas.

— O diretor nunca foi investigado pela gente, mas pessoas ligadas a ele sim e estamos vendo, junto com os antecedentes dele, se isso pode ter uma conexão com o homicídio — afirmou há dois meses o delegado Newton Martins.

 

Crimes antigos

 

1

A vítima era amiga pessoal do secretário da pasta, Rubens Otávio Steigleder Ohlweiler, para quem fez campanha para vereador nas eleições do ano passado, pelo PMDB.

 

2

O candidato foi o mais votado com 1.340 votos e, atualmente, é titular da Secretaria de Obras.

 

3

O diretor de Serviços Urbanos da Prefeitura tinha antecedentes criminais por:

– roubo a banco, em 2001

– roubo a banco tentado, em 2005

– formação de quadrilha

– porte ilegal de arma

– receptação de carro

– posse de entorpecentes.

– ele tinha penas a cumprir até o ano de 2022

– em 2012 Márcio recebeu indulto e deixou a prisão

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