Encontro entre governo que entrar e governo que sai em janeiro está marcado pela esta segunda, 4, sem a presença do prefeito nem do vice eleitos
Começa logo mais às 15h a primeira reunião da transição de governo em Canoas. Tanto representantes do governo ‘sainte’ quanto do governo ‘entrante’ esperam um encontro sem conflitos — embora a campanha tenha sido tensa e, por vezes, dura, recentemente.
Nem Airton Souza (PL), nem Jairo Jorge (PSD) participam da conversa. O grupo do governo que chega será liderado pelo ex-prefeito de São Gabriel, Rossano Gonçalves, que foi o coordenador da campanha de Airton desde o primeiro turno. Por parte da atual gestão, o time é liderado pelo secretário de Educação, Aristeu Ismailow.
Via de regra, os primeiros encontros da transição servem para ‘quebrar o gelo’ entre os adversários que se encararam no segundo turno. De olho no início do mandato, em janeiro do ano que vem, o grupo de Airton quer acesso à ‘papelada’ da administração Jairo Jorge — o que, aqui, é só uma figura de linguagem já que todos os processos da gestão são eletrônicos. Especialmente em um ponto que parece eivado de polêmicas mas, no fundo, não é: as obras dos diques.
Reputo este será o ‘pacto’ da paz entre governo que entra e o que sai. Não por uma amizade velada, nem por concordarem lá e aqui, mas por uma razão simples: Canoas precisa. Jairo deu início às obras com a velocidade de um gestor experiente que sabia o dever de aproveitar o momento para ‘amarrar’ o compromisso do governo federal com a cidade que ficou com metade do seu território embaixo d’água durante a enchente de maio. E Airton garantiu, mais de uma vez, que se eleito não pararia o que já estava iniciado.
Difícil que isso mude. Jairo Jorge vai manter e, se puder, acelerar ao máximo o ritmo das obras para encerrar seu mandato com o maior adiantamento possível. É o legado que deixará à cidade deste 2024 cheio de linhas tortas.
O diabo, no entanto, mora nos detalhes — e imagino que haja um que pode se transformar em atrito na reunião de logo mais. O grupo de Airton quer a indicação de servidores do quadro permanente para assessorar a transição e, segundo a lei municipal que orienta o caso, isso não é necessariamente uma obrigação do governo que sai. Imagino que haverá, em breve, uma pilha de despachos por ofício permeando essa relação é política e, portanto, carregada da conjunta da eleição — nem poderia ser diferente.
Para o bem de Canoas, os diques parecem estar a salvo da crise.