68 indignada

BM de Gravataí abre inquérito por suposta agressão de PMs a morador de rua; ’Estava de aniversário’

Denise fez uma foto ao lado de Maionese no HDJB, nesta tarde

Um inquérito policial militar (IPM) está sendo aberto pelo comando do 17º Batalhão de Polícia Militar de Gravataí para apurar as supostas agressões a um morador de rua por policiais militares que atenderam denúncia de aglomeração na madrugada deste domingo, na parada 68.

Marcelo ‘Maionese’, cujo nome completo ainda não foi obtido, tem cerca de 36 anos e está internado no Hospital Dom João Becker com três costelas fraturadas e lesões nos braços e rosto. Ele alega ter sido atacado dormindo em um estacionamento de lancheria.

Indignados, moradores da região enviaram mensagens e ligaram para o jornalista. A cabelereira Denise Klein visitou na tarde desta segunda o morador de rua que circula há dez anos pelo bairro.

– Ele contou que foi atacado com chutes e cacetete enquanto dormia, por volta das 3h, ao lado do posto de gasolina na entrada rua São Luís. Queimaram o colchão dele. Queremos uma investigação porque é uma pessoa do bem, da confiança de todos que moram ou tem comércio entre a 68 e 69. Eu já dei boleto para ele pagar na lotérica – diz a comerciante, que ao visitar Maionese já foi ouvida por um policial militar.

– Fomos ao hospital colher o depoimento dele porque é um morador de rua e poderíamos não localizá-lo – explicou ao Seguinte: o major Luis Felipe Neves, comandante do 17º BPM.

– Aguardamos os laudos do hospital para abrir o inquérito. As guarnições foram até a 68 para preservar a lei e a ordem. Se alguém se excedeu vai responder por isso. Mas é preciso cuidar com denúncias que não se comprovam. O próprio morador de rua disse para policiais que teria sido agredido na mesma data, no ano passado – acrescenta o major.

‘Maionese’, que foi levado pela SAMU para o HDJB após acionada por moradores, estava de aniversário neste domingo. Conforme Denise, os comerciantes e moradores do bairro tinham combinado de fazer um churrasco para ele e a cabelereira tinha prometido emprestar a bicicleta para ele dar uma volta.

Ao fim, junto à 68 indignada, acompanhemos o IPM, que é o inquérito no qual policiais militares investigam policiais militares. Se não foram PMs que espancaram covardemente o morador de rua, ou tiveram que contê-lo usando da força, alguém foi responsável pelas agressões. Como Maionese estava dormindo no chão, do telhado não caiu.

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