Ontem, tive de esperar algum tempo, na região da Voluntários da Pátria, em Porto Alegre, por uma pessoa com quem iria a uma reunião, e, para não ficar dando mole para os batedores de carteira (acho que, atualmente, deveriam se chamar batedores de celulares) que pululam por ali, pedi para ficar na entrada de uma loja.
Em seguida, estava conversando com dois jovens vendedores da empresa, e um deles me falou que ia votar em branco ou naquele que sabemos, seguindo sugestão do seu pai, e que, no seu entendimento, todos os políticos eram iguais.
Conversando um pouco mais, eu me dei conta de que ele sequer sabia bem quais eram os cargos que estarão em disputa nas eleições.
Depois de lhe falar da importância de o cidadão não se omitir, neste momento gravíssimo que atravessa o País, recomendei que anotasse, em um papel, os cargos em que deverá votar, que se ligasse nas falas dos candidatos e pesquisasse, na Internet, sobre a trajetória daqueles que lhe parecessem mais convincentes, pois muitos têm uma fala empolgante, mas nem todos tem uma história de realizações. Daí, disse eu, poderia preparar uma “colinha” para não ficar perdido diante da urna.
No fim da conversa, acho que consegui reverter o voto dele naquele que sabemos e fiquei com a esperança de que passe a se ligar um pouco mais na campanha, pois me dói na alma ver a legião de desanimados, desinteressados e distraídos a minha volta, nesta hora decisiva para o futuro do País, em que a própria democracia está ameaçada.
De certa forma, ele tem razão. É tanta falcatrua e incompetência que se vê por aí, no meio político, que, em algumas ocasiões, ficamos com a sensação de que estamos votando não nos melhores, mas nos menos piores. De minha parte, vou votar em candidatos de carne e osso e não em mitos, mas todos eles com uma larga lista de bons serviços prestados ao povo.
Segundo o Ibope, desde 2002 não tínhamos um percentual tão alto de indecisos e de votos brancos e nulos nestas alturas da campanha. Vamos nos ligar, pessoal!
