opinião

A oposição em Gravataí mexe na bosta seca

Dilamar Soares, é vereador de Gravataí

“Saudações pra quem tem coragem / Aos que tão aqui pra qualquer viagem”.

Uso aquele rock do Barão Vermelho para elogiar aquele que muitos brincam ser meu ‘inimigo de infância’, Dilamar Soares (PSD), que na sessão da Câmara de Gravataí de minutos atrás, como diz a canção, pensou e danço.

O vereador subiu na tribuna para defender a colega Rosane Bordignon (PDT) pela apresentação da Emenda 01 ao projeto 77 enviado pelo prefeito Marco Alba (MDB) com o Orçamento de Gravataí para 2020. A vereadora pede a inclusão de artigo em que “fica assegurada a reposição de 19,7%, referente à soma dos índices inflacionários devidos nas data-base dos exercícios de 2013 a 2019, mediante a revisão anual geral da remuneração dos servidores públicos (professores e funcionários)”.

Dilamar, que não fala com o Seguinte:, nem precisa dizer sim, ou não, ao vivo ou por interlocutores, até porque não é meu objetivo constranger ninguém, mas por coerência à sua crítica a oposições irresponsáveis, sei que sabe infactível a proposta.

A ‘ideologia dos números’ apresentei nos artigos Emenda pede reposição a funcionalismo de Gravataí; riscos da demagogia e Nota do PDT insiste na demagogia junto a servidores de Gravataí.

Mas Dilamar, que em março, na janela que permitirá a troca de partido sem risco de perda de mandato, vai para o PDT de Rosane, Daniel Bordignon e Anabel Lorenzi (de quem é a voz na Câmara), passou no teste de fidelidade ao defender o direito da vereadora defender reposição salarial à sua categoria, os professores.

Vejam bem que Dilamar defendeu o direito à Emenda, não a emenda.

Mas essa polêmica é a tal da ‘bosta seca’, expressão chula, mas que uso por considerar permitida ao lê-la em coluna do incontestável Elio Gaspari, publicada domingo em jornalões brasileiros.

Quanto mais mexe, piora.

Muitos sabem que Rosane é uma das políticas de Gravataí com a qual mais tenho afinidade ideológica. Mas lá vai o chato criticá-la pelo terceiro artigo consecutivo. Em minha opinião, a professora errou ao apresentar a emenda dos 20%, errou ao subescrever nota do PDT a favor da emenda e errou em plenário nesta sessão, porque, para quem tem memória, constrangeu quem lhe defendia.

Rosane lembrou o ‘bonde dos cargos’, em que foram criados CCs e aumentados salários de políticos na gestão de Marco Alba. Mas seu herói do dia, Dilamar, era do MDB à época e foi líder do governo, fiel, como a ela hoje, ao defender o defensável e o indefensável pela ‘causa’.

Também acho ‘bosta seca’ a posição de Dimas Costa (PSD) e Paulo Silveira (PSB), candidatos a prefeito que, implicitamente na letra fria, e explicitamente para quem consegue entender o discurso político, criticaram a emenda de Rosane, apelando para a “responsabilidade”, mas não apresentaram nenhuma proposta alternativa que contemple reposição salarial no que se desenha um ‘fim de mês perpétuo’ para o funcionalismo nos próximos anos.

Dimas ganhou eleitoralmente ao ser o único a votar contra Lei de Diretrizes Orçamentária (LDO) que congela os salários dos servidores até que seja aprovada uma reforma previdenciária municipal. Mas ainda não disse o que fará caso seja eleito prefeito.

Nem Paulo, nem Pedro.

O prefeito Marco Alba (MDB) chega em 2020 ao fim do segundo governo e é notória sua fórmula ‘300 mil habitantes não podem pagar por 5 mil funcionários públicos’. Seu sucessor, por óbvio, representa o mesmo legado nas urnas.

Ao fim, com o perdão da deselegância, o que vai fazer a oposição, além de mexer na bosta seca?

Como sempre escrevo, questiono isso sem torcida ou secação.

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