crise do coronavírus

Apareceu o primeiro Frankenstein para ’salvar’ Gravataí do subsídio milionário ao transporte público; É do PT!

Foto ARQUIVO PGM

No feriado de ontem, em Socorro milionário ao transporte público de Gravataí: a responsabilidade dos vereadores e o sincericídio de Zaffa, provoquei os vereadores contrários ao subsídio, que repara perdas da pandemia, a apresentar alternativas. Uma ‘saída’ veio de um partido sem bancada na Câmara, mas que experimenta o doce sabor de ser oposição municipal, estadual e federal: o PT.

Alex Borba me enviou nota da executiva do partido em Gravataí.

Para quem não lembra, foi o secretário da Fazenda de Rita Sanco e, no mundo machista da política, "o único cara que a prefeita ouvia", uma meia verdade, que sempre tem uma parte mais perto da mentira: Alex era, na verdade, quem manifestava exatamente o que a professora pensava, preservando-a.

Siga a nota e, abaixo, analiso.

 

“…

O Projeto de Lei que Zaffalon enviou à Câmara de Vereadores, propondo repassar mais de 5 milhões à Sogil, para custear prejuízos que a empresa alega ter tido até fevereiro de 2021, devido à pandemia, exige uma leitura séria.

Se não é razoável a Prefeitura pagar para proteger os lucros da Sogil, mais preocupante ainda são as contradições e a impressão de que algo mais pode vir por aí. É importante deixar claro que fala-se aqui apenas das linhas municipais, dos ônibus brancos.

E se o alegado prejuízo continuar depois de fevereiro? Tudo indica que podem ser propostos novos repasses, fazendo com que a empresa privada siga tendo seus resultados bancados pelo orçamento público, o mesmo orçamento que não tem olhos para os mais pobres.

Segundo o diretor geral da Sogil, não existe compromisso com a proteção aos empregos. Mas ele é taxativo em afirmar que a queda de passageiros é tal "que não tem gestão que resolva." Ou seja, a empresa confessa sua incapacidade de enfrentar os aplicativos e a redução de usuários. E segue precarizando as linhas brancas, empurrando as pessoas para as outras linhas, dos atulhados "ponte".

Assim, não é absurdo achar que eles podem propor o fim das linhas brancas ou reduzirem ainda mais linhas e horários.

LUCROS PRIVATIZADOS, PREJUÍZOS SOCIALIZADOS: O CAPITALISMO SEM RISCO.

Quando a empresa tem lucro, vai pro bolso dos donos, para suas mansões e viagens para Miami. Quando alega prejuízos, quem paga é o povo, ou na passagem ou direto do orçamento da Prefeitura. Mas isso tem solução.

Se é para a Prefeitura colocar dinheiro público na empresa quando ela alega prejuízos e incapacidade de gestão, que seja *MUNICIPALIZADA*. A empresa privada que acha que "não tem gestão que resolva" é um buraco sem fundo.

A Prefeitura deve ter coragem e encerrar a concessão, assumindo os serviços. Poderíamos ter algo importante: duas empresas na cidade, uma pública e uma privada. Embora as linhas não sejam idênticas, há muita superposição de trajetos, podendo haver competição, o que os capitalistas e liberais adoram tanto.

Uma empresa pública, gerida com transparência e fiscalizada por um conselho de moradores, poderia apresentar linhas, horários e itinerários mais adequados ao que o povo precisa. E com passagem justa.

…”.

 

Sigo eu.

A nota do PT, como referi acima, carrega no doce sabor de ser oposição. Mas dá uma alternativa – o que, afinal, cobrei e, portanto, sinto-me na obrigação de abrir espaço para a sugestão.

É anacrônica, dirão alguns, e eu, também, além de completamente às avessas do que pensa o grupo de Marco Alba (MDB) que está no governo desde 2012 e apoia, por exemplo, a privatização da Corsan, para ilustrar com uma polêmica atual e que envolve uma estatal gaúcha.

Fato é que não dá para esquecer de lembrar que o PT, com Daniel Bordignon, começou a elaboração do atual contrato com a Sogil, corroborado depois por Sérgio Stasinski e, justiça seja feita, cobrado, mas nunca questionado judicialmente por Rita Sanco.

Mas está aí a ideia do PT, Dom Quixote Contra Os Moinhos De Vento: municipalizar os ônibus brancos. Na nota do partido não há nenhuma linha sobre de onde sairia a indenização para a Sogil pelo rompimento de contrato, em 2015, e com autorização judicial, prorrogado por 10 anos por Marco Alba. Nem de onde sairiam os ônibus para prestar o serviço. Seriam funcionários públicos os motoristas, cobradores e etc.?

Ao fim, infactível, pueril até, ao menos neste momento em que há um contato de concessão em vigor. É tão simplista quanto a ideia de Nadir Rocha (MDB), vereador decano e prefeito interino por duas vezes, de deixar como está para ver como fica – mesmo que a passagem possa custar R$ 7,22 se o projeto não for aprovado.

Ideologicamente, nota 10 para o PT. Na ‘ideologia da realidade’, zero.

O lado canhoto da ferradura ideológica só confirma o que observei ontem em Socorro milionário ao transporte público de Gravataí: a responsabilidade dos vereadores e o sincericídio de Zaffa: "Exclua-se o preconceito com a Sogil e imagine que o transporte público fosse municipalizado, como a Carris. A Prefeitura teria que aportar dinheiro, já que ônibus à disposição é uma garantia constitucional dos brasileiros".

Esses R$ 5 milhões, hoje, não iriam para a Sogil, mas para a 'Empresa Pública de Transporte Coletivo de Gravataí'. 

Seguirei tratando o assunto.

Tem uma série de emendas de vereadores que transformam o projeto do governo Luiz Zaffalon um Frankenstein. Se, ao fim, for um Frankenstein de Mary Shelley, tá bom. Era uma besta do bem.

 

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