Participo das lutas ambientais em nossa região muito antes de me formar em geologia e ocupar alguns cargos públicos. Nossas bandeiras sempre foram pela sustentabilidade do Rio Gravataí. Nesta caminhada muitos governos passaram no Estado e no município e de alguma forma abordaram ou tentaram abordar o tema barramento no Rio Gravataí.
No início da luta, todos tinham a certeza que esta obra resolveria os problemas do rio em sua quantidade e sua qualidade. Muitos estudos foram realizados desde então, sempre buscando a melhor solução para garantir água para todos e manter o rio como ecossistema de vida.
Entender a dinâmica do Rio Gravataí tem sido teses de mestrados, doutorados e pós-graduações também da academia, e poderia aqui arriscar que já tivemos mais de 100 trabalhos escritos sobre o ele nestes últimos 30 anos.
Entender que as águas do lago Guaíba podem chegar até a RS-118, logo fazendo com que o rio tenha um fluxo da foz para montante, invertendo assim o processo natural que seria de montante para a foz. Estas informações são importantes para que possamos compreender que a solução para o Rio Gravataí passa pela integração entre os municípios, visto que a água não obedece a limites políticos/administrativos.
Recentemente o governo federal resolveu investir R$ 243 milhões, somente em dois grandes estudos para tratarmos de dois extremos a seca e de enchentes, que possuímos no Vale do Gravataí. Recursos estes que demandaram uma grande mobilização de vários atores. Digo isto de maneira tranquila para afastar a paternidade individual. Esta conquista foi graças ao nosso grau de organização social.
Somos a primeira bacia hidrográfica do Rio Grande do Sul que possui seu plano diretor, logo, temos muito trabalho coletivo em nossa trajetória.
Nesta caminhada tenho tido a oportunidade de participar de muitas reuniões que levam ao mesmo objetivo: recuperar o Rio Gravataí. Quando me deparo com promessas, comentários que não respeitam esta caminhada, tenho a certeza de que ainda teremos muito trabalho para evoluirmos e deixarmos o RIO LIMPO.