BLOG DO RODRIGO BECKER

CANOAS | Jonas consegue ‘ok’ da Justiça para deixar o Novo: a ‘rabugice moderna’ e a janela antecipada

Jonas Dalagna: saída do Novo tem 'ok' da Justiça Eleitoral. Foto: Reprodução Redes Sociais

Vereador entrou com ação de justificativa para troca partidária e, na sexta, desembargador do TRE concedeu liminar a favor do parlamentar que está em rota de colisão com direção estadual do Novo

Jonas Dalagna, se quiser, já pode deixar o Novo. Vereador eleito em 2020 estreou a bancada do partido na cidade e viu seu candidato a prefeito, Camilo Bórnia, chegar em terceiro no primeiro turno – atrás apenas do vencedor, Jairo Jorge, e do então prefeito, Luiz Carlos Busato. Uma história que tinha tudo para virar um case de sucesso da ‘nova política’, só que não; Camilo, que segurou a peteca na eleição, foi deixado de lado pelo partido e suas regras de ‘fazer diferente’ quando são os outros que precisam fazer alguma coisa e de manter o caciquismo político quando interessa aos que estão por cima.

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Pois, agora, Jonas tem o um ‘ok’ da Justiça Eleitoral para deixar o partido e escolher, já, uma nova sigla para disputar as eleições de 2024. O desembargador do Tribunal Regional Eleitoral, o TRE, Voltaire de Lima Moraes, concedeu liminar na sexta-feira, 1º, reconhecendo a existência de justa causa para desfiliação partidária do parlamentar. O mérito da ação ainda deve ser julgado, cabe recurso ao Novo e ainda há espaço para manifestação do partido – mas não deixa de ser uma baita vitória para Jonas e sua cruzada contra a perseguição que vem sofrendo na sigla.

Na prática, a decisão do desembargador do TRE antecipa para Jonas a janela para troca de partido – o que, mais adiante, antecipo que ele não deve usar.

A rabugice moderna de quem se diz novidade

Poucas vezes vi tão claramente uma perseguição interna como Jonas vem sofrendo no Novo – simpatize o caro leitor com as ideias do partido, com as de Jonas ou com nenhum dos dois. O escanteio dado em Camilo era um sinal e ninguém notou. Na sequência, veio o ‘fogo amigo’ para cima de Jonas. No início do ano, um dirigente estadual do Novo acusou Jonas de praticar rachadinha e pediu a abertura de um processo na comissão de ética do partido para expulsão do vereador. Ele chegou a ter a filiação suspensa – que significa que não poderia se manifestar em nome da sigla.

Deu em nada.

Jonas provou que a denúncia teve conotação política, partindo de um ex-assessor que estava magoado por ter sido demitido e que, na campanha, uniu-se exatamente ao dirigente que tratou do assunto na estadual. O blog acompanhou o desfecho do caso no post CANOAS | Novo decide: Jonas fica; um dia é do ‘Fico’, o outro do ‘por enquanto’. Em julho, Jonas entrou com processo contra o mesmo dirigente – o que o leitor por conferir no post CANOAS | Jonas processa ex-deputado do Novo; o capítulo dois da briga avisada.

O Novo usa crachá de novidade mas, no fundo, se comporta como um sujeito ressentido e rabugento: melhor que nada cresça muito à sua sombra se não comungar da dinâmica do ‘de cima para baixo’.

Esse imbróglio sustenta a ação que pede a justa causa para desfiliação e coloca o Novo em uma posição cruel, se não engraçada: a de defender a permanência de Jonas, o mesmo vereador que meses atrás queria expulsar. Isso e a questão da cláusula de barreira, que o Novo não atingiu nas eleições do ano passado; o problema é tão grave que pode fazer com que o partido simplesmente desapareça antes de 2026, quando haverá novas eleições gerais e a sigla sequer terá tempo de propaganda eleitoral na TV.

Os caminhos de Jonas

Para o bem e para o mal, Jonas só deve deixar o Novo na janela de março. Além de segurança jurídica para manter o mandato, espera conciliar questões políticas até lá. Está bem encaminhada sua entrada no PP de Aloísio Bamberg e José Carlos Patrício – é bem comum ver os três e o presidente da sigla, Marcos Daniel, trocando ideias entre cafés e almoços, no Centro.

Até lá, segue a queda de braço.

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