Vereador de Canoas acusa Fábio Ostermann de calúnia por divulgar processo interno do partido em grupos de WhatsApp e que acabou arquivado por inocência de Jonas
Não resolvido na esfera política, ao tapetão.
Jonas Dalagna está processando o ex-deputado Fábio Ostermann, ambos do Novo, por enquanto. Adiante explico o ‘por enquanto’; sobre o processo, trata-se de um pedido de indenização por calúnia que corre no 2º Juízo da 11ª Vara Cível da Comarca de Porto Alegre na qual o vereador canoense pede uma reparação de R$ 20 mil do companheiro de partido. Fábio é acusado de divulgar em grupos de WhatsApp conteúdo de um processo disciplinar interno do partido ao qual Jonas respondia e que estava sob sigilo. O blog chegou a publicar o caso no início do ano: a denúncia foi feita por um ex-assessor de Jonas, demitido por ele, dizendo que o parlamentar havia contratado um amigo para chefia de gabinete com a intenção de praticar ‘rachadinha’ com o salário do assessor.
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Na época, especulei que se crime Jonas havia cometido, era o de dar opinião dentro de um partido ‘fechado’ como tem se revelado o Novo no Rio Grande do Sul. E não é que tenha qualquer procuração para defender o vereador, mas me pareceu estranho que imediatamente após uma eleição em que o deputado agora acusado por ele não se elegeu à Câmara Federal e na qual Jonas havia defendido uma pluralidade de candidaturas, a queixa surgisse – lembrando, ainda, a demissão do assessor que, soube então, apoiou a candidatura de Fábio.
Se é na curiosidade sobre a fumaça que se acha o fogo, a inquisição do partido passou três meses procurando faíscas atrás de Jonas – até lhe suspendeu o direito de falar em nome do Novo na Câmara – e, no fim, deu em nada. Nenhuma prova de rachadinha foi encontrada contra o vereador, o que o blog reportou em Novo decide: Jonas fica; um dia é do ‘Fico’, o outro do ‘por enquanto’, publicado no dia 6 de junho.
No dia 7, o juiz Ramiro Oliveira Cardoso acatou a denúncia por calúnia e mandou intimar Fábio Ostermann. O blog tenta contato com o ex-deputado, que agora atua com dirigente do partido Novo, mas não obteve retorno até a publicação deste post. Jonas também não quis comentar a ação que corre sem segredo de justiça e, portanto, com acesso público aos autos.
E o ‘por enquanto’?
Como já havia escrito no artigo anterior sobre o caso, quando a comissão de ética do Novo enterrou a investigação sobre Jonas, o ‘Dia do Fico’ em que ele recuperou os direitos partidários poderia ser chamado, também, de ‘Dia do Por Enquanto’. Não só pela querela com Fábio Ostermann, mas também pela política fechada com que o novo trata suas lideranças ascendentes, não há mais espaço par Jonas na sigla, cristalino está; a tendência, inclusive, é que essa queda-de-braço se estique pelos próximos meses, ponta de canivete pra cá e pra lá, cada um tentando enraizar a sua razão na divergência do outro. Enfim, não dá mais.
O PP já viu que no mato do Novo não tem mais coelhos e abriu a porta para o vereador, dando a ele, inclusive, a primazia para concorrer a prefeito no ano que vem. Cauteloso, Jonas aguarda a janela de março para confirmar seu caminho. O PSDB que vinha namorando Nedy de Vargas Marques, sonha o mesmo – só ainda não tem um projeto claro para oferecer; ou que sabe tenha e só ainda não foi dito?
Isso já é assunto para outro post.